sábado, 11 de junho de 2016

Da Portela de Folgosinho a Linhares da Beira

Em 23 de Março passado, a partir de Vale de Espinho e com a minha "pequena arraiana", fui ao encontro, na Serra da Estrela, de duas companheiras dos Caminheiros Gaspar Correia, para o reconhecimento dos percursos que viriam a integrar a actividade de Junho daquela nossa "família" pedestrianista.
Portela de Folgosinho, 10.06.2016, 11:30h
Aproveitando o feriado de 10 de Junho, aquela actividade decorreu excepcionalmente a uma sexta e sábado. Dois dias extraordinários, limpos, sem calor exagerado ... e com a habitual boa disposição e alegria que caracterizam os "velhos" "gasparitos"! Saímos da Portela a umas madrugadoras seis e meia da manhã, para 5 horas depois estarmos a começar a caminhar noutra Portela: a Portela de Folgosinho, no alto dos seus 1250 metros de altitude, entre os "dois vales" do Mondego: o vale do alto Mondego, a sudeste, encaixado em plena Serra da Estrela, e o vale do médio Mondego, a noroeste, o Mondego de Fornos de Algodres. E que bela jornada ali nos esperava.
Quase a 1500 metros de altitude, perto da Portela de Folgosinho, situa-se a Ermida de Santiago; um dia terei de lá ir...! Mas a caminhada começava pela descida da Calçada dos Galhardos. Diz-se que a mesma deve o seu nome a uns pequenos demónios que por ali habitavam e construíram a calçada numa noite, num trilho tortuoso e íngreme, que era na altura um dos poucos acessos para a Serra.

Descida da Calçada dos Galhardos, da Portela de Folgosinho à terra natal de Viriato
Supõe-se que estes trechos de calçada fizessem parte da importante Via Romana que atravessava a Serra da Estrela, vinda de Valhelhas e de Famalicão da Serra. Através de bosques de carvalhos e vidoeiros, passámos por várias casas-abrigo em ruínas, mandadas construir nos anos 30 para dar apoio a quem se deslocava à Serra; e que bons abrigos ali seguramente proporcionaram!

Castelo de Folgosinho, ex-libris da povoação, cuja fundação é atribuída ao lendário Viriato, que aqui teria nascido
Depois do almoço e do café na terra natal de Viriato, seguia-se a descida para a Ribeira do Freixo. para depois bordear a serra, passando pela aldeia desabitada de Regadas, em direcção a Figueiró da Serra.

Ribeira do Freixo e aldeia desabitada de Regadas, entre Folgosinho e Linhares da Beira
Às quatro da tarde tínhamos Linhares à vista. Mas faltava ainda descer à ribeira do mesmo nome e subir ao encontro do grande GR22, a grande rota das aldeias históricas. Era a única verdadeira subida do dia, mas pouco depois das 17h estávamos a entrar em Linhares. A visita ... ficaria para o dia seguinte.

Linhares à vista!
O muito simpático e familiar Hotel "Mira Serra", em Celorico da Beira, foi a unidade escolhida para o alojamento do grupo. Assim, sábado de manhã regressávamos a Linhares, primeiro para o curto mas bonito PR1, "Trilho das Ladeiras", depois para uma visita à aldeia histórica, guiada por uma simpática funcionária dos Serviços de Turismo.

Linhares,
11.06.2016
Linhares, do Trilho das Ladeiras
A visita terminou no vetusto Castelo de Linhares, com uma animada actuação do grupo de música foclórica "Os Fidalguinhos". Depois do almoço - de novo no Hotel "Mira Serra" - seria o regresso...


Nas paredes do Castelo de Linhares, a música
animou o final deste belo fim de semana serrano
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