sábado, 20 de novembro de 2021

Novos Trilhos ... entre a serra e o mar...

ou do vale do Rio Touro à praia de Porto Touro ... via Pedra Amarela e Peninha

O sabor de uma caminhada às vezes também advém ... de uma decisão quase em cima da hora 😂. Apenas pela segunda vez este ano, voltei hoje aos Novos Trilhos, para trilhos que já percorri várias vezes, de grau 4 de dificuldade, entre a bela Serra de Sintra e o seu belo litoral.
Partida da Azóia, 20.Nov.2021, 8h20
Pouco depois das oito da manhã juntaram-se as "tropas NT" na pitoresca aldeia de Azoia, no acesso ao Cabo da Roca. O evento criado dizia assim: "Passaremos pelo Vale do Rio Touro, subida ao Monge, Peninha, Saturnino e descida à praia de Porto do Touro, com regresso à Azoia"; este sobe e desce e a presença de "família" chegada ... cativou a minha participação 😊 E foi um belo sábado de Outono.

Subida do vale do Rio Touro para as Pedras Irmãs
E que bom
aspecto tinham...
Uma alcatifa de folhas outonais...
Geodésico do Monge (490m alt.), 10h00
Memorial aos soldados da paz que morreram no grande incêndio da Serra de Sintra de Setembro de 1966
Rumo à Pedra Amarela, 10h50
Uma e hora e pouco depois estávamos na Peninha
E cá estamos ... entre a Serra e o Mar...
Ermida de S. Saturnino e Peninha, 12h15
Agora que a vista se espraiava para as areias do Guincho ... agora que já tínhamos desbravado trilhos de serra ... rumámos ao mar ... às ruínas do Guincho Velho e à Praia do Rio do Touro, sobre a qual almoçámos ... para depois subirmos o trilho dos Moinhos da Azóia, de regresso ao ponto de partida.

Descida da Peninha ao Guincho Velho e à Praia do Porto Touro
Na praia ... de onde
depois é preciso subir 😊
Um dos mais belos troços do litoral europeu...
Foto de grupo ...
... e Foto de família 😍 Azóia, 15h25 ... no fim de um belíssimo sábado de Outono
Às 15h15 estávamos no ponto de partida, na aldeia da Azóia. Tínhamos 20 km nos pés ... e quase mil metros de desníveis acumulados. Uma jornada bem ao estilo dos Novos Trilhos, boa para desenferrujar articulações ... e para matar saudades de caminhar "em família" 😍 Obrigado!
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sábado, 13 de novembro de 2021

Pelo montado de Alcáçovas ... com magusto caminheiro

Dois veteranos do Grupo de Caminheiros Gaspar Correia ... há muito que costumam querer a minha colaboração e do meu "mano velho" Mousinho para reconhecimentos de caminhadas. No final de Setembro, lá fomos com eles até às terras alentejanas de Alcáçovas ... para preparar a caminhada e o magusto que hoje ali levou as "tropas gasparitas".
Alcáçovas, 28.Set.2021
O nome de Alcáçovas tem origem árabe, derivando de “Al-Qasbah” (cidade fortificada). Em tempos romanos era conhecida por “Castroleucos” (Castelos Brancos). Os topónimos revelam a existência de castros, ou castelos, mas hoje não há vestígios dessas fortificações. Certamente os povoadores seguintes, nada preocupados com o seu património histórico e tendo necessidade dessas pedras já aparelhadas, deram-lhes novo uso na construção das suas casas.
À semelhança de Setembro, fomos acompanhados por guia da Associação dos Amigos de Alcáçovas. E começámos pela visita ao Paço dos Henriques e à Capela de Nª Srª da Conceição, também conhecida por Capela das Conchas. Em 1479, no Paço dos Henriques foi assinado o Tratado de Alcáçovas, considerado o primeiro tratado de globalização.
O Paço dos Henriques visto do jardim da Capela das Conchas, Alcáçovas, 13.Nov.2021
O Paço dos Henriques alberga uma exposição permanente dedicada à arte do fabrico de chocalhos, ofício com mais de dois mil anos, considerado Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Exposição permanente dedicada à arte do fabrico de chocalhos, no Paço dos Henriques

Capela das Conchas

Jardim das Alcáçovas, 11h35 - Depois da componente cultural, ia começar a componente pedestre
A poente de Alcáçovas, o percurso escolhido para esta actividade caminheira desenvolveu-se num montado de azinheiras e sobreiros, "uma amostra característica de um Alentejo dos meus tempos de moço, hoje muito desvirtuado com as culturas intensivas de olivais, amendoais e pomares a perder de vista. Onde estão as searas de trigo com as papoilas vermelhas a ondear ao vento? Pois em Alcáçovas ainda se respira a beleza e a diversidade da paisagem pouco modificada pela acção humana. É um facto que as herdades estão aramadas para nelas pastarem manadas de gado bovino e rebanhos de cabras e ovelhas e varas de porcos, não guardadas por pastores com ceifões e encostados aos cajados que lhes faziam covas no peito, como diz a moda. Hoje, os pastores deslocam-se de motoreta, tractor ou pick up para transportar alimentos para os animais." (José Salgado, mentor e organizador da caminhada)

"Vamos lá saindo por esses campos fora, Que a manhã vem vindo dos lados de aurora"...
O rumo era o do Convento de Nossa Senhora da Esperança, que teve a sua origem na primitiva Ermida de Nossa Senhora da Graça e foi integrado, a pedido do povo, na Ordem Dominicana. Em meados do século XV o Papa Calixto III concedeu cem dias de perdão aos fiéis que oferecessem esmolas para a reparação do edifício, desde que confessados e comungados.
Ermida do Senhor da Pedra (Séc. XVIII), onde os romeiros se encontravam, devendo dar 3 voltas à Ermida antes de prosseguirem a viagem para o Convento.
Convento de Nossa Senhora da Esperança, no cimo do morro do mesmo nome, 28.Set.2021, 11h55
Algumas senhoras mais retardatárias preferiram não subir ao Convento, almoçando à sombra de velhas árvores. Como a minha "velhota" fez parte desse grupo e eu tinha o almoço de ambos ... também fiquei; em Setembro, na prospecção, já havia estado no alto do Convento.
Já de regresso, com o Convento de Nª Srª da Esperança no cimo do monte, 13.Nov.2021, 14h20
O "pelotão" das senhoras que descansaram ... e que agora "comandavam" as "tropas"... 😃
Regresso a Alcáçovas, já à vista nesta última foto
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Para além da minha "estrela arraiana", a actividade contou também mais uma vez com a presença da minha neta Sofia, que com os seus 11 anitos está uma caminheira interessada, dedicada e muito bem ambientada no grupo. Tenho sucessora... 💖
E a actividade terminou com um belo magusto alentejano, onde não faltou a típica carne de alguidar. Mais um sábado bem ao estilo e à amizade dos Caminheiros Gaspar Correia!
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sábado, 6 de novembro de 2021

PR1 AZB - Rota das Terras de Pão (Maçussa, Azambuja)

Em Março passado, num prelúdio de Primavera e sedentos de sair um pouco do confinamento imposto pela pandemia, juntei-me a três amigos e fomos até terras de Vila Nova de S. Pedro, freguesia da Azambuja agregada às de Manique do Intendente e Maçussa. O João "Pápaléguas" tinha ali comprado uma pequena adega, com o objectivo de a transformar em casa rústica; oito meses depois, com o fito de ver as obras, mas principalmente de conviver e de caminhar ... fui com a minha "estrela" ter com ele e percorremos os três o PR1 AZB, a "Rota das Terras de Pão".

Três bons Amigos juntaram-se para um passeio pelas "terras do pão" do Concelho da Azambuja.
Maçussa aos nossos pés, vista do Moinho sobranceiro à aldeia; ao fundo a Serra de Montejunto.
Partindo do centro da aldeia, começámos por subir ao Moinho de Vento, símbolo por excelência da freguesia, situado no ponto mais alto, sobre o aglomerado rural. Outrora terra de grandes culturas cerealíferas, o Moinho transformava-as na farinha que produzia o ainda hoje famoso pão caseiro de Maçussa - "Terras de Pão". É também célebre a produção de queijo de cabra e a vinha.

Belos campos e belas vinhas, na primeira destas três fotos com a Serra de Montejunto ao fundo.
Por quatro vezes cruzámos a ribeira do mesmo nome - Ribeira de Maçussa - a última das quais já no regresso e quase à entrada da aldeia. Neste esplêndido sábado de Outono, foi uma caminhadinha de uns curtos e simples 11 km ... mas, como sempre ... as caminhadas não se medem em quilómetros. Medem-se também - e muito - pela Amizade e pelo convívio; e esse ... sabe sempre bem! Aliás a caminhada prolongou-se ... por um belo almoço no snack-bar "O Pinto" ... no Vale da Pinta 😋

De regresso a Maçussa. Ao fundo, sobranceiro à aldeia, o Moinho de vento onde inicialmente subimos. 
Obrigado, João "Pápaléguas", por este belo dia passado a três; havemos seguramente de voltar às terras de Vila Nova de São Pedro e Maçussa ... com ou sem pão... 😂

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