domingo, 14 de junho de 2015

Pela serra do Açor ... com paixão

"São as paisagens da minha infância, nesse tempo em que as férias grandes tinham 3 meses e 2 dos quais eram passados na casa da minha avó."
Cabreira (Góis), 13.Junho.2015, 10:55h
Começava assim o preâmbulo do programa delineado pela organizadora das actividades de mais um fim de semana dos Caminheiros Gaspar Correia, desta vez pelas fragas da Serra do Açor. A expectativa era grande, já que se tratava de uma "noviça" em termos de organização, mas também pela palpável dedicação posta na preparação da actividade; sabíamos que ia ser um fim de semana excelente em termos de caminhadas, mas também carregado de emoções, memórias e afectos!
Em pleno dia de Santo António, o único receio com que partimos era o da meteorologia; as previsões apontavam para dois dias de chuva, aguaceiros fortes e trovoadas, mas até nisso o Santo nos concedeu o milagre de só termos apanhado uns "borrifos", na manhã de domingo! J


Rio Ceira, junto ao antigo lagar da aldeia de Cabreira
A caminhada de sábado era a do vale do Rio Ceira, no concelho de Góis. Partindo do lugar de Cabreira, logo nos aproximámos do rio, junto ao antigo lagar de varas comunitário. Os férteis terrenos das margens e as pequenas construções de xisto avivam as memórias de um passado ainda  muito presente.
Deixando à nossa esquerda a aldeia de Sandinha, prosseguimos em direcção a Candosa; algumas cerejeiras fizeram as delícias de muitos caminheiros... J. E chegámos à Foz da Fonte, um lugar onde o rio foi desviado do seu leito primitivo, através de um túnel escavado na rocha.

"Olha a bela cereja "...
Túnel escavado na rocha, Foz da Fonte
Túnel da Foz da Fonte
O vale do Rio Ceira, junto à Foz da Fonte
Ao longo de uma paisagem sempre de grande beleza, fomos continuando a subir o Ceira até à aldeia de Candosa, em cujo pequeno parque de merendas almoçámos. Umas pequenas borrifadelas não assustaram a merenda ... sob o olhar distante de um habitante de rosto marcado pela idade.

Ponte dos Currais, próximo de Candosa ... e a
grande organizadora deste fim de semana memorável!
A caminho da aldeia de Candosa
Almoço em Candosa ... sob observação vaga e distante...
Candosa
Já na margem esquerda do Ceira e depois de abastecidos de água no chafariz da Candosa, prosseguimos jornada rumo à aldeia abandonada de Pocariças, onde as casas de xisto ainda parecem contar histórias de vidas e de lutas. Depois ... depois vinha o troço mais difícil do dia, um desnível  de quase 300 metros até à aldeia de Cadafaz ... mas com um providencial "Anjo da Guarda" para dar força na subida... J

À saída de Candosa
Ponte da Piçarra
O velho castanheiro marca novos caminhos...
Aldeia abandonada de Pocariças
Um Anjo da Guarda ... para ajudar na subida
Cadafaz à vista
Cadafaz é uma aldeia bem conservada, sede de freguesia. A Igreja Matriz é do sec. XVII. A disposição e o arranjo da aldeia é singular, com ruas estreitas, passadiços e degraus, uma característica marcadamente medieval e de aldeia serrana. Antigamente os habitantes viviam da produção de mel, da agricultura e da criação de ovinos e caprinos, para os quais existiam extensas pastagens.

E em Cadafaz terminava a caminhada de sábado, com cerca de 13 km percorridos
Fim de tarde a caminho de Piódão
Terminada a caminhada em Cadafaz, as sinuosas estradas da serra levaram-nos até à mais famosa aldeia do Açor: Piódão. A estrada é de cortar a respiração; e naquele fim de tarde, com vistas como se nos tivéssemos transmutado em açor ... Miguel Torga estava presente...
Com o protesto do corpo doente pelos safanões tormentosos da longa caminhada, vim aqui despedir-me do Portugal primevo. Já o fiz de outras imagens da sua configuração adulta. Faltava-me esta do ovo embrionário.
(Torga, Piódão, 7 de Abril de 1991, Diário XVI)          
Em Piódão ficaríamos alojados na unidade local do Inatel ... e onde a novel organizadora tinha uma animada festa de Santo António à nossa espera ... onde não faltou a sardinha assada, os arquinhos e balões ... e a comemoração a condizer do ano em que o grupo completou 30 anos de actividade!
Piódão ... a aldeia presépio, encaixada nas vertentes da Serra do Açor
Olho do alto da serra as aldeias cavernícolas que nos boqueirões esperam em vão pelo sol natural e social, ponho-me a pensar no que vai pelo mundo, e em vez da revolta antiga invade-me uma espécie de confuso contentamento instintivo. Qualquer coisa dentro de mim sente-se nelas preservado, defendido das mil agressões do momento. É como se as raízes mais profundas do meu ser se vissem de repente em segurança no desterro de cada um destes redis primitivos, transformados milagrosamente pelo próprio abandono em promissoras ilhas de reserva humana.           (Torga, Piódão, 24 de Outubro de 1965, Diário X)
E olhando "do alto da serra as aldeias cavernícolas" ... o programa de domingo começava pela descida a pé de Piódão à aldeia de Foz de Égua. E, mais uma vez, que maravilha de percurso! Parcialmente debaixo de chuva miudinha e algum nevoeiro, a "magia" parecia ser ainda maior!

Descendo o vale da Ribeira do Piódão, rumo a foz de Égua
Uma "rapace gigante", à entrada de Foz de Égua...J
E a extraordinária beleza da aldeia de Foz de Égua, onde confluem a Ribeira do Piódão e a de Chãs de Égua
Este magnífico local estava em ruínas e foi completamente restaurado por um casal que se apaixonou por ele. As pontes foram restauradas, foi retirado o mato e as silvas e plantadas espécies endémicas. As habitações foram melhoradas, foi construída uma piscina, uma ponte suspensa em madeira, uma capela, etc.! Fruto de muito trabalho do Sr. Carlos Borges, que dedicou grande parte da sua vida a este projecto. Faleceu em 2013; a ponte suspensa, actualmente encerrada ... parece simbolizar a sua partida...

A ponte suspensa de Foz de Égua ... suspensa...
Regressámos ao Inatel para o almoço. Mas para início do coming home ... ainda iríamos a outro ex-libris da Serra do Açor: a Fraga da Pena! Tal como a Piódão, tinha lá estado no longínquo ano de 1986 ... e lembrava-me da sua espectacularidade.

Na Fraga da Pena (Foto: José Vaz)

Com a Fraga da Pena terminou este belíssimo fim de semana pela Serra do Açor ... com paixão; a paixão, dedicação e afecto postas por quem o pôs de pé. Como disse uma das fundadoras dos Caminheiros Gaspar Correia, também proclamo com sinceridade:
Noémia ... és "uma das nossas"! J

Mas não poderia terminar este artigo sem referir outra paixão: este fim de semana no Piódão, na Foz de Égua, na Fraga da Pena ... na Serra do Açor ... também viu pairar a paixão, as paixões, do nosso querido e saudoso amigo Luís Fialho. Tanto que ele queria ter vindo a esta actividade, tanto que ele queria reviver momentos aqui passados ... tanto que ele nos havia falado a todos na expectativa com que estava para este fim de semana. E à sua companheira de uma vida, à nossa querida Ju, que nos continua a acompanhar nestas "aventuras" e na grande aventura da Vida, só digo: poucas pessoas têm a tua coragem, a tua tenacidade ... a tua fibra! O Luís vive na tua e nas nossas memórias...!
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domingo, 7 de junho de 2015

Autonomia nas Serras da Freita e da Arada
... ou a magia da aldeia perdida da Drave...

As "aventuras" vividas nos últimos anos têm-me feito sentir que voltei aos meus 17 ou 18 anos, aos velhos tempos em que, nascido urbano, comecei a descobrir a minha vocação: o contacto com a Natureza, a vida ao ar livre, os acampamentos, o são convívio, a amizade genuína, as longas caminhadas ... que passaram a ser o modo de estar na vida do "rapaz pacato" que um dia começou a escrever estas "fragas e pragas...". E se, como aliás já tenho escrito, esta sensação de regresso à minha adolescência é verdadeira ... o fim de semana que acabei de viver foi um verdadeiro fim de semana ... mágico!
As cores do pôr do Sol,
por entre a ramagem do Merujal5.06.2015
Ao longo de mais de 10 anos, percorri diversas vezes as Serras da Freita e da Arada - o maciço da Gralheira - a última das quais em Outubro de 2012, com a minha "família" caminheira Gaspar Correia. Nessas várias incursões, por razões logísticas diversas, a mítica aldeia de Drave - a aldeia mágica - foi sempre ficando para trás, embora lhe tenha passado relativamente perto pelo menos por duas vezes. Agora, agendada desde Dezembro e idealizada pelo meu "irmão Santiagueiro" António Araújo e com a participação de quase toda a "irmandade" que Santiago um dia pôs no meu Caminho ... não só fui à Drave como vivi, com os restantes 16 companheiros de "aventura", uma actividade fabulosa!

"A Freita brindou-nos com muito calor,
fresco, trovoada, alguma chuva;

qualquer coisa entre o "Céu e o Inferno" alternados ...
com os extremos devidamente saboreados.
"

(António José Araújo Silva)      

Mas este fim de semana brindou-nos também com a partilha de amizades, com uma grande lição de interajuda, com o empenho, a dedicação e a amizade postas na organização, com a conjugação de experiências diferentes de autonomias e de caminhadas intensas entre os elementos do grupo. Um grande, grande obrigado a todos, especialmente a quem pôs de pé estes dois magníficos dias!
Na sexta feira fomo-nos reunindo todos no Parque de Campismo do Merujal, meu já "velho conhecido" desde há 13 anos, nos tempos autocaravanísticos e não só. Já noite ... fomos à procura da Lua ... e encontrámo-la sobre a aldeia de Albergaria das Cabras, embora escondendo-se bastante atrás das nuvens. Regressando ao Merujal pela estrada, ainda fizemos um "aquecimento" de 4 km

6.Jun.2015, 9h da manhã, junto à igreja de Candal ... começava uma autonomia dura, intensa ... mas fabulosa!
E o que nos esperava era um percurso circular a partir da aldeia de Candal, que nos levaria a cruzar rios, ribeiros, cascatas, lagoas; que nos levaria a descer vales e a subir encostas, num desnível acumulado que ultrapassou os 1700 metros; que nos levaria ao imenso calor nalgumas "bolsas" e à frescura da água benfazeja; que nos levaria ... à Drave.
O grande "mestre" e mentor deste
fabuloso fim de semana... :)
Uma hora de caminho e estávamos em Póvoa das Leiras, a única aldeia atravessada no sábado. Depois ... depois foi o "ataque" à serra pura e dura, vencendo as múltiplas dobras encaixadas entre os vales da Ribeira de Paivô e do Rio Paivô, como que a dominar as forças que levantaram as agulhas xistosas aqui e ali apontadas aos céus.

Póvoa das Leiras ... últimos vestígios da "civilização"...
Pouco antes das onze da manhã estávamos a 860 metros de altitude, a cota mais alta desta "aventura". A altitude nunca é muito elevada ... o sucessivo sobe e desce é que sim, num verdadeiro teste de resistência ... e de paixão pela serra.

Ala arriba...
As agulhas xistosas apontam aos céus...
Descida do "lombo" da Serra Ribeira, entre a Ribeira de Paivô e o Rio Paivô. Ao fundo, Covelo de Paivô.
Lá em baixo está o Paivô ... e tudo o que tínhamos de subir...
Contemplação, êxtase, catarse...

      O calor que sabíamos que viria começava a apertar, pelo que a descida para o vale do Paivô e a chegada às suas águas cristalinas foi saudada com uma autêntica Ode à Água ... de cujo brotar a vida acalenta e se sustenta...

Rio Paivô
          Rio de cristal,
          sorriso e lágrima,
          canto e mágoa,
          água água água.
          Teu brotar a vida acalenta,
          teu cantar as almas dessedenta,
          teu jorrar é o pulsar do coração,
          pérola de orvalho, brilho solar,
          flor em botão.

          Vida a nascer de entre as fragas,
          doce e cristalina voz,
          fonte de alegria.
          Tua ausência faz de nós
          pedras amargas,
          natureza morta e fria,
          canção que o deserto chora,
          benção que a terra implora,
          água água água.
Ode: André Moa (1939-2011)

          Tua limpidez é a face da alegria,
          tua frescura é corpo e ânfora,
          saúde e prazer,
          tua fluidez é boca e lábio a afagar
          o gesto, o verbo, a arte de amar.
          Rio de cristal,
          sorriso e lágrima,
          canto e mágoa,
          água água água...

Rio Paivô
As revigorantes águas do Paivô retiveram-nos durante uma hora ... até porque depois havia que subir a bom subir. Tínhamos pela frente a Costa de Belide, até ao estradão proveniente de Regoufe: 300 metros de desnível em pouco mais de 1 km, por sinuoso e pedregoso trilho ... com a "casa" às costas.

Começa a penosa subida
da Costa de Belide ...
... enquanto o Paivô vai ficando no fundo do vale!
Dêem-me
asas...
Contratámos um Sherpa... J (Foto: Cristina Ferreira)
A experiência de "trepadores" não era homogénea no grupo. Se houve momentos em que a solidariedade, a amizade, a paixão pela união e coesão do grupo marcaram pontos ... este foi um deles. O nosso leader chegou a carregar com três mochilas e sacos, nesta "trepada" da inesquecível Costa de Belide!
Mas o desafio foi vencido e, à vista de Regoufe, iniciámos o troço final do dia ... rumo à Drave.
De repente, à curva do caminho, perdida no fundo do vale ... surge-nos Drave, a aldeia mágica!
Aqui se viveram vidas e passaram gerações...
Pouco depois das três e meia estávamos a entrar na Drave ... o paraíso onde íamos passar o resto do dia e a noite, velha aldeia "perdida" no vale da Ribeira de Palhais, vinda dos lados do Portal do Inferno.

Era neste paraíso que íamos passar o resto do dia
e a noite    (Foto da direita: José Manuel Messias)
Drave não é acessível de carro, não tem electricidade, água canalizada, saneamento, telefone e a rede de telemóvel é praticamente inexistente. Pela Drave passou um povo trabalhador, que foi agricultor, pastor e mineiro. Com o passar do tempo e o declínio das minas, o lugar foi-se despovoando, na procura de uma vida melhor, melhores acessos, melhores condições.
"Triste destino o destino da gente do meu país"...
(Adriano Correia de Oliveira, "Pátria")
No início da década de 90 apenas se encontravam quatro habitantes na aldeia. Um dos casais, o Sr. António e a D.ª Albertina, partiu em 91 e ficaram na aldeia o Sr. Joaquim e a D.ª Aninhas; esta faleceu em 1999, forçando o Sr. Joaquim a viver em Regoufe, onde faleceu no início de 2005.
Estas e muitas outras informações sobre a história e a vida na aldeia da Drave podem ser consultadas no sítio da Base Nacional IV do CNE (Corpo Nacional de Escutas). Porque é que, por exemplo, se deve dizer "da Drave" e não "de Drave"; se nos cruzarmos com pessoas da zona, ou com antigos habitantes, verificamos que é assim que eles se referem à aldeia.
A BNIV tem estado a recuperar algumas das casas da Drave, sendo possível pernoitar nalgumas delas, por marcação feita no site. Nós preferimos contudo a melodia dos lameiros junto à Ribeira de Palhais, onde acampámos. E como se o destino realmente traçasse rumos e metas ... junto ao local onde armei a minha tenda estava ali caída, esquecida, por alguém certamente perdida ... uma vieira de Santiago!

Até na Drave ... Santiago veio ter comigo... :)
A Natureza é genuína
Estávamos francamente no
Paraíso (Ribeira de Palhais)
Tertúlias à volta da fogueira. Voltámos a ser meninos ... voltei aos meus velhos tempos!
(Foto inferior: Guida Sequeira)
A noite foi mágica, como tudo em redor. As águas da ribeira cantavam histórias ... possivelmente levando memórias de suor, de lágrimas, de trabalho, de amores ... histórias de vidas, de gerações...

Domingo era outro dia ... num verdadeiro
despertar dos mágicos...
Drave é realmente uma aldeia mágica ... no seio de "Uma Montanha do Tamanho do Homem", título do excelente filme de João Brochado. Ir à Drave "é uma viagem ao interior mais profundo. Ao interior do país, da memória, da consciência, da humanidade, e ao interior de cada um". "Todos os anos, milhares de pessoas escolhem passar por este lugar..."
Com calma ... sem stress ... usufruindo do paraíso onde estávamos ... domingo era o regresso. Saímos da Drave às dez e meia de uma manhã que prometia um dia mais quente ainda que o de sábado. No percurso de volta passaríamos pelas aldeias de Regoufe e Covelo de Paivô ... estas já minhas "velhas conhecidas" de outras andanças por estas serras. Como se de uma romagem se tratasse, entre a Drave e Regoufe cruzámo-nos com dezenas de forasteiros; embora não carregados como nós ... lá iam à "procura de chegar às razões que fazem da Drave um local tão especial, mágico e marcante na vida de quem por lá passa."

Rumo a Regoufe
Naturezas
mortas
Regoufe
Chegados a Regoufe com a promessa de umas "loirinhas" frescas, o Café "Montanha" fez as delícias do grupo ... mas tivemos de subir quase até às antigas minas para lá chegar. O Café "Montanha" e a sua simpática proprietária, Dª Ilda, é uma referência a reter, inclusive para uma refeição retemperadora. Mas ... nós estávamos em autonomia ... e ainda havia mantimentos nas mochilas... J. 256948423 ou 927733678 são os contactos do Café "Montanha", em Regoufe... J
Do subsolo destes lugares e das montanhas envolventes foram extraídas e exportadas toneladas de volfrâmio - o "ouro negro"... - sobretudo para as forças aliadas durante a II Guerra Mundial, período durante o qual as Minas de Regoufe foram concessionadas a empresários ingleses que faziam a sua exploração.

Entre Regoufe e Covelo de Paivô
Acompanhando o vale da Ribeira de Regoufe e depois do Rio Paivô em que aquela desagua, fomos descendo gradualmente. Aqui já o trilho era meu conhecido, de Outubro de 2012 ... mas agora num dia bem mais quente, com autênticas bolsas de calor, mesmo quando alguma vegetação nos cobria.

Rumo a Covelo de Paivô
"Banho" em Covelo de Paivô (Foto: Guida Sequeira)
Às três da tarde de um dia extraordinariamente quente, Covelo de Paivô estava deserta. Mas do chafariz brotava felizmente fresca e boa água ... que até deu para "duches" da cabeça aos pés... J. Mesmo assim, faltando-nos ainda cerca de 5 km até Candal, agora em permanente subida ... decidimos fazer uma abençoada e prolongada pausa junto às águas do Paivô ... até que os deuses tivessem piedade de nós para a subida ... que só iniciámos às cinco da tarde... J

Foi neste cenário mais fresco, à beira das águas do Paivô ... que "tomámos balanço" para a subida que faltava...
E até o "chefe"
foi a banhos... J
E os deuses tiveram piedade de nós...; na subida de Covelo de Paivô para Candal, não só o Sol abrasador se escondeu atrás de algumas nuvens como até algumas destas desencadearam uma pequena trovoada ... e uma chuva benfazeja! De curta duração e não chegando verdadeiramente a molhar, aquela chuvinha soube muito bem a todos ... ou a quase todos... J
Travessia do Paivô ...
... e a tarde começa a ser de trovoada e alguma chuva benfazeja!
Candal ... regressámos à origem!
Dez minutos antes das sete da tarde entrávamos em Candal, com 24 km percorridos nos dois dias. Os carros lá estavam, junto à igreja ... inclusive um que tinha ficado com a chave na porta!!!
Candal, 19:10h - Os 17 magníficos que construíram a autêntica magia deste fabuloso fim de semana!
E esta foi assim a história de um fim de semana mágico ... numa "romagem" a uma aldeia mágica ... perdida no meio de montanhas mágicas ... de montanhas "do Tamanho do Homem". A história de um fim de semana em que 17 pessoas fizeram amizades e consolidaram as que já existiam; de 17 pessoas diferentes, com sensibilidades e experiências diferentes, mas com pelo menos duas paixões comuns: a paixão pelo desbravar dos grandes espaços ... e a paixão pela Vida verdadeira, a da união e da partilha, a do são convívio, a da interajuda.
Cinco dos seis elementos ... de uma
"Irmandade das Estrelas"...
Bem hajam todos os que participaram nesta "aventura" ... que além do mais reuniu cinco dos "Irmãos" que um dia as estrelas juntaram...J! E um louvor final não só ao meu "Irmão" António Araújo, como também a quem não só o ajudou no reconhecimento e preparação desta fabulosa actividade, como também cumpriu com esforço e dedicação a difícil missão de "cerra filas". Caminhar permanentemente a um ritmo que não é o nosso, com a preocupação de não deixar ninguém para trás ... é uma tarefa que nem todos conseguem com dedicação e afinco. Obrigado também, Paulo Teles!
E agora ... venha a próxima "aventura"...J!
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