sábado, 1 de abril de 2023

Marcha Oceânica ... 45 km do Cabo Espichel ao Cristo Rei

Pelo segundo ano consecutivo, o Grupo Desportivo Unidos do Arco, de Corroios, pôs de pé uma prova de resistência pedestre, não competitiva, com a qual pretende mostrar a Costa Azul aos caminheiros de todo o país.
Com partida do Santuário de Nossa Senhora do Cabo (Cabo Espichel), a Marcha Oceânica desenvolve-se ao longo da costa, com vistas excepcionais para o Oceano Atlântico e as suas praias, passando em vários locais históricos e de rara beleza paisagística, até ao Santuário do Cristo Rei.
Já anteriormente uma outra colectividade do Concelho do Seixal tinha realizado provas idênticas, em que nunca se proporcionou participarmos, pelo que em Maio de 2018 a minha "Mana" Cristina quis palmilhar aquela costa, embora numa versão um pouco mais curta do que esta 2ª Marcha Oceânica do GDUA, em que ambos participámos ... juntamente com os mais de 250 outros caminheiros inscritos. E foram ... 45 km de Sol a Sol ... 45 km de festa, de divertimento, de alegria. No dia 1 de Abril, dia das mentiras ... a grande Marcha Oceânica foi verdade!

Passavam poucos minutos das 7h da manhã quando iniciámos a Marcha Oceânica 2023, no Santuário da Senhora do Cabo
Desde início que começámos a testemunhar uma logística muito bem montada e organizada. O ponto de encontro foi no Pavilhão Multiusos da Quinta da Marialva, em Corroios, a umas madrugadoras 5 horas da manhã, onde quem ainda não o tinha recebeu o kit de participação, constituído por um "passaporte" para carimbar nas sucessivas etapas da Marcha e algumas lembranças ... e onde nos esperava o primeiro de vários reforços alimentares extraordinariamente bem servidos, em quantidade e diversidade. Às seis horas, dali partimos em seis autocarros para o Cabo Espichel; sim, leu bem, seis autocarros ... estavam inscritos 254 caminheiros, individualmente ou das mais diversas colectividades!
Com a "Mana" Cristina, que regista o Sol nascente ...
... caminhamos na escarpa norte da Praia dos Lagosteiros
Com cerca de hora e meia de Marcha estávamos na praia da Foz e meia hora depois no Campimeco, onde se encontrava o primeiro controlo de passagem ... e o segundo reforço alimentar. O destino seguinte era a Praia do Meco (ou do Moinho de Baixo), passando junto ao Memorial aos seis jovens que ali morreram afogados em 15 de Dezembro de 2013, na prática de praxes académicas na praia, à noite; as reais circunstâncias da morte nunca foram completamente esclarecidas.
Descida para a Praia da Foz da Ribeira das Lajes, 08h35
Belas paisagens litorais, entre a foz da Ribeira das Lajes e o Moinho de Baixo (Praia do Meco)
Na Praia do Meco, 10h10 e
Memorial às vítimas do Meco
E subimos da Praia do Meco para os Medos da Lagoa de Albufeira
Junto à Lagoa de Albufeira, com 15 km percorridos, esperava-nos novo reforço alimentar ... e a mim esperava-me também um "encontro imediato" embora previsto. Os meus "Manos velhos" Graça e Zeca, estando na Lagoa, fizeram questão de ir ver passar esta invasão de mais de 200 caminheiros ... e de me dar um abraço 💞; curiosamente quem os viu primeiro até foi a "Mana nova" Cristina 😂
Sobre a Lagoa de Albufeira, 10h45 - Mais um dos muitos e bem recheados reforços alimentares desta Marcha Oceânica
Na Lagoa de Albufeira ... tinha um
"encontro imediato" à minha espera 😂
E a Marcha prossegue para norte ... agora rumo ao mar ...
Mas tal como para Moisés no Mar Vermelho ... o mar abriu-se para deixar passar o "povo" caminheiro 😅
A norte da Lagoa de Albufeira, seguiram-se os trilhos entre o mar e a Herdade da Apostiça, até às instalações da NATO, rumo à Fonte da Telha, onde nos esperava um belo almoço nas instalações do RAC - Bateria da Raposa. Toda esta logística e organização foi realmente cinco estrelas.

20 km percorridos ... e ainda não era meio dia
Almoço e pequena pausa de descanso, na Bateria da Raposa, Regimento de Artilharia de Costa
Depois do almoço entrámos na Mata Nacional dos Medos e na Arriba Fóssil da Costa da Caparica. O dia, que raramente esteve de Sol aberto, encobriu-se e chegaram a cair algumas gotas de chuva, poucas, mas as arribas litorais e o mar apareciam por entre a mata, enquanto a Marcha avançava célere para os Capuchos, cujo Convento se encontra em obras de restauro.

Da Fonte da Telha ao Miradouro dos Capuchos, ao longo da Arriba Fóssil da Costa da Caparica
A norte dos Capuchos e com a Costa da Caparica à vista, cruzada a A38 - a via rápida da Caparica - ainda inflectimos para ocidente, para uma zona que pessoalmente desconhecia totalmente, junto ao Alto da Raposeira e às ruínas do Forte de Alpena, com uma espectacular panorâmica sobre a Caparica, a Trafaria, a foz do Tejo, a linha de Cascais e a Serra de Sintra, nas nuvens.

Panorâmica de perto do Alto da Raposeira para sul e para noroeste, sobre a Caparica e a foz do Tejo
Cinco minutos antes das seis da tarde estávamos com 40 km percorridos, entre a Trafaria e o Monte da Caparica onde tínhamos o penúltimo carimbo no "passaporte" ... e o último reforço alimentar em Marcha, nas instalações da Escola Profissional da Federação de Campismo e Montanhismo - FCMP.
18h45 - Fome ninguém passou seguramente, nesta Marcha Oceânica 2023 😂
Estávamos a menos de três quilómetros do destino ... que contudo só começámos a ver pouco antes de cruzar a A2, junto às portagens da Ponte 25 de Abril. Subimos o Pragal ... e às 19h45, com 45 km nos pés ... o Cristo Rei recebia-nos de braços abertos e com fanfarra! A grande Marcha Oceânica 2023 tinha sido de Sol a Sol, mas tinha sido também uma grande festa de confraternização e de alegria!

Cristo Rei, 19h45 - Missão cumprida
(Clique na foto para ver o álbum completo)
Clique no mapa para ampliar ou aqui para ver no Wikiloc
O Grupo Desportivo Unidos do Arco está sem dúvida de parabéns. A 2ª Marcha Oceânica foi um sucesso a todos os níveis e um exemplo de organização e de controlo logístico. As pausas para reforço alimentar pareceram longas, mas tratando-se de uma prova de resistência, não competitiva, o objectivo foi manter o maior número possível de participantes ... e o objectivo foi francamente conseguido, já que houve muito poucas desistências entre os mais de 250 inscritos que compareceram à partida.
No final, de regresso ao Pavilhão Multiusos da Quinta da Marialva, em Corroios ... ainda nos esperava um belo caldo verde e umas belas bifanas ... regadas com as bebidas que cada um quisesse e acompanhadas com o muito que sobrou dos reforços alimentares: fruta, salgados, doces ... dos quais o meu eleito, os rectângulos de farinha torrada típicos de Sesimbra e "arredores". Apesar dos 45 km ... não emagreci... 😂

1 comentário:

Rui Cortes disse...

Magníficas fotos...esta era uma marcha que eu adorava ter feito...se soubesse...