sexta-feira, 30 de abril de 2021

Nos trilhos, caminhos e Caminhos ... possíveis

Das margens do Tejo e do Trancão à Arrábida, a Monsanto ... e de volta ao Caminho de Santiago


 
Em tempos pandémicos, neste cantinho do ocidente europeu começa-se, finalmente, a ver uma luz ao fundo do longo túnel que a covid escavou nas sociedades, nas relações interpessoais, nos hábitos e vivências do dia-a-dia ... nos caminhos e Caminhos da Vida ... de uma Vida que, em termos de contacto com a Natureza, é bem mais difícil nos grandes centros urbanos do que na ruralidade ... por exemplo do meu "retiro" raiano.
Antigo pontão da BP, margem do Tejo, 13.Abr.2021 (Ver mais fotos)
Os meus "instantâneos de uma vida ao ar livre" ... têm-se adaptado como possível aos sucessivos estados de emergência ... ao "novo normal" que se espera em breve se venha a aproximar da normalidade pré pandemia. Entretanto, o apelo da Natureza e a necessidade de nos mantermos activos tem levado episodicamente a instantâneos pontuais ... como uma pequena volta de bike no passado dia 13 de Abril, à (re)descoberta da margem direita do Tejo, entre a foz do Trancão e o extremo norte do concelho de Loures ... ou um passeio relâmpago, com a minha "velha estrela", à velha Arrábida do início da nossa vida a dois ... há quase meio século...

Portinho da Arrábida, 17.Abr.2021 ... o nosso velho Portinho, a Anicha ... o local da nossa velha duna, ao fundo
(Ver mais fotos)
Quatro dias depois, numa deslocação trivial, enquanto esperava pela parceira ... o parque de Monsanto chamou-me para uma pequena volta de 5 km ... quase que a fugir à chuva...

Parque do Calhau, Monsanto, 21.Abr.2021 ... a Natureza "dentro" da cidade
No Geomonumento do Parque da Pedra, Monsanto, também a 21.Abr.2021 (Ver mais fotos)
Depois, na aproximação do final do mês e das memórias dos Caminhos de Santiago já percorridos ... o Universo juntou três Santiagueiros. O João (que conheci em San Juan de Villapañada em 2017, no Caminho Primitivo) não conhecia as etapas iniciais do Caminho Português Central ... que começa em Lisboa, na Igreja de Santiago. Eu e a Madalena (a minha panaymi peruana) fomos-lhe "mostrar" as primeiras etapas ... porque nunca me canso, nunca nos cansamos ... de estar no Caminho ... e de Viver a Amizade. E como eu preciso de me ver n'O Caminho! Sinais do Universo? Oxalá!
Igreja de Santiago, Lisboa, 27.Abr.2021 ... E aqui começa o Caminho
"É terça-feira, feira da ladra, abre hoje às cinco da madrugada" ... e era mesmo terça-feira...
Um brinde à Vida, à Amizade!
Três Peregrinos no Caminho, junto à Ponte Vasco da Gama e a Dª Catarina de Bragança
E já estamos na várzea do Trancão ... no "meu" Caminho
Subida à Bobadela ... para uma pequena "pausa" de convívio e Amizade...
Três dias depois ... os mesmos três peregrinos avançaram uma etapa mais ... mas hoje com a surpesa de sermos quatro: a minha "estrela raiana" brindou-nos com a sua companhia ... quem sabe se a preparar já ... o seu primeiro Caminho de Santiago... 🙏
Menos urbana, a etapa da Bobadela a Alverca mostra aquilo que infelizmente a maioria dos peregrinos de Fátima desconhecem: o Caminho marcado, pela várzea do Trancão, fora do bulício e do perigo da estrada por onde, nestas datas, já se vêem ... os adeptos do alcatrão permanente.
30.Abr.2021 - Regressamos à várzea do Trancão ... e desta vez somos 4 (Foto: Madalena Estácio Marques)
Ruínas da Quinta do Monteiro Mor
no Caminho de Santiago e de Fátima
Capela do Mártir São Sebastião, na Granja de Alpriate
Albergue de Alpriate, o 1º Albergue do Caminho
Português depois de Lisboa
Uma estrela ... que talvez já se está a sentir no
Caminho das Estrelas...
É só seguir as setas...
(Foto: Madalena Estácio Marques)
Duas Peregrinas alegres... 😍
Passados os campos de Alpriate e da Póvoa, chegamos à beira Tejo, rumo a Alverca
Pelos trilhos ribeirinhos da Verdelha e da Estação, às três e meia estávamos em Alverca ... onde terminámos estas duas etapas do Caminho Português Central;
Os 4 Peregrinos da 2ª etapa 🙂
(Clique para ver o álbum completo)
ali ... já só faltavam cerca de 570 km para Santiago...! Assim a pandemia nos deixe seguir as estrelas ... tanto mais que este foi o último dia de Estado de Emergência em Portugal.
Alverca, Museu do Ar, 30.Abr.2021, 15h30
Regressados à Bobadela ... havia lanche 😉

domingo, 11 de abril de 2021

Pelas cascatas de Santiago e da Ribeira do Boição

Duas amigas da "família" caminheira Gaspar Correia - as mesmas que levei à "volta à várzea do Trancão", no passado dia 7 de Março - desafiaram-me para as levar às cascatas da Ribeira do Boição ... onde já fui "milhares" de vezes ... mas onde aceito sempre com gosto um desafio para voltar ... particularmente se lhes acrescentar a Cascata de Santiago, que descobri em Fevereiro passado, próximo de Santiago dos Velhos.
Subindo a Serra do Boição, 11.Abr.2021 (Foto: Noémia Almeida)
Assim, na manhã de um domingo de uma incipiente Primavera, entre o Sol e a ameaça de chuva que não veio, lá fomos até Bucelas, ou melhor, à Quinta do Boição, não para o casamento de ninguém, mas para dar a conhecer esta bonita zona meia rural às proponentes ... e à minha "estrela arraiana", que, como a caminhada era curta e fácil, também alinhou.
Deixando o melhor para o fim, começámos por subir a vertente poente do geodésico de Boição, por belos trilhos de carrasco, paralelos à estrada de Bucelas a Santiago dos Velhos. Um portão fechado a cadeado levou-nos a um curto desvio; atrás de nós, a sul, tínhamos a Serra do Serves, mas nós estávamos a rumar a norte.
Pouco depois das onze horas e com apenas cerca de 4 km percorridos, estávamos na Cascata de Santiago. Pois ... muito menos água do que em Fevereiro ... e muito mais gente; domingo, pós confinamento mais apertado ... muita gente à procura da liberdade na Natureza; fizemos "turnos", entre o nosso e dois outros pequenos grupos.
Ao fundo, Santiago dos Velhos, no Concelho de Arruda dos Vinhos
Cascata de Santiago ... we believe we can fly... (Foto: Natércia Dias)
E da Cascata de Santiago ... a caminho das cascatas da ribeira do Boição
Virando agora a oeste e a sul, lá estávamos no trilho onde, em Fevereiro ... eu já quase não sabia o que era bike e o que era lama. Agora não havia praticamente lama ... e pouco depois do meio dia estávamos junto à Ribeira do Boição e à primeira cascata, pequena. Depois ... depois o excesso de vegetação confundiu um pouco a localização da cascata principal ... o que de qualquer modo proporcionou uma épica subida do curso da ribeira ... tipo todo o terreno ... e tipo toda a água... 😜

Cascatas do Boição, afluente do Trancão na zona de Bucelas. Em domingo de Primavera ... muita afluência...
Pouco depois da uma da tarde estávamos de regresso à Quinta do Boição e aos carros. A viagem de regresso a casa foi curta, todos moramos na "capital do Império" ou arredores. Mas as paisagens e a envolvência pareciam ter-nos levado para mais longe. Não há-de ter sido a última vez que ali fui ... hoje, pela primeira vez, com a minha moçoila 🙂.
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