Um amigo do meu "Mano Maior" Araújo - que por sinal estava com ele nos banhos quentes de
Lobios, o ano passado, à passagem do nosso "
Caminho da Aventura" - convidou-me para uma actividade do grupo "
Caminhando". Tratava-se de uma grande
travessia pedestre do Concelho de Vila Franca de Xira, apoiada aliás pela respectiva Câmara Municipal.
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Vai começar a 1ª Travessia do Concelho de Vila Franca de Xira |
A ideia agradou-me ... pelo que às 7 horas da manhã estava no Quintanilho (
Vialonga), de onde a organização providenciara autocarro para a
Vala do Carregado, onde iniciámos a marcha, num belo local à beira
Tejo e na margem também do
Rio Grande da Pipa.
Tratou-se de um percurso linear de aproximadamente 37 km, atravessando o concelho no sentido nordeste/sudoeste. Quando se pensa em atravessar as terras de
Vila Franca de Xira, pensa-se em lezíria, pensa-se num percurso ribeirinho ... e esquecemo-nos que Vila Franca também tem elevações, também tem ruralidade. Ora, embora tendo quase sempre o
Tejo à vista, esta bela caminhada decorreu toda ela pelo interior, pelos Montes de Vila Franca. E que bela caminhada!
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Vala do Carregado, 3 de Outubro de 2015, 8:00h |
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Os Caminhos de Fátima e de Santiago acompanham-me... |
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Vala do Carregado |
Depois de um inevitável troço inicial em asfalto, junto à Vala, começámos a subir para o
Monte dos Castelinhos, sítio arqueológico em que se encontraram vestígios de um antigo povoado fortificado com uma longa diacronia de ocupação humana, com início há mais de três mil anos.
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Subida ao Monte |
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dos Castelinhos |
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Sobre a zona ribeirinha de Castanheira do Ribatejo |
O dia esteve magnífico para este projecto. Boa visibilidade, boa temperatura, com nuvens a filtrar o Sol e a embelezar as fotos. E, neste interior do concelho de Vila Franca, eis-nos no seio de densas matas que a maioria das pessoas nem sonha que existem, mesmo os residentes do concelho.
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Pelas matas entre Castanheira do Ribatejo e Cadafais |
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E ao fundo a Ponte de Vila Franca |
Boiça,
Casal da Coxa,
Rondulha, vários topónimos originais foram-se sucedendo. Em Rondulha, e aproximando-se a hora do almoço, o organizador ainda tentou desestabilizar o grupo ... propondo um almoço n'"
O Barril". Mas a malta tinha vindo para caminhar ... e a jornada prosseguiu animada...
J
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Rondulha ... e uma |
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proposta tentadora... |
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Mas a jornada prossegue ... |
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... e almoçamos junto à Igreja Matriz de São João dos Montes |
O sobe e desce permanente já se vinha a sentir nalgumas pernas. Alguns participantes confundiram "caminhada linear" com "caminhada plana" ... o que nalguns casos não estava a dar muito bom resultado...
J. Subíamos agora a
Subserra, direito ao cume dos
Sinais e à
Calhandriz.
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Alhandra e o Tejo à vista ... e ao fundo, |
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"perdida" na neblina, já se vê a Vasco da Gama |
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Belas paisagens rurais, a caminho da Calhandriz |
A escassos 12 km de Vila Franca e a 30 de Lisboa, na
Calhandriz tem-se a sensação de que se está no interior profundo, no mundo rural. O anfiteatro natural em que se insere convida à contemplação e ao descanso. Talvez por isso ... este foi o segundo ponto previsto pela organização para possível neutralização. E, dos 24 iniciais, depois da Calhandriz já só éramos 20.
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O anfiteatro natural da Calhandriz |
Nova subida, rumo ao
Mato da Cruz e à
Aguieira. Passamos por baixo da A10 e por cima da CREL ... e já vemos o
Monte Serves e
Bucelas. Este troço já é meu conhecido, de duas "
Marchas dos Fortes" e também de uma pequena caminhada com os Caminheiros Gaspar Correia.
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Perto de Mato da Cruz: já se vê o Serves, à esquerda, e Bucelas, ao fundo |
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Descida de Mato da Cruz para a Quinta da Portela |
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Quinta da Portela - Morgado Lusitano |
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E Bucelas está à vista |
Pouco depois das quatro e meia da tarde, com quase 30 km nos pés, iniciávamos a subida para o
Monte Serves, a maior elevação do concelho de Vila Franca de Xira. À nossa direita, terras de Bucelas, à esquerda, a vasta depressão do
Tejo, o "mar da palha", a Ponte Vasco da Gama.
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Subida do Monte Serves |
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Ao fundo o Tejo e a Ponte Vasco da Gama |
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Serves conquistado (351 metros de altitude) |
Às cinco e meia da tarde fazemos a última pausa, no autêntico "miradouro" do
Serves. A partir dali ... era só descer até aos carros, que haviam ficado no
Quintanilho. Até neste troço parecemos estar bem longe da capital, ao atravessar a famosa
Mata do Paraíso, sobre
Vialonga.
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Descida do Monte Serves e travessia da Mata do Paraíso |
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Quintanilho, 18:55h - Final de uma bela travessia, com 37 km nos pés |
E pronto, antes das 19:00h estávamos de regresso ao ponto onde o autocarro nos recolhera de manhã. Antes das 19:00h ... os primeiros, já que os últimos chegariam sensivelmente uma hora depois...
Foi a primeira vez que participei numa actividade do "
Caminhando"; não será certamente a última.
1 comentário:
Boa, Callixto! Vós os fundamentalistas das caminhadas, deixam os "velhotes", como eu, frustrados por já não poderem fazer caminhadas desta quilometragem (37).
Enfim é a vida! Um abraço.
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