sábado, 29 de janeiro de 2022

Das Serras do Socorro e Archeira ... ao Cabeço de Montachique

Quis o destino que, no dia em que se completava um mês em que o progenitor do "rapaz pacato" autor destas linhas partiu para um sono eterno, tivesse de voltar à "minha" Santa Cruz. Tinha de estar em Santa Cruz às 11 horas da manhã; ora ... até às onze dava-me tempo de sobra ... para ir ver o nascer do Sol no cume da Serra do Socorro, a que agora há uns anos que não ia.
A caminho do cume do Socorro, 27.jan.2022, 7h35
O carro ficaria na Cadriceira ... e eram 7 horas, ainda noite, quando o deixei. Tinha 47 minutos para chegar ao cume ... mas o Universo deu um empurrãozinho ao Sol, que nasceu por detrás de belas nuvens acinzentadas, que prometiam espectáculos. "Atrasado" uns minutos ... o Sol pintou o quadro que nenhum pintor jamais pintou.
14 minutos depois do nascer do Sol, no cume da Serra do Socorro. Impossível ficar indiferente...
No percurso, como quase sempre previamente estudado, a descida do Socorro seria para nascente ... a tentar captar o Sol ... mas o que ainda captei foram uns pequenos borrifos vindos das nuvens cinzentas que me haviam oferecido aquele espectáculo ímpar ... e que ainda me iriam oferecer um belo arco-íris à entrada da aldeia do Furadouro, depois de cruzada a A8 por túnel já conhecido de outras "guerras".
Descida do Socorro, com a aldeia de Furadouro e, mais ao fundo, a Serra de Montejunto
E uma vez cruzada a A8, na zona dos Moinhos da Serra da Mariquitas ... com o arco íris a receber-me no Furadouro
Capela do Furadouro, 9h15
Já tinha subido e descido a serra do Socorro, subido aos moinhos da Mariquitas, descido ao Furadouro ... e agora iria voltar a subir, desta vez para a Serra da Archeira, a norte da do Socorro. O objectivo também era ... fazer desnível ... que os músculos têm trabalhado pouco ... e no caderno dos Sonhos vindouros estão lá ... outros Sonhos 😄
A Serra do Socorro vista da encosta SW da Serra da Archeira
Qual o melhor trilho? O mais inclinado, claro... 😂
Na Serra da Archeira e ruínas do respectivo Forte
Auto-estrada A8 e Serra do Socorro (395m alt.), vistas do cume da Serra da Archeira (344m alt.)
Na cumeada da Archeira, pouco depois das ruínas do Forte, impunha-se uma decisão: regressar à Cadriceira pelos trilhos mais directos, ou prolongar a caminhada para norte, quase até Catefica. seguindo a cumeada. Eram quase 10 horas quando recebi um telefonema a adiar o compromisso em Santa Cruz para as onze e meia ... e a decisão ficou tomada 😅
Ainda rumo a norte, ao longo da cumeada da Serra da Archeira ...
... e na mata que ladeia a A8 a nascente
Quase em Catefica, às 10h15 inflecti para sudoeste, já na base da Archeira. E o regresso à Cadriceira não teve história ... a não ser o "trail" para chegar a tempo. Às onze horas estava no carro, com mais de 16 km percorridos em menos de 4 horas ... e às 11h28 estava em Santa Cruz; cheguei a horas! 😏
Cadriceira à vista, 10h56 - 16,3 km em menos de 4 horas ... não me parece mau...
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Já antes deste trail pelas serras do Socorro e da Archeira eu tinha planeado voltar ao Cabeço de Montachique ... desde casa. Há 5 anos fiz exactamente o mesmo, com três companheiros de jornada ... desafiado pelas histórias da "Sociedade dos Makavenkos", contadas e fotografadas pelo meu amigo Henrique. Do cume do Socorro via o Cabeço de Montachique, já tinha desenhado um percurso circular alternativo ao de há 5 anos ... o meu "Mano" Zé Manel respondeu ao desafio que lhe lancei ... e às 7h15 da manhã lançámo-nos na "maratona", pouco antes de o Sol nascer.

29.Jan.2022 - Com partida meia hora antes de o Sol raiar, os primeiros quilómetros levam-nos ao vale e à várzea do Trancão (o Caminho de Santiago e de Fátima), com a Aguieira a vigiar
Igreja de S. Julião do Tojal, 8h45
Como quase todas as grandes jornadas a partir de casa, o primeiro "controlo" estava no vale do Trancão, mas rumo a S. Julião do Tojal e a Pintéus, a poente do percurso de 2017. Num percurso que sabíamos que ia ser maioritariamente urbano ... o troço a partir de Pintéus soube-nos a campo, a ruralidade, a verde e a serra; um belo trilho, por entre o arvoredo. E só já a norte de Casaínhos e de Fanhões entraríamos no percurso de há 5 anos, na Serra do Mosqueiro.
Descida para a Ribeira de Fanhões e para Casaínhos. Que belo trilho aqui encontrámos!
Ruralidade, a norte de Casaínhos. Ao fundo ... lá está o nosso objectivo, o Cabeço de Montachique
Com 16 km percorridos, pouco depois das 10h30 estávamos sobre o vale da Ribeira de Ribas, já com o objectivo à vista. Pouco depois atravessávamos as ruínas do velho "Palácio dos Makavenkos" ... que nunca o chegou a ser; por trás dele, estavam os 409 metros de altitude do Cabeço de Montachique ... que já aderiu à moda dos baloiços. Bem, já que o baloiço lá estava ... andámos de baloiço 😜

Escarpamento do vale de Ribas ... e o "Palácio" dos Makavenkos, o sanatório que nunca o foi
Cume do Cabeço de Montachique (409m alt.)
A noroeste, ao fundo ... estava a Serra do Socorro,
interligando as duas jornadas que entendi reunir
nesta "crónica.
Estava atingido o objectivo ... faltava regressar 😊"
 
Vista do Cabeço de Montachique para sul, auto-estrada A8 e vale de Lousa
Pouco antes das onze e meia iniciámos o regresso. O regresso seria um pouco mais distante ... e principalmente mais urbano. Mas também parte do objectivo hoje era ... esticar as pernas ... e treinar desnível ... que já ia em mais de 600 metros ... e não tínhamos previsto a "escalada" de Loures para o topo do túnel do Grilo, na chamada Terra da Anja ... uma subida ... só para "anjos"... 😟


Descida para Loures ... uma descida urbana ... mas não só
Subida de Loures para os bairros junto ao Túnel do Grilo, pelas Terras da Anja ... e que Anja...
Antes das três da tarde estávamos a passar por cima do Túnel do Grilo. A área, entre o Bairro Mira Loures e Fetais, está ajardinada ... e o Zé Manel "perseguia" alguns grafitis. O rumo era agora o fim das pistas do aeroporto, passando entre Camarate e o Prior Velho, direito a Sacavém.

Sobre o Túnel do Grilo, 14h50, com 32 km nos pés
Descida para Sacavém, pelo Parque junto à Ribeira do Prior Velho
Sacavém ... já estávamos perto. Faltava um último desnível, do Trancão à Bobadela ... para completar os quase 900 metros de desnível acumulado ... e os 40 km que nos propuséramos completar ... e que completámos em 9 horas e 19 minutos, à boa média de 4,3 km/h. Foi sem dúvida um belo sábado de caminhada ... num sábado de reflexão para o acto eleitoral de amanhã ... se fosse preciso reflectir... 😆

Fim de caminhada ... KM 40 desta jornada feita a bom ritmo ... com quase 900 metros de altimetria
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E ... obrigado, Zé Manel. Não poderíamos ter escolhido melhor forma de comemorar ... 10 anos de Amizade. Venham mais e boas "aventuras"...

sábado, 22 de janeiro de 2022

Pela Serra da Carregueira, com os Caminheiros Gaspar Correia

Compreendida entre Dona Maria, Meleças, Belas e Almargem do Bispo, a Serra da Carregueira é um maciço situado a noroeste de Lisboa e composto por uma série de colinas que, pelo seu relevo mais acidentado, se destacam do relevo ondulado envolvente. Ali nasce o Rio Jamor e os seus afluentes, como as ribeiras de Belas e de Carenque. Ali se situa também o importante aquífero de Vale de Lobos, antigamente aproveitado pelo Aqueduto das Águas Livres e seus subsidiários, de que se destaca o aqueduto da Mata.
22.Jan.2022, 10h00 - Serra da Carregueira, aí vamos nós...
Os montes e vales da Carregueira foram precisamente a zona escolhida pelos Caminheiros Gaspar Correia para iniciarem as actividades de 2022. E ... foi uma surpresa boa a quantidade de belos trilhos que ali existem, pelo meio de belas matas, a sul do Belas Clube de Campo e à volta da Quinta do Bonjardim e da Tapada do Grilo.
O percurso foi circular, com partida do parque de estacionamento do Cemitério de Belas. Um percurso circular ... mas com muitas quase "pétalas", ou quase "oitos". E talvez melhor do que qualquer descrição ... são as muitas fotos obtidas nesta boa surpresa, às portas da grande cidade.

Cruzeiro dedicado a Nossa Senhora do Cabo, junto ao portão da Quinta do Bonjardim. Dali se avistava o Cabo Espichel, vista hoje dificultada pelas muitas construções imobiliárias.
Numa manhã bem fria, os "gasparitos" percorrem os
trilhos da Serra da Carregueira ... mas também almoçam 😋
Geodésico dos Penedos Pardos (283m alt.), com a Serra de Sintra em pano de fundo
Torre de Vigia da Fonteireira
O troço final da caminhada foi ao longo da Ribeira de Belas, afluente do Jamor. Mais uns belos cantos e recantos, neste surpreendente percurso em que parecia que estávamos bem no interior ... e não a poucos quilómetros da capital. Excelente primeira caminhada do ano do grupo, sem dúvida!

Ao longo da Ribeira de Belas, de regresso ao ponto de partida
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