sábado, 13 de dezembro de 2014

Cintra ... o Monte da Lua em dia de inverno...

Última caminhada do ano dos Caminheiros Gaspar Correia. O destino? Sintra, ou Cintra ... o "Monte da Lua". Dizem alguns teosofistas e ocultistas que esta Montanha Sagrada pode ser uma das Cem Portas que dá acesso ao mítico Reino de Agharta, no interior da Terra, onde reside o "Rei do Mundo".
Serra de Sintra, 13.12.2014, 10:20h - A partir de Monserrate,
tinha começado mais uma caminhada ... em dia de chuva
"Tal como a Arrábida, a Serra de Sintra é oca no seu interior, formada por vários túneis e grandes galerias, construídos ao que se diz pelos Mouros e pelos Templários há cerca de oito séculos."
E se a Serra Sagrada de Sintra parece pois estar ligada internamente ao paraíso perdido de Agharta ... não poderia haver melhor dia para vivenciar os seus mistérios. Por entre brumas e uma chuva branda mas quase sempre persistente, as fragas, as árvores, as nuvens, a própria linha de costa vislumbrada do Alto da Peninha, tudo parecia assumir formas fantasmagóricas,  transportando-nos do presente aos mistérios e enigmas de um passado perdido no tempo ... e às incógnitas do futuro.

Alto do Monge - Memorial às vítimas do grande incêndio de 1966
A caminhada começou junto aos lagos que alimentam as fontes e as cascatas do Palácio de Monserrate, subindo daí aos Capuchos e ao Alto do Monge, onde se encontra a lápide em memória das 25 vítimas do grande incêndio de Sintra, na noite de 7 de Setembro de 1966.


Num autêntico altar dos druidas...
O memorial e o marco geodésico assentam na Anta do Monge, que na verdade não é uma anta mas sim um tholos, antiga construção circular quase reduzida aos alicerces, que fora santuário Celtibero ou mesmo Ligúrico.
O sobrenome, “do Monge”, refere-se ao episódio, lendário ou não, ali ocorrido com um monge capuchinho que, em noite de bruma, perdido na serra ... viu-se subitamente num outro mundo!

Seguiu-se a subida à Peninha (489m alt.) ...
... com o Guincho perdido no nevoeiro ...
... e o que resta da Ermida de São Saturnino aos pés do palacete romântico da Peninha
O Santuário da Peninha insere-se num conjunto arquitectónico formado pela antiga ermida de São Saturnino (fundada por D. Pêro Pais na época da fundação de Portugal) e pelo palacete romântico de estilo revivalista, de 1918. Dali se avista uma panorâmica fabulosa ... quando os deuses assim o permitem.

Quando os deuses escurecem o Mundo ...
Da Peninha descemos em direcção noroeste. Por entre as brumas apareceu esporadicamente o Cabo da Roca, lá onde a terra acaba e o mar começa. A progressão, agora, parecia fazer-se por entre árvores mágicas, torcidas pelo vento, carregadas pela chuva ... ou pintadas pelos deuses do reino de Agartha.

Árvores mágicas, na Serra Sagrada de Cintra ... o Monte da Lua ... uma das portas mágicas de Agartha
Por estes caminhos mágicos, chegámos à anta de Adrenunes. Trata-se de uma formação rochosa natural, que se pensa que terá sido utilizada como sepulcro colectivo durante o período megalítico. O desabamento das pedras que a constituíam formou uma estreita galeria de 5 m de altura.
Erguida num dos mais elevados pináculos do último contraforte da Serra, a 422 metros de altitude, encontra-se envolta por extensa vegetação.

Anta de
Adrenunes
Com as nuvens baixas a deixarem-nos perceber por vezes a várzea de Colares, Almoçageme e a Praia das Maçãs, descemos da anta de Adrenunes para o Pé da Serra, de novo por entre formas a desafiar a imaginação mais fértil.

Caminhos mágicos...
No Pé da Serra viríamos a terminar esta caminhada, no ambiente místico de um dia de invernia. E como a invernia chama o Natal ... seguiu-se o tradicional convívio de troca de prendas entre os elementos da "família" Caminheira.

Pé da Serra ... e
terminava a caminhada
Cintra ... o Monte da Lua

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