Como descrito no
Prólogo, ao fim do dia 29 de Agosto do ano da graça de 2023, 4
Pellegrini portoghesi estavam em
Dovadola, prontos a iniciar no dia seguinte o
Caminho de Assis. Com grande pena minha, as chuvas e derrocadas de Maio não permitiam
começá-lo pela subida ao
Eremo de Montepaolo,
primeira residência italiana do nosso Santo António de Lisboa. Por isso, como
já sabíamos, fomos de autocarro até ao pequeno lugar de
Rocca San Casciano; ali sim, em plena
Toscânia, começava o nosso périplo.
As primeiras etapas foram uma travessia de bosques e florestas fabulosas, que
fazem parte do
Parque Nacional da Floresta Casentina. Logo de início nos fomos apercebendo da grandeza e espectacularidade das
paisagens ... e da dureza da altimetria; na etapa de estreia, 17,5 km ... com
quase 900m de desnível ascendente acumulado e quase 700m descendente.
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Primeiras imagens, primeiras sensações. Estávamos bem nos confins dos
Apeninos Toscanos. A espiritualidade Sente-se e Vive-se nas pequenas
ermidas como esta, mas também nas "catedrais verdes" e nas grandes
panorâmicas!
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Desta vez não é a vieira e a cabaça que viajam na minha mochila
... é o Tau franciscano
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Ao fundo ... o Mar Adriático! (zona de Ravenna)
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O destino está a 12 dias de jornada...
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A primeira etapa terminou em
Premilcuore, pequena e típica comuna encaixada no vale do rio
Rabbi. Foi também o nosso primeiro contacto
com os
rifugi do Caminho de Assis; para as cinco primeiras etapas,
já estavam sinalizados pelo
Giordano
e pela
Jacinta, já citados no
Prólogo
desta crónica.
A tarde deste primeiro dia foi a única altura em que choveu ... e no Refúgio
de Premilcuore já estava um peregrino italiano, que igualmente
iniciara, a solo, a sua peregrinação a Assis.
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Premilcuore, 30.Ago, 17h55 - A primeira etapa estava terminada e já estávamos
instalados no 1º rifugio ...
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... mas é dura a vida de um peregrino... 😐
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No dia seguinte acordámos cedo, claro. Tínhamos jantado num bar pouco acima do
refúgio ... que abria às seis e meia da manhã! Gosto dos horários italianos...
😀
A segunda etapa tinha sensivelmente a mesma extensão da primeira ... mas com
1200 metros de desnível acumulado de subidas e quase outro tanto de descidas.
O Antonio Pascale - o italiano referido atrás, que já estava no refúgio -
iniciou a etapa connosco ... e não mais nos largou. Logo à segunda etapa, o
grupo passou assim de quatro elementos a cinco, numa integração deveras
interessante ... inclusive a nível linguístico; ora falávamos português (que
ele foi percebendo cada vez melhor), ora francês, ora uns "arranhões" de
italiano ... ora uma misturada de tudo 😜
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Premilcuore, 31.Ago., 07h25 -
Pequeno almoço tomado num bar que abria às 06h30 ... e estávamos na
seconda tappa
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Ainda no vale do rio
Rabbi, as
Cascatas della Sega encheram-nos as vistas e ouvidos pouco depois de iniciada a etapa, e,
mais a montante, a cascata e a velha ponte de
Urlante
prepararam-nos psicologicamente para a grande subida do dia, a subida ao
Monte della Fratta.
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Cascatas della Sega, no rio Rabbi, próximo de Premilcuore, 31.Ago.2023,
07h50
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Ponte de Urlante,
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talvez medieval |
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Rápidos do Rio Rabbi, a
montante da ponte de Urlante
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S. Francisco está sem dúvida presente naquela Natureza ... nos
recantos da paisagem ... e até no ar que respirávamos.
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Mas também há memórias perdidas nestes bosques perdidos ...
Ca' Montemerli, 09h45
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11h20 ... e já passámos o cume do Monte della Fratta (1165m alt.). Tínhamos trepado quase 600 metros desde o rio!
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Pouco depois do meio dia estávamos em
Valpisella, que mais não é do que uma histórica casa do Sec. XIX, pertencente à
associação italiana de partisans, fundada por participantes da resistência contra o regime fascista italiano
e a subsequente ocupação nazi durante a Segunda Guerra Mundial. A casa tem
sido sucessivamente recuperada e pode ser utilizada para pernoitar; mas o
nosso destino era o Refúgio de Peregrinos de
Corniolo, pequena povoação a que chegaríamos meia hora depois.
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Valpisella, 31.Ago., 12h20 - E que bela tarde e noite aqui passaríamos...
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... mas o nosso destino era
Corniolo ... a primeira "república livre" durante a Resistência italiana
ao nazi/fascismo
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A "
República Livre de Corniolo" foi efectivamente o primeiro pequeno território a proclamar a independência
contra a ocupação alemã, em Fevereiro de 1944; sem sabermos disso, na altura
... algo nos fez vir a cantar e a ouvir o hino dos partisans, a belíssima "
Bella Ciao".
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Igreja dedicada à Virgem Maria, próxima
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do "nosso" Refúgio em Corniolo
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Igreja de S. Pedro, Corniolo,
13h25
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Chegados a
Corniolo à hora do almoço e
instalados no Refúgio, deparámos com uma povoação quase deserta. Um outro
suposto albergue e um bar ... estavam fechados.
Um hipotético minimercado ... fechado estava. Mas, descendo umas escadas a
partir da praça da Igreja de S. Pedro, uma placa indicava um restaurante, "
Da Gigino"; foi lá que almoçámos ... incluindo uma beberagem estranha a
complementar... 😉
Durante a tarde descansámos, a etapa tinha sido dura. E como sobrou bastante
esparguete do almoço ... levámo-lo para o refúgio e o Zé Messias
acrescentou-lhe mais algum ... e lá jantámos. O Antonio, italiano, ainda
estava na fase de integração no grupo ... jantou no "
Gigino", onde
ainda voltámos para o café ... e onde voltaríamos para o pequeno almoço do dia
seguinte.
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Vida de peregrino...
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Entre Corniolo e o
Castelaccio di Corniolino, 01.Set.2023, 08h20 - Tínhamos
começado a 3ª etapa.
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O pequeno almoço do primeiro dia de Setembro faria com que o "
Da Gigino" fosse falado até ao final do nosso Caminho. 8 € cada um por um café e uns
míseros biscoitos, sem pão ... pois ... o '
Gigino' ficou como
referência de exploração de peregrinos; serve-se de ser o único. O Peregrino
não exige, agradece ... mas não gosta de ser explorado. Felizmente só houve
mais um caso assim.
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Sempre rumo a sul, no Monte della Maestà, entre
Corniolo e Campigna
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Dos 1200 metros de desníveis ascendentes da segunda etapa ... passámos para
quase 1700 na terceira, que foi também a maior até aí, 26,5 km ... sempre por
paisagens de cortar a respiração. Sendo sempre aconselhável a utilização do
GPS e o recurso aos
tracks GPX, o
Cammino di Assisi está contudo assinalado por setas verdes, ou pelo dístico com o
respectivo símbolo, ou pelo ' 𝛕 ' (letra grega 'tau') ... a "assinatura" de S.
Francisco de Assis e um dos principais símbolos franciscanos.
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Campigna, 10h45 ... onde fizemos
reposição hídrica...
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O Antonio Pascale, com dificuldades nas subidas, mas fazia já parte
integrante do nosso grupo 😊
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Pela Natureza que Francesco di Assisi tanto amava,
chegamos a
Poggio Scali, ponto mais alto de todo o Caminho (1520m alt.)
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Estávamos a caminhar há três dias ... e apenas tínhamos posto os pés em
alcatrão nas povoações ou perto delas. O Caminho de Assis estava a ultrapassar
as minhas expectativas. Cada árvore, na procura da luz (ou da Luz...), cada
folha, cada borboleta esvoaçante, davam-me a sensação de ter
Giovanni di Pietro di Bernardone
por perto ... depois dos episódios que marcaram a sua conversão, depois de se
dedicar aos mais pobres dos pobres e de amar todas as criaturas vivas,
chamando-as de irmãos ... depois da adopção do nome de
Francesco di Assisi. Dante Alighieri disse que ele foi uma "
luz que brilhou sobre o mundo"; para muitos ele foi a maior figura do Cristianismo desde Jesus.
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Através da floresta, chegamos ao
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Camaldoli é uma comunidade monástica beneditina, fundada por
S. Romualdo
cerca de 1024 - anterior portanto aos franciscanos - e constituída pelo
eremitério propriamente dito (
eremo, em italiano), o Mosteiro e a Via
Sacra que os liga à pequena povoação de
Camaldoli.
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Via Sacra e Capela da Virgem das Neves, entre o eremitério e a
povoação e Mosteiro de
Camaldoli
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Às cinco horas de uma belíssima tarde de Sol, chegávamos a
Serravalle e ao seu belíssimo
Rifugio, uma completa e muito boa surpresa. No antigo hospital de
peregrinos da aldeia, fomos recebidos pela inesquecível Adriana Aristolao, com
Caminhos percorridos de que perdeu a conta e, principalmente, com o tanto que
transmite, com aquela magia especial que só encontramos nos Caminhos da
espiritualidade. Apesar de não termos a companhia de outros peregrinos, para
além de nós 4 e do Antonio ... o jantar foi um verdadeiro jantar comunitário,
que incluiu a Adriana, e, até, um simpatiquíssimo casal de vizinhos ... que
fizeram um bolo especialmente para a nossa sobremesa!
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No Refúgio de Serravalle, antigo
Hospital de Peregrinos, 01.Set.2023
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Um dia e uma noite verdadeiramente inesquecíveis! Adriana, per te ... Pace✌️e bene❤️! 👣🚶👣🚶
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Igreja de Serravalle, panorâmica do
Castelo ... e já com o Castelo ao fundo, 02.Set.2023, 08h50
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2 de Setembro, quarta etapa ... e os trilhos magníficos continuavam a
suceder-se. Mais cerca de 1100 metros de altimetria, tanto ascendente como
descendente, em 18 km de jornada, de
Serravale à pequena aldeia de
Biforco, com passagem pela maior povoação
desde que iniciáramos o Caminho,
Badia Prataglia, onde almoçámos ... e onde
pela primeira vez vimos outros peregrinos.
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Ruínas da aldeia abandonada de
Tramignone, entre Serravalle e Badia Prataglia
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Há luz e cor, nas florestas de Tramignone ... até que
surge a bonita Badia Prataglia
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E também há Luz e cor, na Igreja de
Badia Prataglia, 02.Set.2023, 10h50
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Fonte do Peregrino, à
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saída de Badia Prataglia
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É possível não ficarmos presos a estes bosques e campos
encantados?...
E ao fundo, à direita ... já se via um
Monte muito desejado...
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Biforco, 16h30 ... tínhamos
terminado mais uma etapa ... nos passos de S. Francisco e Santo
António
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Em
Biforco, esperava-nos o Refúgio da
Rossana, que, tal como a "nossa"
Adriana de
Serravalle,
também prepararia o jantar e o pequeno almoço. Mas ... qualquer semelhança
seria pura coincidência;
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Um jantar ... frugal, em Biforco...
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ou melhor ... não havia semelhanças. Enquanto a
Adriana é uma perfeita
hospitaleira ... a
Rossana é uma negociante que aluga quartos e prepara
uns "menus". Para além de não haver sentido peregrino, pagámos mais por muito
menos ... e ao pequeno almoço (que em italiano se chama '
colazione',
vá-se lá saber porquê) ainda queria que pagássemos o café que tivemos de ir
buscar ao bar ao lado, para juntar ao leite que, esse sim, nos forneceu.
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Biforco, 03.Set.2023, 07h50 - Às
cores do Sol nascido há pouco, ao fundo esperava-nos o mágico e mítico
Monte della Verna
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Domingo 3, quinta etapa. Num Caminho todo ele de expectativa, este era um dos
dias mais esperados, quando muito ultrapassado pela apoteose final em Assis.
Neste dia percorreríamos apenas pouco mais de 8 km ... porque íamos conhecer,
Sentir, Viver e pernoitar no
Sacro Monte della Verna.
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Pouco depois das dez da manhã ... estávamos a entrar na
Foreste Sacre
... rumo à luz ... ou à Luz
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Se
La Verna
constituía uma expectativa, um dos principais atractivos deste Caminho,
penetrar na
Foreste Sacre
foi uma surpresa. Tínhamos percorrido quatro etapas através de bosques de
sonho ... mas a floresta que rodeia o mítico Monte é mágica ... misteriosa ...
profunda ... é sagrada!
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Cinco peregrinos (4 portugueses e 1 italiano) na Foreste Sacre, às portas de La Verna, 03.Set.2023, 11h25 Neste verdadeiro portal entre a Terra e o
Céu ... entre a matéria e o espírito ... não resisti a fazer-nos
ouvir, em conjunto, o belíssimo "Cântico das Criaturas", de S. Francisco de Assis
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Pouco depois ... da floresta surge, por cima de nós, o imponente
Mosteiro de La Verna, encimando os esporões rochosos sobre os quais foi construído
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Antes de também o leitor entrar connosco em
La Verna, é altura de um pouco da história de
Francisco de Assis. Nascido em 1182, depois de uma juventude irrequieta e mundana voltou-se
para uma vida religiosa em virtude de uma visão, em que ouviu uma voz que lhe
disse: "
Volta para a tua terra e te será dito o que haverás de fazer".
Francisco assim fez. Certo dia, entrou para orar na
Igreja de São Damião, nos arredores de Assis, onde a tradição conta que ouviu pela primeira vez a
voz de Cristo, através do respectivo Crucifixo.
Cristo chamou-lhe a atenção para o estado de ruína em que se encontrava a sua
Igreja e instou-o para que a reconstruísse. Assim, por volta de 1209 obteve do
papa a autorização da primeira regra para a fundação da sua Ordem, a chamada
"
regula primitiva", que prescrevia uma pobreza absoluta para os monges
e para a Ordem, em imitação literal da vida de Jesus Cristo e seus apóstolos.
Em 1212 a Ordem foi enriquecida com a primeira mulher,
Clara d'Offreducci, a futura Santa Clara, fundadora do ramo feminino
dos Frades Menores, as Clarissas. Vários milagres espalharam a sua fama como
santo, e recebeu em doação o
Monte della Verna para que erguesse
ali um refúgio para os irmãos.
Em 1214 peregrinou a Santiago de Compostela, onde mandou construir um
Mosteiro no Val de Deus, no centro antigo de Santiago, terreno que era
propriedade do Mosteiro Beneditino de San Martiño Pinario, que o cedeu
em troca de uma cesta de peixe anual. E entre 1214 e 1221 viajou por outros
lugares santos e participou na Quinta Cruzada. Mas, voltando à sua terra,
encontrou de novo a Igreja em desordem espiritual. Foi obrigado a aceitar
alterações às regras da Ordem, pela obediência que devia ao papa como líder da
Igreja, da qual jamais quis afastar-se. Submeteu-se com grande pesar, e os
seus biógrafos referem este período como o da sua "grande tentação", a de
abandonar todo o trabalho. No Natal de 1223 foi convidado para celebrar a
festa numa gruta, com pastores e animais, desejando recriar o nascimento de
Cristo em Belém, sendo esta a origem da tradição dos presépios. Na primavera
seguinte, retirou-se para o Santuário de La Verna, acompanhado pelos seus irmãos mais chegados. Muitas vezes embrenhava-se nas
matas, a fim de meditar solitário, levando consigo apenas os Evangelhos e
comendo muito pouco.
Em 14 de setembro de 1224, no dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, no
Monte della Verna, acompanhado do Irmão Leo, Francisco viu a figura de
um homem com seis asas, pregado a uma cruz. À medida que continuava na
contemplação, sentiu abrirem-se no seu corpo as feridas que o tornaram uma
imitação do próprio Cristo crucificado. Foi, dessa forma, o primeiro Cristão a
ser estigmatizado. Contudo, se os estigmas lhe traziam um sinal do favor
divino, foram também motivo de muito sofrimento físico e embaraço. Tentou
sempre ocultar os estigmas com faixas e com o seu hábito, e poucos irmãos os
viram enquanto ele viveu. Ao pôr do Sol de 3 de outubro de 1226, depois de ler
algumas passagens do Evangelho, faleceu rodeado dos seus companheiros; nesse
momento, um bando de aves veio pousar no telhado e cantou. Foi canonizado em
1228, menos de dois anos após a sua morte; pelo seu apreço à Natureza é
mundialmente conhecido como o patrono do meio ambiente e dos seres vivos.
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E nós ali estávamos, a entrar no Santuário de La Verna, quase oito séculos depois de Francisco de Assis
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Poucos minutos antes do meio dia de domingo, 3 de setembro, ao quinto dia de
Caminho, entrávamos em
La Verna. Explicar as sensações e emoções que ali Senti e Vivi ... não se explicam,
Sentem-se!
Aos 70 anos, este meu "
ano especial" de 2023 continua a ser, para mim, um ano de deslumbramentos!
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Santuário de La Verna
... onde se respira paz, espiritualidade, meditação...
S. Francisco usava esta capa quando, em Setembro de 1224,
recebeu os estigmas no Sacro Monte della Verna
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La Verna é muito mais do que o Santuário propriamente dito. Almoçámos na Foresteria, o refeitório para peregrinos e outros visitantes. No centro de acolhimento, como que por milagre passámos de cinco para umas
duas dezenas, de várias nacionalidades. É possível pernoitar no Santuário em
camarata, como ficámos alojados, mas também em quartos privados. Será uma vertente mais
comercial das estruturas, mas também uma forma de manter um riquíssimo,
histórico e enorme complexo.
Mas La Verna é também, e principalmente, toda a espiritualidade que se sente em
cada recanto e em cada momento das cerimónias litúrgicas que ali decorrem,
como a procissão entre o Santuário principal e a Capela dos Estigmas.
Próximo, encontra-se também a primeira cela de S. Francisco ... a Capela de
Santo António ... o
Sasso Spico, uma enorme rocha isolada das paredes, pairando entre as bordas de uma
fenda, onde São Francisco parava muitas vezes em meditação e oração intensa ... o precipizio, local onde o diabo terá desafiado à resignação dos votos prometidos ... e
tanto, tanto mais!
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A Capela dos Estigmas e o amplo corredor que lhe dá acesso, com
quadros alusivos aos episódios da vida de S. Francisco
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O imponente Sasso spico
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Capela de Santo António
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E o precipizio sobre o vazio
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No amplo terraço frontal ao Santuário ... ergue-se a Cruz ...
símbolo da dor, mas também da Fé e da Luz
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Naquela tarde ... deambulei (ou deambulámos) por todas aquelas paragens
místicas. O que sou? Quem sou? Sou alguém que Ama o Universo e a Vida ...
alguém que Ama quem me Ama ... alguém que Ama a Criação. O Universo é
Inteligente, sem dúvida! Nada surge por acaso ... nada acontece por
acaso...
Depois de uma noite passada na espiritualidade de
La Verna
... no dia seguinte às seis e meia da manhã já estava junto à Cruz ... e no
silêncio do Santuário já aberto. Tínhamos completado as cinco primeiras
etapas ... e nas seguintes viria a consolidar a ideia de que,
sem elas ... este Caminho de Assis teria perdido a sua essência.
In tutta la sua vita Francesco ha seguito sempre e solo le vestigia
della croce, ha conosciuto sempre e solo la dolcezza della croce, ha
predicato sempre e solo la gloria della croce.
(Escrito na semana que se seguiu ao Caminho)
4 comentários:
Gostei muito de ler a sua descrição da viagem. Muito bom texto e boas fotos. Parabéns.
Belíssima e profunda vivência de um caminho único! Acompanhar essa jornada foi um enorme privilégio José Carlos, ao qual agradeço de coração!
Obrigado pelas palavras ... só é pena não saber quem és... 🙄
José Carlos, tentei no post anterir e neste me identificar, mas na publicação não apareceu meu nome! Estou lendo com muita vontade seu relato, pois é verdadeiramente enriquecedor mesmo para quem já percorreu o Cammino di Assisi e o acompanha há tantos anos, como eu! Um abraço... Jacinta
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