domingo, 16 de fevereiro de 2020

Das encostas da Freita aos passadiços de Esmoriz

com os Caminheiros Gaspar Correia

Uma semana antes do Entrudo, como tradicionalmente ... os Caminheiros Gaspar Correia levaram a cabo a sua actividade carnavalesca, num misto de percursos pedestres, cultura ... e festa.
Trebilhadouro e o vale mágico
Sábado, 15 de Fevereiro
Pouco antes do meio dia, após a viagem desde Lisboa, estávamos próximo da aldeia de Fuste, em terras de Vale de Cambra, na encosta poente da Serra da Freita.
Próximo de Fuste, 15.Fev.2020, 11h50
Cruzada a ribeira por velha ponte romana, logo começámos a subida para a aldeia de Trebilhadouro. Desabitada durante décadas, a aldeia foi recuperada para turismo rural. Está perfeitamente integrada na paisagem envolvente e mantém a traça da casa rural portuguesa em granito, material que se estende aos caminhos. Diz a tradição que o nome deriva de um tesouro, formado por "três bilhas de ouro".
A pouco mais de 1km da aldeia, num afloramento granítico ao lado de um pequeno riacho, localizam-se as gravuras de Trebilhadouro; os motivos gravados incluem espirais, covinhas, linhas e armas (provavelmente um machado de pedra).

Aldeia de Trebilhadouro ... onde começámos pelo almoço
Gravuras de Trebilhadouro, cerca de 1,2 km acima da aldeia
De Trebilhadouro descemos para Sandiães e para o vale do Caima, ao longo do PR4, o bem marcado percurso do "vale mágico". Efectivamente, esperava-nos um pequeno paraíso, nas margens da albufeira Engº Duarte Pacheco e ao longo da Levada de Santa Cruz, na margem esquerda.

O paraíso do vale mágico de Sandiães à Barragem Engº Duarte Pacheco e à Levada de Santa Cruz, no rio Caima
Antes das três da tarde estávamos em Rôge, onde se destaca o complexo religioso constituído pela Igreja de S. Salvador e pelo Cruzeiro, classificado Monumento Nacional em 1949. Ambos os monumentos apresentam traços de estilo barroco, tendo sido edificados em meados do século XVIII. O cruzeiro terá sido derrubado pelo temporal ciclónico de 1945 e restaurado em 1947.
Igreja de S. Salvador, Rôge, 14h50
Terminada a caminhada, o programa de sábado incluiu ainda uma componente cultural em Ovar, onde os azulejos são um bem patrimonial e um elemento diferenciador que marca a imagem e a história da cidade.
Espectadoras atentas, Ovar, 16h10
A expressão “Ovar, Cidade - Museu Vivo do Azulejo”, resulta da quantidade e diversidade de fachadas azulejadas e ornamentadas que pudemos testemunhar, datadas dos século XIX e XX.
Ovar, a Cidade - Museu Vivo do Azulejo
Bem ... e à noite havia festa. O já tradicional Carnaval Caminheiro foi desta vez em Esmoriz, no Hotel "La Fontaine", onde ficámos alojados. Como sempre, cada um deu asas à imaginação criadora... 😋
Há "famílias" para todos os gostos ... incluindo trogloditas ... incluindo a minha neta Sofia... 😊
Passadiços e ecovia de Esmoriz a Espinho
Domingo, 16 de Fevereiro
Carregadas as baterias durante a noite, no programa de domingo passávamos da serra ao ambiente litoral, entre Esmoriz e Espinho, incluindo o Parque Ambiental do Buçaquinho e os passadiços e ecovias que atravessam a Barrinha de Esmoriz e conduzem a Espinho.

No Parque Ambiental do Buçaquinho, Esmoriz
Entrada nos passadiços da Barrinha de Esmoriz
A Barrinha de Esmoriz, também chamada Lagoa de Paramos, é uma lagoa costeira de água salobra. Ao longo deste litoral foram construídos 8 km de passadiços que transformaram a zona num belo e rico circuito de Natureza. É possível a observação da avifauna, regressar ao ponto de origem, ou continuar pela ecovia litoral até Espinho, como fizemos.

O futuro do Grupo de
Caminheiros Gaspar Correia... 😊
"O mar não é de ninguém"... (2 últimas fotos: Raul Branco)
Às 11h30 estávamos junto à Capela de Nossa Senhora da Aparecida, na praia de Paramos. Ali, na capela frente ao mar revolto e ao longo do troço que nos faltava até Espinho ... como que ouvi no ar a "Romaria", na voz doce da saudosa Elis Regina. A muitos quilómetros dali ... também alguém a ouviu...

Capela de Nossa Senhora da Aparecida (Capela também de S. João do Mar), na Praia de Paramos
... e seguimos junto ao mar ... ao som da "Romaria", na voz doce de Elis Regina
Meia hora depois estávamos a entrar em Espinho, pela Capela de Nossa Senhora da Guia. As actividades de mais um fim de semana caminheiro estavam a terminar ... mas não sem um retemperador almoço no Restaurante "Terra e Mar" ... a que se seguiu a viagem de regresso aos "ninhos". Com os seus 9 anitos, a minha potencial herdeira da paixão pedestre viveu a sua primeira actividade de dois dias ... e viveu-os com toda a referida paixão e garra. Parabéns, Sofia!
Entrada em Espinho, junto à Capela de Nossa Senhora da Guia

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