sábado, 14 de julho de 2018

De Assafora à Samarra e S. Julião ... ao pôr do Sol

Habituado a caminhadas a começar ao, ou pouco depois, do nascer do Sol, desta vez os Novos Trilhos desafiaram as "tropas" para uma caminhada cujo mote era ... o pôr do Sol. O que, neste Verão tão tímido, não era garantido; sem Sol ... não haveria pôr do Sol... 😕

Praia de S. Julião, 20h48 - o Sol vai recolher no fim de mais um dia (Foto: José Manuel Messias)
Mas como o Universo acompanha os bons caminheiros (e não só, claro... 😊) ... o Sol apareceu na costa oeste. E as "tropas" responderam ao apelo do grande chefe dos NT: "Bora lá pessoal! Está sol e calor no Oeste! Tudo a conjugar-se para uma bela tardada ... não se esqueçam dos frontais..."
Acampamento junto às grutas
de Assafora ... em 02.10.1976
E assim, às cinco da tarde estávamo-nos a juntar em Assafora ... como que para reviver memórias de há mais de 40 anos, quando por ali acampei com a minha "colega especial" e outro(a)s colegas da Faculdade, para estudo dos morcegos da Gruta do Fojo. A história popular desta gruta assenta numa lenda que conta que em tempos uma pequena pastora perdera uma das suas ovelhas naquela zona. Dando conta da existência de uma fenda, pensou ser ali que estava a sua pequena ovelha perdida, mas entrando na gruta a pastora tanto andou, tanto andou ... que deu de caras com o diabo e não mais de lá saiu. Diz-se que, em certos dias, ainda hoje é possível ouvir a pobre menina a chorar fugindo do diabo, no poço que fica situado no centro da aldeia. Há 42 anos, contudo ... nem vimos o diabo nem ouvimos a menina pastora...; mas agora, pelo sim pelo não ... passámos longe da gruta... 😉.

Ponte romana da Catribana       
De Assafora, descemos à praia da Samarra, passando pela ponte e calçada romana de Catribana. E na Samarra tomámos o rumo norte, sempre ao longo da costa, descendo e subindo os desníveis criados pelas diversas linhas de água que se dirigem ao mar. A tarde estava limpa, apesar de a Serra de Sintra, a sul, se encontrar coberta de nuvens ameaçadoras, tal como também as havia para o interior nordeste.

18h40 - Descida à praia da Samarra ...
... e subida da Samarra em direcção a norte
Formações rochosas
escultóricas
Em permanente sobe e desce, ao longo da Costa Oeste
Para sul, ao fundo, as Azenhas do Mar e o Cabo da Roca
Para norte, ao fundo, a Ericeira
A magia do mar, dos pequenos areais, do voo das gaivotas, sucede-se de imagem em imagem
E o Sol prepara-se para fechar mais um dia...
Cumprindo a promessa, entre as 20h30 e as 21 horas, a caminho da praia de S. Julião, o Sol ofereceu-nos um espectáculo de cor. Algumas nuvens ocultaram o recolher do astro rei no mar, mas até muito pouco antes a paleta permitia-nos sonhar com outras paragens ... com uma finis terrae que, também nestas paragens, marcava o fim do mundo conhecido.

Praia de S. Julião, entre as 20h30 e as 21h00 - Nestas que também são terras do "fim do mundo", o Sol recolhe-se no mar
De S. Julião havia que regressar à Assafora. 6 km percorridos já quase completamente à luz dos frontais, por trilhos que vão ladeando a ribeira do Falcão. E antes das onze da noite estávamos de regresso. 18,5 km de uma bela caminhada, nos trilhos da bela Costa Oeste ... ao estilo Novos Trilhos.

Regresso de S. Julião à
Assafora, à luz dos frontais
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