Quando num dia laboral alguém tem obrigações em
Évora... leva três
"guarda costas" que a deixam nas muralhas, calçam as botas e vão caminhar...
😀🥾
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Aldeia da Serra, 25.11.2025, 10h20
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O Zé, o Deonel e este vosso cronista de ocasião deixámos a trabalhadora em
Évora... e fomos ao encontro da
Serra d' Ossa, ali em pleno Alto Alentejo, entre o Redondo e Estremoz.
O dia pedia contemplação, e o ponto escolhido tinha um nome bem sugestivo:
Aldeia da Serra. Foi ali que ficou um carro que até já foi meu —
ironias do destino — e dali partimos à descoberta da serra.
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Folhas caídas, passadiços, pontes de madeira… trilhos que guardam
histórias em tons de Outono...
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Na
Serra d’Ossa, cruzam-se histórias e murmúrios de santos e de mouras
encantadas. Refúgio de eremitas durante séculos, o Convento de S. Paulo deixou
hortas, levadas e açudes como quem deixa pegadas no tempo. A moda dos
passadiços também lá chegou… e foi por eles que começámos a nossa travessia,
ligando a aldeia à
Ermida da Senhora do Monte da Virgem — fundada no
Séc. XV — num percurso que nos envolveu como um conto serrano.
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Ermida da Senhora do Monte da Virgem, 11h00
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Diz-se que naquele ermo a Virgem se fez sentir entre monges e caminhantes, e
ali nasceu a ermida, guardando histórias de fé, silêncio e milagres
sussurrados pelo vento. A ideia era seguir a
Rota dos Eremitas
—
PR4 RDD
— mas deixámo-nos seduzir por um trilho estreito e serpenteante, que nos
puxava encosta acima até à cumeada e ao alto da serra. Ao meio dia estávamos
lá.
No cume da Serra, onde outrora se dizia haver um templo de Vénus, ergue-se a
Ermida de São Gens. Entre ruínas e lendas, o santo ora é bispo, ora mártir, ora protetor
celeste — e o vento que ali soprava parecia guardar todas essas histórias.
Quem nos tirou a foto foi um dos técnicos que reparavam a antena de
telecomunicações. "
É do SIRESP ", disse-nos... e eu não resisti: "
ah, aquele serviço que nunca funciona bem? ". Riu-se 😂 ... e nós encetámos
a descida para sudoeste, pelo
PP3 RDD
— o trilho que recebeu a sugestiva designação de... "
Até onde a vista alcança".
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Até onde a vista alcança... chegamos ao vale a sul
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Almoçámos no vale, em modo volante… mas não sem o meu protesto! Com a encosta
bordada de medronheiros, carregados de frutos vermelhos e tentadores, acabámos
a parar quase um quilómetro depois — já longe dos mais generosos. Não se faz a
um pobre devoto dos medronhos…😓😂
A parte final da caminhada, o regresso a
Aldeia da Serra, dir-se-ia que
foi uma travessia de um inesperado paraíso verde, por entre sobreiros e
pinheiros, acompanhando o pequeno Ribeiro do Convento. Pouco antes das três da
tarde, lá estava o Duster à nossa espera, no local onde ficara... um Duster
que só nestes três eternos peregrinos já teve dois donos... 😂
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Regresso a Aldeia da Serra... através do paraíso...
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E próximo da Aldeia, ainda fomos à
Anta da Candeeira, onde fizemos a despedida desta belíssima jornada
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Restava-nos fazer a recolha da trabalhora "eborense"... mas ainda houve tempo
para uma voltinha no centro da cidade... em
Caminho de Santiago (Via Portugal Nascente). O Caminho faz parte
de nós...
E ao fim do dia estávamos os quatro a passar a Ponte Vasco da Gama e a
regressar à grande metrópole. Foi uma belíssima terça feira de Outono... até
porque a contabilidade pedestre anda muito baixa, neste ano da graça de
2025...
1 comentário:
Uma serra que não conheço….um dia bem passado entre três bons amigos…..faltava um para o quarteto se repetir…..lindas fotografias como de costume….um abraço para todos…..
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