Em Junho de 2008, numa longa jornada a solo, desci as
encostas do Xálima, descobri o paraíso das piscinas naturais de
Jevero e da
ponte de Carrecia, subi o vale da
Cervigona, até à pequena barragem do
Prado de Las Monjas, para acompanhar depois a ribeira de
Acebo até à base da
cascata da Cervigona, junto à antiga "fábrica de luz". Aquela cascata - uma das "princesas" da
Sierra de Gata - ficou-me sempre na memória; se em Junho ela tinha a imponência que então me apresentara ... como estaria após semanas de chuvas intensas?
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Puerto de Perales, 11.Jan.2014, 7:48h: O Sol acaba de nascer |
De novo em jornada a solo, saí assim de
Vale de Espinho rumo às terras de
Xalmas, o deus vetão das águas ... o meu
nickname em diversas áreas na internet...
J. Por
Navasfrias e
Payo, o ponto estudado para dar corda às botas e às pernas foi no
Puerto de Perales, limite entre terras castelhanas e estremenhas. Com o Sol ainda a espreguiçar-se de uma longa noite, a
Sierra de Gata acordava para aquele que viria a ser um belo dia.
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E aí está o Xalmas imponente (Xalmas, Xálima, Jálama, Xalama...) |
O objectivo era contornar, a norte, as cabeceiras das diversas linhas de água que correm para a
Ribera de Acebo, que alimenta a pequena barragem do
Prado de Las Monjas e as piscinas naturais de
Jevero, próximo de
Acebo, que no verão são chamariz de tantas e tantas gentes. Logo do
Teso de Santa Marta, ainda a 965 metros de altitude ... a cascata da
Cervigona lá estava, do outro lado do vale. Aquela zona é um verdadeiro miradouro natural para o
Xalmas e toda a sua encosta nordeste.
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A Cervigona surge nas faldas do Xálima |
Pelo corta fogo que separa Castela da Extremadura, subi o
Cerro de La Pizarra até onde, em 2008, tinha subido desde o vale de
Acebo. Depois ... depois era o corta mato até ir ao encontro da parte alta das
tuberías da antiga "fábrica de luz", a central eléctrica que outrora aproveitava a energia destas águas revoltas. Na minha memória ficou sempre o que tinha sido aquele pequeno troço ... a subir ... que agora foi a descer. Na parte inicial, o
sendero ... desaparecia no mato tão misteriosamente como depois reaparecia. Até às
tuberías ... foi corta mato puro e duro...
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No meio da "selva" ... aparecem vestígios de épocas que o tempo apagou |
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E chego às "tuberías" da velha "fábrica da luz" |
Ao longo deste percurso, e também já no fundo do vale, a caminho da
Cervigona, cruzei-me com diversos pequenos grupos de caminheiros. Neste confins "perdido" da
Sierra de Gata, em Janeiro, não estava à espera de encontrar tanto
senderista.
Com mais de 400 metros de desnível vencidos em menos de dois quilómetros, chegar ao vale da
ribera de Acebo ... é chegar ao paraíso! Águas que parecem de cristal, no meio de uma vegetação rica e densa, um mundo à parte, longe das crises e do bulício dos aglomerados.
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E chego às águas límpidas da Rivera de Acebo |
A
Cervigona são mais propriamente duas imponentes cascatas da
Rivera de Los Alisos, que se despenha no vale para logo se juntar à
Rivera de Acebo. Subindo um pouco o seu curso, diversos conjuntos de mariolas assinalam bem o caminho até à base das cascatas. Para uma melhor perspectiva, as agulhas xistosas facilitam a trepada até diversos estreitos patamares, de onde se assiste àquele fabuloso espectáculo natural. Fotografias ... são sempre mais que muitas...
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Cascatas da Cervigona: |
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retalhos de magia
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Da Cervigona, a Rivera de Acebo corre célere para o vale |
Pouco abaixo da base das cascatas situam-se as ruínas da "fábrica de luz". Memórias atrás dos tempos...! Memória também de alguém que se apaixonou por estas terras, eternizada numa placa que passa despercebida, na parede de uma ruína: "
A nuestro angel de la guarda. Descansa en los senderos que te vieron caminar. Siempre estarás con nosotros."
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Ruínas da antiga "fábrica de luz" |
Da "fábrica da luz" à barragem do
Prado de Las Monjas foi uma rápida mas bonita descida, ao longo do vale. Do paredão da barragem, percebia-se já a zona das piscinas de
Jevero, as belas piscinas naturais de
Acebo, junto à
Ponte de Carrecia.
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A caminho do Prado |
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de las Monjas |
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Abre-se o vale de Acebo |
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Barragem de Prado de Las Monjas |
Dos 550 metros de altitude do
Prado de las Monjas ... havia que subir de regresso ao
Puerto de Perales ... acima dos 900 metros. O percurso foi o da senda da
Jara del Rey, nome do
arroyo que corre da encosta poente do
Teso de Santa María e que conduz também ao miradouro de
La Ventosa, com espectacular panorâmica sobre a barragem e todo o vale, com o "meu"
Xalmas sempre a dominar.
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Ao longo da Jara del Rey |
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No miradouro de La Ventosa |
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"Fronteira" Extremadura / Castilla, com o Xalmas a dominar ... e o destino está já próximo |
Reentrando em terras castelhanas, pouco faltava já para o
Puerto de Perales ... e o "bólide" lá estava onde o deixei, com umas boas horas de descanso. A
Sierra de Gata tinha-me acabado de mostrar uma das suas princesas, em todo o esplendor da água e da vida. O regresso a
Vale de Espinho não tardou...
2 comentários:
É um regalo para a alma pousar os olhos neste blogue com título aquilino...
Obrigado pela partilha.
Obrigado pelo amor, pelo carinho e pelo gosto com que reproduzes as belezas naturais das "nossas terras" (de todos)!...
Continua!...
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