Depois do fim de semana com a minha "família" caminheira, continuo em terras raianas. Alguma outra jornada pedestre surgiria naturalmente, apesar do tempo frio e ventoso. Parado é que não. Aliás, nestas "minhas" terras, acontece-me sempre como ao mestre
Leal Freire:
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A caminho da raia, 16.02.2012 |
Corri à guisa do vento
Ao certo nem sei as léguas
Se a rota é mesmo a contento
As pernas não pedem tréguas
(Manuel Leal Freire, poeta arraiano)
Assim, na companhia de um amigo natural de Vale de Espinho (que aliás acompanhou a segunda caminhada com os Caminheiros Gaspar Correia), o dia de ontem foi dedicado a uma "romagem" a um meu local de culto, onde há já algum tempo não ia: a
Quinta do Major, no coração da Malcata ... as terras do lince. Linces infelizmente já não os há, mas aquele lugar mágico é sempre cativante e convidativo à poesia, à meditação, à viagem no tempo, para um passado esquecido e muito pouco conhecido. À beira do
Bazágueda e do
Ribeiro da Casinha, fiquei satisfeito de ver correr água, neste inverno extraordinariamente seco.
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Atingida a Lomba, a direcção é Sul! |
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Os dois caminhantes no Cabeço do "Crelgo", 1011m alt. |
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A Marvana, sempre a Marvana, serra de lendas, de histórias e de estórias |
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"Mistérios" da Malcata |
Antes das oito horas, saíamos assim de
Vale de Espinho rumo à raia. O mesmo percurso que ainda há pouco mais de um mês segui, quando da "romagem" às
lendas da Marvana.
Marvana que aliás tínhamos no horizonte, até começarmos a descer o
Vale Feitoso, rumo à
Quinta do Major.
Com 15 km percorridos em 3 horas, pouco antes das 11h estávamos à beira do
Bazágueda. Os meus receios de o ver quase seco foram felizmente infundados; pouca água, mas alguma. E o encanto daquele lugar cativou o meu companheiro de jornada, que, apesar de Valespinhense, nunca ali tinha ido.
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No paraíso do Bazágueda, junto à Quinta do Major |
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Cruzando o Bazágueda |
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Água da vida, água espelho, água divina |
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Bazágueda: águas e sombras, Natureza e vida |
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Quinta do Major, Casa Grande: que histórias, que mistérios, que labutas guardam estas paredes? |
O que continua a não cativar ninguém é o autêntico crime do abandono a que as antigas casas florestais foram votadas. Mas por ali nos detivemos ... e fizemos o primeiro reforço alimentar.
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Casa abrigo da Quinta do Major: dinheiros públicos ao abandono... |
O
Ribeiro da Casinha e as ruínas que testemunham a vida e o labor das gentes que ali trabalharam - no pão, na azeitona - fizeram-nos recuar no tempo, deambulando por entre aquelas velhas paredes, muros, engenhos, mós.
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"Casinha" da Quinta do Major, junto ao Ribeiro da Casinha |
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Guardião da casa... |
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Ribeiro da Casinha |
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Vestígios de um tempo que não volta... |
O regresso foi pela
Malhada Medronheira e
Carvalhos Basteiros. Paisagem típica do interior puro e duro da Malcata ... em que dos 620 metros de altitude da Quinta do Major voltámos acima dos mil metros.
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Quinta do Major, vista já da subida para a Malhada Medronheira |
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Paisagem típica do interior puro e duro da Serra da Malcata |
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Carvalhos Basteiros: painel interpretativo
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Casa abrigo da Ventosa: outro crime ao abandono!... |
Por volta das 14:30h foi a nossa segunda paragem de descanso e de reforço alimentar ... junto a outro crime de património ao abandono: a Casa Abrigo da
Ventosa, com capacidade para mais de 20 pessoas ... jaz abandonada na encosta sul da Malcata, virada ao morro de Monsanto, e às terras de Penamacor.
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Casa abrigo da Ventosa ... mais um paraíso ao abandono |
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Ali é Vale de Espinho! |
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E é mesmo! Vale de Espinho visto da Lomba |
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Ribeira do Vale da Maria ... |
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... e o Côa, no Pisão; estamos quase em Vale de Espinho |
Pelo
barroco branco,
Cabeço da Moura,
Pelada e
Vale da Maria ... antes das seis da tarde estávamos de regresso a Vale de Espinho, com 34 km nos pés. Sem dúvida mais uma bela jornada por terras da Malcata ... em que o filho adoptivo fez de guia a mais um filho biológico da raia... :)
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Vale de Espinho, 17:50h - 10 horas
de caminhada, 34 km percorridos |
Fica o
link para o álbum completo de fotos desta jornada e o percurso efectuado:
2 comentários:
Amigo!
O nosso Portugal tem locais tão lindos!!
Ainda bem que há pessoas que procuram e valorizam todos os cantinhos, apesar de muitos deles estarem quase ao abandono...prefiro dizer adormecidos! Temos de acreditar que um dia irão acordar, tal como o sonho desta vida :)
Obrigada pela partilha,
um grande abraço!
Bem haja pela partilha.
Um paraíso, mal explorado pelo turismo mas isso sao outras politicas.
Um passeio magnifico aqui relatado e uma boa condição física.
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