sábado, 3 de outubro de 2015

Travessia do Concelho de Vila Franca de Xira

Um amigo do meu "Mano Maior" Araújo - que por sinal estava com ele nos banhos quentes de Lobios, o ano passado, à passagem do nosso "Caminho da Aventura" - convidou-me para uma actividade do grupo "Caminhando". Tratava-se de uma grande travessia pedestre do Concelho de Vila Franca de Xira, apoiada aliás pela respectiva Câmara Municipal.
Vai começar a 1ª Travessia do Concelho de Vila Franca de Xira
A ideia agradou-me ... pelo que às 7 horas da manhã estava no Quintanilho (Vialonga), de onde a organização providenciara autocarro para a Vala do Carregado, onde iniciámos a marcha, num belo local à beira Tejo e na margem também do Rio Grande da Pipa.
Tratou-se de um percurso linear de aproximadamente 37 km, atravessando o concelho no sentido nordeste/sudoeste. Quando se pensa em atravessar as terras de Vila Franca de Xira, pensa-se em lezíria, pensa-se num percurso ribeirinho ... e esquecemo-nos que Vila Franca também tem elevações, também tem ruralidade. Ora, embora tendo quase sempre o Tejo à vista, esta bela caminhada decorreu toda ela pelo interior, pelos Montes de Vila Franca. E que bela caminhada!

Vala do Carregado, 3 de Outubro de 2015, 8:00h
Os Caminhos de Fátima e de Santiago acompanham-me...
Vala do Carregado
Depois de um inevitável troço inicial em asfalto, junto à Vala, começámos a subir para o Monte dos Castelinhos, sítio arqueológico em que se encontraram vestígios de um antigo povoado fortificado com uma longa diacronia de ocupação humana, com início há mais de três mil anos.

Subida ao Monte
dos Castelinhos
Sobre a zona ribeirinha de Castanheira do Ribatejo
O dia esteve magnífico para este projecto. Boa visibilidade, boa temperatura, com nuvens a filtrar o Sol e a embelezar as fotos. E, neste interior do concelho de Vila Franca, eis-nos no seio de densas matas que a maioria das pessoas nem sonha que existem, mesmo os residentes do concelho.

Pelas matas entre Castanheira do Ribatejo e Cadafais
E ao fundo a Ponte de Vila Franca
Boiça, Casal da Coxa, Rondulha, vários topónimos originais foram-se sucedendo. Em Rondulha, e aproximando-se a hora do almoço, o organizador ainda tentou desestabilizar o grupo ... propondo um almoço n'"O Barril". Mas a malta tinha vindo para caminhar ... e a jornada prosseguiu animada... J

Rondulha ... e uma
proposta tentadora...
Mas a jornada prossegue ...
... e almoçamos junto à Igreja Matriz de São João dos Montes
O sobe e desce permanente já se vinha a sentir nalgumas pernas. Alguns participantes confundiram "caminhada linear" com "caminhada plana" ... o que nalguns casos não estava a dar muito bom resultado... J. Subíamos agora a Subserra, direito ao cume dos Sinais e à Calhandriz.

Alhandra e o Tejo à vista ... e ao fundo,
"perdida" na neblina, já se vê a Vasco da Gama
Belas paisagens rurais, a caminho da Calhandriz
A escassos 12 km de Vila Franca e a 30 de Lisboa, na Calhandriz tem-se a sensação de que se está no interior profundo, no mundo rural. O anfiteatro natural em que se insere convida à contemplação e ao descanso. Talvez por isso ... este foi o segundo ponto previsto pela organização para possível neutralização. E, dos 24 iniciais, depois da Calhandriz já só éramos 20.

O anfiteatro natural da Calhandriz
Nova subida, rumo ao Mato da Cruz e à Aguieira. Passamos por baixo da A10 e por cima da CREL ... e já vemos o Monte Serves e Bucelas. Este troço já é meu conhecido, de duas "Marchas dos Fortes" e também de uma pequena caminhada com os Caminheiros Gaspar Correia.

Perto de Mato da Cruz: já se vê o Serves, à esquerda, e Bucelas, ao fundo
Descida de Mato da Cruz para a Quinta da Portela
Quinta da Portela - Morgado Lusitano
E Bucelas está à vista
Pouco depois das quatro e meia da tarde, com quase 30 km nos pés, iniciávamos a subida para o Monte Serves, a maior elevação do concelho de Vila Franca de Xira. À nossa direita, terras de Bucelas, à esquerda, a vasta depressão do Tejo, o "mar da palha", a Ponte Vasco da Gama.

Subida do Monte Serves
Ao fundo o Tejo e a Ponte Vasco da Gama
Serves conquistado (351 metros de altitude)
Às cinco e meia da tarde fazemos a última pausa, no autêntico "miradouro" do Serves. A partir dali ... era só descer até aos carros, que haviam ficado no Quintanilho. Até neste troço parecemos estar bem longe da capital, ao atravessar a famosa Mata do Paraíso, sobre Vialonga.

Descida do Monte Serves e travessia da Mata do Paraíso
Quintanilho, 18:55h - Final de uma bela travessia, com 37 km nos pés
E pronto, antes das 19:00h estávamos de regresso ao ponto onde o autocarro nos recolhera de manhã. Antes das 19:00h ... os primeiros, já que os últimos chegariam sensivelmente uma hora depois...
Foi a primeira vez que participei numa actividade do "Caminhando"; não será certamente a última.
Ver álbum completo

1 comentário:

Raul Fernando Gomes Branco disse...

Boa, Callixto! Vós os fundamentalistas das caminhadas, deixam os "velhotes", como eu, frustrados por já não poderem fazer caminhadas desta quilometragem (37).
Enfim é a vida! Um abraço.