terça-feira, 6 de março de 2018

Sinfonia da água ... Sinfonia da vida!

Em busca das fadas e duendes dos Urejais, das Fontes Lares e do Ribeiro da Presa

Continuando em Vale de Espinho ainda por mais uns dias, depois dos "manos" e amigos que no passado fim de semana conheceram (ou voltaram a) estas "minhas" terras ... numa tarde de Sol fui à procura das fadas e duendes dos campos a norte desta aldeia que adoptei e me adoptou.
Ribeira dos Urejais, 6.03.2018, 14h30
Fi-lo, desta vez, a solo. O silêncio e a quietude são imprescindíveis ... eles gostam de se sentirem donos e senhores dos seus domínios... Já me conhecem, talvez; confiam em mim ... sabem que compreendo o que vejo ... sabem o que sinto ... sabem que os aprecio ... que sinto e que vivo toda a harmonia e magia ... feita de cores e murmúrios ... brisas e cantares de amigo. E eles, os duendes e as fadas dos bosques e ribeiros, felizes pelas águas que voltaram a correr e a alimentar as cores e os sons ... deixaram-se mostrar; eu, simples mortal ... vi-os no brilho das águas, no verde dos lameiros, no movimento das folhas, no emaranhado da ramagem. E cantei, cantei com eles, saltei, senti-me livre, vivi...

O périplo começou pela Ribeira dos Urejais ... uma magia de cor e de luz...
Subindo a ribeira dos Urejais, canto às águas que o descem, céleres, cristalinas ... felizes
A maior parte desta demanda foi ao longo de um trilho ... sem trilhos. Depois de subir a ribeira dos Urejais e cruzando o velho caminho do Soito, saltei muros, saltei arames, passei barrocos. Lá em cima, já via os gigantes de betão que assustariam D. Quixote. O mais a sul ... indicava-me a direcção das "minhas" Fontes Lares ... o meu santuário ... de botas e memórias ... de entrega.

Por muros cobertos de musgos...
Por horizontes abertos...
Desbravo fragas e barrocos ... invento trilhos ...
... e chego às "minhas" Fontes Lares ... chão nosso!
Nas Fontes Lares ... as fadas e duendes saudaram-me. O barroco "sagrado" deu-me energia ... a fontinha matou a minha sede ... as minhas velhas botas contaram-me as histórias do Tempo.


Fonte da água sagrada
Há uma Forma na água ... uma Forma que me olha ... que me conhece...
As fadas e duendes deixaram-se mostrar; eu, simples mortal, vi-os no brilho das águas, na magia da luz...
Queria levitar ... queria pairar sobre este mundo ... sobre esta magia...
Minhas botas, velhas, cardadas ...
que palmilharam léguas sem fim...
Uma janela sem parede ... uma janela de memórias ... uma janela no Tempo ...
Das Fontes Lares regressaria ao longo do Ribeiro da Presa ... com o dia a declinar numa sinfonia também de cores e de luzes. Fadas e duendes espreitavam atrás de cada pedra, viam-me passar, comentavam os meus pensamentos, guiavam os meus passos ... seguiam-me...

A velha casa do T'Zé Tomé contempla o horizonte
É possível não nos prendermos a estes caminhos? A estes mistérios? A estas cores? A esta magia?...
A velhinha Quelhe das Pedras ... é agora a Quelhe da água...! Qual rio selvagem saltando de pedra em pedra, lá se vão juntando as águas que hão-de formar o Ribeiro da Presa ... Ribeiro da Presa que me pediu para o acompanhar até à estrada, até ao mustagial e aos lameiros que ainda domingo tinham sido o primeiro paraíso que saltou aos olhos dos meus "manos" e amigos que cá trouxe.

O Ribeiro da Presa corre rápido, dizendo-me que o dia estava a declinar...
18h10 ... e o Sol vai pôr-se, numa explosão de cores, de sensações, de êxtase
E chego à estrada, aos lameiros inundados que há dois dias dela tínhamos admirado
Há 5 horas ao longo de trilhos concebidos ao sabor do correr das águas ... não quis regressar pelo alcatrão da estrada dos Fóios; e fui direito ao Côa, o "Rio Sagrado". Despedi-me deles, dos duendes e das fadas ... no "jardim das últimas moradas". Não eram sete horas quando regressei ao meu retiro ... de Alma purificada ... e onde a minha estrelinha me aguardava...

Rio Côa ... o "Rio Sagrado". A Sinfonia da água e da vida terminava mais um dia...
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1 comentário:

Aurora Martins Madaleno disse...

São os duendes e as fadas que invadem nossos sentimentos e os transformam em poesia, que nos prendem a essas terras de sonho e de luz.
Bem haja por sentir tão bem e viver esse mundo tão fantástico!
Obrigada por partilhar a cor e o encanto dos seus caminhos.

Abraço amigo
Aurora Madaleno