domingo, 3 de setembro de 2023

Cammino di Assisi ... nos passos de S. Francisco e Santo António (1)

Rocca San Casciano - La Verna

Como descrito no Prólogo, ao fim do dia 29 de Agosto do ano da graça de 2023, 4 Pellegrini portoghesi estavam em Dovadola, prontos a iniciar no dia seguinte o Caminho de Assis. Com grande pena minha, as chuvas e derrocadas de Maio não permitiam começá-lo pela subida ao Eremo de Montepaolo,
Rocca San Casciano, 30.08.2023, 07h35
primeira residência italiana do nosso Santo António de Lisboa. Por isso, como já sabíamos, fomos de autocarro até ao pequeno lugar de Rocca San Casciano; ali sim, em plena Toscânia, começava o nosso périplo.
As primeiras etapas foram uma travessia de bosques e florestas fabulosas, que fazem parte do Parque Nacional da Floresta Casentina. Logo de início nos fomos apercebendo da grandeza e espectacularidade das paisagens ... e da dureza da altimetria; na etapa de estreia, 17,5 km ... com quase 900m de desnível ascendente acumulado e quase 700m descendente.
Rocca San Casciano, 30.Ago.2023, 08h50 - Tínhamos iniciado há minutos o nosso Cammino di Assisi
Primeiras imagens, primeiras sensações. Estávamos bem nos confins dos Apeninos Toscanos. A espiritualidade Sente-se e Vive-se nas pequenas ermidas como esta, mas também nas "catedrais verdes" e nas grandes panorâmicas!
Desta vez não é a vieira e a cabaça que viajam
na minha mochila ... é o Tau franciscano
Ao fundo ... o Mar Adriático!
(zona de Ravenna)
O destino está a 12 dias de jornada...
A primeira etapa terminou em Premilcuore, pequena e típica comuna encaixada no vale do rio Rabbi. Foi também o nosso primeiro contacto com os rifugi do Caminho de Assis; para as cinco primeiras etapas, já estavam sinalizados pelo Giordano e pela Jacinta, já citados no Prólogo desta crónica.
A tarde deste primeiro dia foi a única altura em que choveu ... e no Refúgio de Premilcuore já estava um peregrino italiano, que igualmente iniciara, a solo, a sua peregrinação a Assis.
Premilcuore, 30.Ago, 17h55 - A primeira etapa estava terminada e já estávamos instalados no 1º rifugio ...
... mas é dura a vida de um peregrino... 😐
No dia seguinte acordámos cedo, claro. Tínhamos jantado num bar pouco acima do refúgio ... que abria às seis e meia da manhã! Gosto dos horários italianos... 😀
A segunda etapa tinha sensivelmente a mesma extensão da primeira ... mas com 1200 metros de desnível acumulado de subidas e quase outro tanto de descidas. O Antonio Pascale - o italiano referido atrás, que já estava no refúgio - iniciou a etapa connosco ... e não mais nos largou. Logo à segunda etapa, o grupo passou assim de quatro elementos a cinco, numa integração deveras interessante ... inclusive a nível linguístico; ora falávamos português (que ele foi percebendo cada vez melhor), ora francês, ora uns "arranhões" de italiano ... ora uma misturada de tudo 😜
Premilcuore, 31.Ago., 07h25 - Pequeno almoço tomado num bar que abria às 06h30 ... e estávamos na seconda tappa
Ainda no vale do rio Rabbi, as Cascatas della Sega encheram-nos as vistas e ouvidos pouco depois de iniciada a etapa, e, mais a montante, a cascata e a velha ponte de Urlante prepararam-nos psicologicamente para a grande subida do dia, a subida ao Monte della Fratta.

Cascatas della Sega, no rio Rabbi, próximo de Premilcuore, 31.Ago.2023, 07h50
Ponte de Urlante,
talvez medieval
Rápidos do Rio Rabbi, a montante da ponte de Urlante
S. Francisco está sem dúvida presente naquela Natureza ... nos recantos da paisagem ... e até no ar que respirávamos.
Mas também há memórias perdidas nestes bosques perdidos ... Ca' Montemerli, 09h45
Já vai havendo espectaculares cores outonais, nos bosques do Monte della Fratta
11h20 ... e já passámos o cume do Monte della Fratta (1165m alt.). Tínhamos trepado quase 600 metros desde o rio!
Pouco depois do meio dia estávamos em Valpisella, que mais não é do que uma histórica casa do Sec. XIX, pertencente à associação italiana de partisans, fundada por participantes da resistência contra o regime fascista italiano e a subsequente ocupação nazi durante a Segunda Guerra Mundial. A casa tem sido sucessivamente recuperada e pode ser utilizada para pernoitar; mas o nosso destino era o Refúgio de Peregrinos de Corniolo, pequena povoação a que chegaríamos meia hora depois.

Valpisella, 31.Ago., 12h20 - E que bela tarde e noite aqui passaríamos...
... mas o nosso destino era Corniolo ... a primeira "república livre" durante a Resistência italiana ao nazi/fascismo
A "República Livre de Corniolo" foi efectivamente o primeiro pequeno território a proclamar a independência contra a ocupação alemã, em Fevereiro de 1944; sem sabermos disso, na altura ... algo nos fez vir a cantar e a ouvir o hino dos partisans, a belíssima "Bella Ciao".

Igreja dedicada à Virgem Maria, próxima
do "nosso" Refúgio em Corniolo
Igreja de S. Pedro, Corniolo, 13h25
Chegados a Corniolo à hora do almoço e instalados no Refúgio, deparámos com uma povoação quase deserta. Um outro suposto albergue e um bar ... estavam fechados.
No "Da Gigino", em Corniolo, 13h40
Um hipotético minimercado ... fechado estava. Mas, descendo umas escadas a partir da praça da Igreja de S. Pedro, uma placa indicava um restaurante, "Da Gigino"; foi lá que almoçámos ... incluindo uma beberagem estranha a complementar... 😉

O estranho digestivo
do "Da Gigino" 😕
Durante a tarde descansámos, a etapa tinha sido dura. E como sobrou bastante esparguete do almoço ... levámo-lo para o refúgio e o Zé Messias acrescentou-lhe mais algum ... e lá jantámos. O Antonio, italiano, ainda estava na fase de integração no grupo ... jantou no "Gigino", onde ainda voltámos para o café ... e onde voltaríamos para o pequeno almoço do dia seguinte.
Vida de peregrino...
Entre Corniolo e o Castelaccio di Corniolino, 01.Set.2023, 08h20 - Tínhamos começado a 3ª etapa.
O pequeno almoço do primeiro dia de Setembro faria com que o "Da Gigino" fosse falado até ao final do nosso Caminho. 8 € cada um por um café e uns míseros biscoitos, sem pão ... pois ... o 'Gigino' ficou como referência de exploração de peregrinos; serve-se de ser o único. O Peregrino não exige, agradece ... mas não gosta de ser explorado. Felizmente só houve mais um caso assim.

Sempre rumo a sul, no Monte della Maestà, entre Corniolo e Campigna
Dos 1200 metros de desníveis ascendentes da segunda etapa ... passámos para quase 1700 na terceira, que foi também a maior até aí, 26,5 km ... sempre por paisagens de cortar a respiração. Sendo sempre aconselhável a utilização do GPS e o recurso aos tracks GPX, o Cammino di Assisi está contudo assinalado por setas verdes, ou pelo dístico com o respectivo símbolo, ou pelo ' 𝛕 ' (letra grega 'tau') ... a "assinatura" de S. Francisco de Assis e um dos principais símbolos franciscanos.
Campigna, 10h45 ... onde fizemos reposição hídrica...
O Antonio Pascale, com dificuldades nas subidas, mas fazia já parte integrante do nosso grupo 😊
Subida para o Passo della Calla (1296m alt.), 11h45
Pela Natureza que Francesco di Assisi tanto amava, chegamos a Poggio Scali, ponto mais alto de todo o Caminho (1520m alt.)
Estávamos a caminhar há três dias ... e apenas tínhamos posto os pés em alcatrão nas povoações ou perto delas. O Caminho de Assis estava a ultrapassar as minhas expectativas. Cada árvore, na procura da luz (ou da Luz...), cada folha, cada borboleta esvoaçante, davam-me a sensação de ter Giovanni di Pietro di Bernardone por perto ... depois dos episódios que marcaram a sua conversão, depois de se dedicar aos mais pobres dos pobres e de amar todas as criaturas vivas, chamando-as de irmãos ... depois da adopção do nome de Francesco di Assisi. Dante Alighieri disse que ele foi uma "luz que brilhou sobre o mundo"; para muitos ele foi a maior figura do Cristianismo desde Jesus.

Através da floresta, chegamos ao
Sacro Eremo de Camaldoli, 15h00
Camaldoli é uma comunidade monástica beneditina, fundada por S. Romualdo cerca de 1024 - anterior portanto aos franciscanos - e constituída pelo eremitério propriamente dito (eremo, em italiano), o Mosteiro e a Via Sacra que os liga à pequena povoação de Camaldoli.

Cela de S. Romualdo, no Eremo de Camaldoli

Via Sacra e Capela da Virgem das Neves, entre o eremitério e a povoação e Mosteiro de Camaldoli
Às cinco horas de uma belíssima tarde de Sol, chegávamos a Serravalle e ao seu belíssimo Rifugio, uma completa e muito boa surpresa. No antigo hospital de peregrinos da aldeia, fomos recebidos pela inesquecível Adriana Aristolao, com Caminhos percorridos de que perdeu a conta e, principalmente, com o tanto que transmite, com aquela magia especial que só encontramos nos Caminhos da espiritualidade. Apesar de não termos a companhia de outros peregrinos, para além de nós 4 e do Antonio ... o jantar foi um verdadeiro jantar comunitário, que incluiu a Adriana, e, até, um simpatiquíssimo casal de vizinhos ... que fizeram um bolo especialmente para a nossa sobremesa!
No Refúgio de Serravalle, antigo Hospital de Peregrinos, 01.Set.2023
Um dia e uma noite verdadeiramente inesquecíveis!
Adriana, per te ... Pace✌️bene❤️! 👣🚶👣🚶
Igreja de Serravalle, panorâmica do Castelo ... e já com o Castelo ao fundo, 02.Set.2023, 08h50
2 de Setembro, quarta etapa ... e os trilhos magníficos continuavam a suceder-se. Mais cerca de 1100 metros de altimetria, tanto ascendente como descendente, em 18 km de jornada, de Serravale à pequena aldeia de Biforco, com passagem pela maior povoação desde que iniciáramos o Caminho, Badia Prataglia, onde almoçámos ... e onde pela primeira vez vimos outros peregrinos.
Ruínas da aldeia abandonada de Tramignone, entre Serravalle e Badia Prataglia
Há luz e cor, nas florestas de Tramignone ... até que surge a bonita Badia Prataglia
E também há Luz e cor, na Igreja de Badia Prataglia, 02.Set.2023, 10h50
Fonte do Peregrino, à
saída de Badia Prataglia

É possível não ficarmos presos a estes bosques e campos encantados?...

E ao fundo, à direita ... já se via um Monte muito desejado...
Biforco, 16h30 ... tínhamos terminado mais uma etapa ... nos passos de S. Francisco e Santo António
Em Biforco, esperava-nos o Refúgio da Rossana, que, tal como a "nossa" Adriana de Serravalle, também prepararia o jantar e o pequeno almoço. Mas ... qualquer semelhança seria pura coincidência;
Um jantar ... frugal, em Biforco...
ou melhor ... não havia semelhanças. Enquanto a Adriana é uma perfeita hospitaleira ... a Rossana é uma negociante que aluga quartos e prepara uns "menus". Para além de não haver sentido peregrino, pagámos mais por muito menos ... e ao pequeno almoço (que em italiano se chama 'colazione', vá-se lá saber porquê) ainda queria que pagássemos o café que tivemos de ir buscar ao bar ao lado, para juntar ao leite que, esse sim, nos forneceu.
Biforco, 03.Set.2023, 07h50 - Às cores do Sol nascido há pouco, ao fundo esperava-nos o mágico e mítico Monte della Verna 
Domingo 3, quinta etapa. Num Caminho todo ele de expectativa, este era um dos dias mais esperados, quando muito ultrapassado pela apoteose final em Assis. Neste dia percorreríamos apenas pouco mais de 8 km ... porque íamos conhecer, Sentir, Viver e pernoitar no Sacro Monte della Verna.
Pouco depois das dez da manhã ... estávamos a entrar na Foreste Sacre ... rumo à luz ... ou à Luz
Se La Verna constituía uma expectativa, um dos principais atractivos deste Caminho, penetrar na Foreste Sacre foi uma surpresa. Tínhamos percorrido quatro etapas através de bosques de sonho ... mas a floresta que rodeia o mítico Monte é mágica ... misteriosa ... profunda ... é sagrada!
Cinco peregrinos (4 portugueses e 1 italiano) na Foreste Sacre, às portas de La Verna, 03.Set.2023, 11h25
Neste verdadeiro portal entre a Terra e o Céu ... entre a matéria e o espírito ... não resisti a fazer-nos ouvir,
em conjunto, o belíssimo "Cântico das Criaturas", de S. Francisco de Assis
Pouco depois ... da floresta surge, por cima de nós, o imponente Mosteiro de La Verna,
encimando os esporões rochosos sobre os quais foi construído
Antes de também o leitor entrar connosco em La Verna, é altura de um pouco da história de Francisco de Assis. Nascido em 1182, depois de uma juventude irrequieta e mundana voltou-se para uma vida religiosa em virtude de uma visão, em que ouviu uma voz que lhe disse: "Volta para a tua terra e te será dito o que haverás de fazer". Francisco assim fez. Certo dia, entrou para orar na Igreja de São Damião, nos arredores de Assis, onde a tradição conta que ouviu pela primeira vez a voz de Cristo, através do respectivo Crucifixo.
Cristo chamou-lhe a atenção para o estado de ruína em que se encontrava a sua Igreja e instou-o para que a reconstruísse. Assim, por volta de 1209 obteve do papa a autorização da primeira regra para a fundação da sua Ordem, a chamada "regula primitiva", que prescrevia uma pobreza absoluta para os monges e para a Ordem, em imitação literal da vida de Jesus Cristo e seus apóstolos. Em 1212 a Ordem foi enriquecida com a primeira mulher, Clara d'Offreducci, a futura Santa Clara, fundadora do ramo feminino dos Frades Menores, as Clarissas. Vários milagres espalharam a sua fama como santo, e recebeu em doação o Monte della Verna para que erguesse ali um refúgio para os irmãos.
Em 1214 peregrinou a Santiago de Compostela, onde mandou construir um Mosteiro no Val de Deus, no centro antigo de Santiago, terreno que era propriedade do Mosteiro Beneditino de San Martiño Pinario, que o cedeu em troca de uma cesta de peixe anual. E entre 1214 e 1221 viajou por outros lugares santos e participou na Quinta Cruzada. Mas, voltando à sua terra, encontrou de novo a Igreja em desordem espiritual. Foi obrigado a aceitar alterações às regras da Ordem, pela obediência que devia ao papa como líder da Igreja, da qual jamais quis afastar-se. Submeteu-se com grande pesar, e os seus biógrafos referem este período como o da sua "grande tentação", a de abandonar todo o trabalho. No Natal de 1223 foi convidado para celebrar a festa numa gruta, com pastores e animais, desejando recriar o nascimento de Cristo em Belém, sendo esta a origem da tradição dos presépios. Na primavera seguinte, retirou-se para o Santuário de La Verna, acompanhado pelos seus irmãos mais chegados. Muitas vezes embrenhava-se nas matas, a fim de meditar solitário, levando consigo apenas os Evangelhos e comendo muito pouco.
Em 14 de setembro de 1224, no dia da Festa da Exaltação da Santa Cruz, no Monte della Verna, acompanhado do Irmão Leo, Francisco viu a figura de um homem com seis asas, pregado a uma cruz. À medida que continuava na contemplação, sentiu abrirem-se no seu corpo as feridas que o tornaram uma imitação do próprio Cristo crucificado. Foi, dessa forma, o primeiro Cristão a ser estigmatizado. Contudo, se os estigmas lhe traziam um sinal do favor divino, foram também motivo de muito sofrimento físico e embaraço. Tentou sempre ocultar os estigmas com faixas e com o seu hábito, e poucos irmãos os viram enquanto ele viveu. Ao pôr do Sol de 3 de outubro de 1226, depois de ler algumas passagens do Evangelho, faleceu rodeado dos seus companheiros; nesse momento, um bando de aves veio pousar no telhado e cantou. Foi canonizado em 1228, menos de dois anos após a sua morte; pelo seu apreço à Natureza é mundialmente conhecido como o patrono do meio ambiente e dos seres vivos.

E nós ali estávamos, a entrar no Santuário de La Verna, quase oito séculos depois de Francisco de Assis
Poucos minutos antes do meio dia de domingo, 3 de setembro, ao quinto dia de Caminho, entrávamos em La Verna. Explicar as sensações e emoções que ali Senti e Vivi ... não se explicam, Sentem-se!
Aos 70 anos, este meu "ano especial" de 2023 continua a ser, para mim, um ano de deslumbramentos!


Santuário de La Verna ... onde se respira paz, espiritualidade, meditação...

S. Francisco usava esta capa quando, em Setembro de 1224,
recebeu os estigmas no Sacro Monte della Verna
O Santuário, visto da Foreste Sacre que também o rodeia 
La Verna é muito mais do que o Santuário propriamente dito. Almoçámos na Foresteria, o refeitório para peregrinos e outros visitantes. No centro de acolhimento, como que por milagre passámos de cinco para umas duas dezenas, de várias nacionalidades. É possível pernoitar no Santuário em camarata, como ficámos alojados, mas também em quartos privados. Será uma vertente mais comercial das estruturas, mas também uma forma de manter um riquíssimo, histórico e enorme complexo.
Mas La Verna é também, e principalmente, toda a espiritualidade que se sente em cada recanto e em cada momento das cerimónias litúrgicas que ali decorrem, como a procissão entre o Santuário principal e a Capela dos Estigmas. Próximo, encontra-se também a primeira cela de S. Francisco ... a Capela de Santo António ... o Sasso Spicouma enorme rocha isolada das paredes, pairando entre as bordas de uma fenda, onde São Francisco parava muitas vezes em meditação e oração intensa ... o precipizio, local onde o diabo terá desafiado à resignação dos votos prometidos ... e tanto, tanto mais!
A Capela dos Estigmas e o amplo corredor que lhe dá acesso, com quadros alusivos aos episódios da vida de S. Francisco
x
O imponente Sasso spico
x
Capela de Santo António
E o precipizio sobre o vazio
No amplo terraço frontal ao Santuário ... ergue-se a Cruz ... símbolo da dor, mas também da Fé e da Luz
Naquela tarde ... deambulei (ou deambulámos) por todas aquelas paragens místicas. O que sou? Quem sou? Sou alguém que Ama o Universo e a Vida ... alguém que Ama quem me Ama ... alguém que Ama a Criação. O Universo é Inteligente, sem dúvida! Nada surge por acaso ... nada acontece por acaso...

La Verna, 03.Set.2023, 19h25 e 22h10 ... a luz e a cor encerravam a primeira parte do nosso Cammino de Assisi
Depois de uma noite passada na espiritualidade de La Verna ... no dia seguinte às seis e meia da manhã já estava junto à Cruz ... e no silêncio do Santuário já aberto. Tínhamos completado as cinco primeiras etapas ... e nas seguintes viria a consolidar a ideia de que,
sem elas ... este Caminho de Assis teria perdido a sua essência.
In tutta la sua vita Francesco ha seguito sempre e solo le vestigia della croce, ha conosciuto sempre e solo la dolcezza della croce, ha predicato sempre e solo la gloria della croce.
(Escrito na semana que se seguiu ao Caminho)

4 comentários:

João P. Belo disse...

Gostei muito de ler a sua descrição da viagem. Muito bom texto e boas fotos. Parabéns.

Anónimo disse...

Belíssima e profunda vivência de um caminho único! Acompanhar essa jornada foi um enorme privilégio José Carlos, ao qual agradeço de coração!

José Carlos Callixto disse...

Obrigado pelas palavras ... só é pena não saber quem és... 🙄

Jacinta Franco disse...

José Carlos, tentei no post anterir e neste me identificar, mas na publicação não apareceu meu nome! Estou lendo com muita vontade seu relato, pois é verdadeiramente enriquecedor mesmo para quem já percorreu o Cammino di Assisi e o acompanha há tantos anos, como eu! Um abraço... Jacinta