Pelas águas dos Entremontes, das Balsas e da Serra Madeira
Neste frio final de Fevereiro ... cá estou mais uma vez no meu retiro de
Vale de Espinho. E como estar cá é um convite permanente à descoberta ... lá fui de novo (re)descobrir mais águas que correm para o
Côa. Nas últimas "etapas" desta senda, tinha privilegiado a margem esquerda do Côa, culminando já em Janeiro nos
"mistérios" do Vale da Maria, da Fonte Moira e da Assentada. Agora, em duas tardes em que
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O Côa a montante de Vale de Espinho, 25.02.2013 |
o Sol não aqueceu mais do que uns escassos 4ºC - e uma terceira a prometer a neve que já cai em abundância - percorri as principais linhas de água que, na área geográfica de Vale de Espinho, correm para a margem direita, vindas das encostas da
Serra Alta, de locais cujos nomes estão gravados nas memórias das gentes desta "minha" aldeia. Dos
Entremontes, por exemplo, vêm as primeiras águas para os lameiros das
Braciosas ... as Braciosas onde o tempo foge, sem nos darmos conta que o tempo fugiu...
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Braciosas ...
"Quando estou sentado no meu cadeirão, sob o mustageiro, é esta a
paisagem. .... ali o tempo foge sem eu dar conta que o tempo fugiu.
Sempre o tempo ... o passado, o presente e o futuro."
José Domingos Martins Clemente
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Das
Balsas e das
Cortes vem o
Rio Gordo, que recebe também águas do
Lameirão e das alturas do
Cabeço Melhano, desaguando no Côa no sítio do
Regordo; das faldas da
Serra Madeira, do
Seixel, das "minhas" sagradas
Fontes Lares, das
Guizias e da
Coba Grande forma-se a rede do
Ribeiro da Presa.
Foram estes os lugares por onde peregrinei, nas tardes de 2ª e 3ª feiras, 25 e 26 de Fevereiro. Todos estes lugares são-me já familiares, conheço-os e conhecem-me ... mas a minha "viagem" não acaba nunca...
"O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na Primavera o que se vira no Verão, ver de dia o que se viu de noite, com o Sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles.
É preciso recomeçar a viagem. Sempre." (José Saramago)
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As águas dos Entremontes vêm regar os lameiros das Braciosas |
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"Rios capilares, ainda tímidos, ensaiam os primeiros passos..." (António Mousinho) |
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Na magia dos bosques... |
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"As ovelhas são animais temerosos, que correm e se
alimentam em rebanho, indiferentes ao forasteiro que
entra no seu território!" (António Mousinho) - Entremontes |
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Cortes, Vale do Rio Gordo, 25.02.2013, com "os carvalhos ainda dormentes, de tanto frio..." (António Mousinho) |
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Queda de água no Rio Gordo, sítio das "Tchafurdas", 26.02.2013 |
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De novo nas Cortes, onde a água escorre de todas as fontes |
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Quem me dera voar ... |
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... sobre as Balsas |
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Nas "sagradas" Fontes Lares |
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Nas Guizias, berço das águas do Ribeiro da Presa |
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Ribeiro da Presa |
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Cores de um fim de tarde, 26.02.2013, 18:05h |
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São horas de regressar a casa ... |
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porque o Sol também se está a deitar no horizonte... |
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Percurso de 2ª feira, 25.02.2013 (clique para ver no Wikiloc) |
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Percurso de 3ª feira, 26.02.2013 (clique para ver no Wikiloc) |
E depois de dias soalheiros, a previsão para hoje ... era de neve! E a neve começou a cair, bem cedo ... mas parou ao fim da manhã. A Natureza sabia que eu queria ir completar esta "peregrinação" pelas linhas de água da margem direita do
Côa, na área de
Vale de Espinho.
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27.02 - A neve tinha começado a cair em Vale de Espinho |
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11:45h - Ela cai de mansinho, branca e leve... |
A terceira jornada consecutiva destinei-a ao Ribeiro da
Có Pequena. Vindo da "coba" do mesmo nome, o ribeiro também se chama do
Cabeludo, ou ribeiro das
Veigas ... ou o ribeiro que divide a
Barreira do
Povo, junto à
Fontainha de Vale de Espinho.
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No cruzeiro da Có Pequena, 27.02.2013 |
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Descendo o vale do Ribeiro da Có Pequena, ou do Cabeludo ... ou das Veigas |
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E o Ribeiro entra em Vale de Espinho, pelo Cabeludo ... |
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... separa a Barreira do Povo ... |
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... alimenta a Fontainha ... |
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... e segue o seu curso para o Côa |
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Veigas, Vale de Espinho ... que memórias... |
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Lameiros do Engenho, junto à foz do ribeiro das Veigas |
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Côa, como eu te oiço e te sinto... |
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Passada a velha Ponte de Vale de Espinho, o Côa segue o seu curso... |
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Percurso da Có Pequena, 27.02.2013 (clique para ver no Wikiloc) |
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Vale de Espinho, 27.02.2013, 22:45h - Branca é a noite... |
Pouco depois do regresso desta terceira jornada ... a neve começou a cair copiosamente em Vale de Espinho e nas terras raianas ... e até agora ainda não parou!
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