A três dias do final do ano passado, meti-me no comboio para
Alhandra,
pronto para regressar a pé para casa. Mas,
como então relatei... foram três horas e meia de "aventura", ao encontro dos sapais ... e de
mais uma megalomania. O que estava em construção era apenas o troço adjacente
às pistas de aviação de Alverca, entre estas e o Tejo, até ao antigo lugar de
Adarse. Foi
esse o troço agora inaugurado,
no passado dia 26 de setembro... e que hoje me deu para ir conhecer, em versão
eBike.
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Comecei o Percurso Ribeirinho junto ao antigo pontão da BP,
Santa Iria de Azóia, 11.10.2025, 14h25
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Ainda no concelho de Loures, entrei no Caminho Ribeirinho pelo acesso da
Estação de Santa Iria de Azóia. E neste troço já sobejamente conhecido...
nunca tinha visto tantos flamingos tão próximos da margem. Seria por haver
muito pouca gente a circular, neste sábado ameno e com bom Sol?
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Flamingos no Tejo, entre Santa Iria e a Póvoa.
Nunca os tinha visto tão perto.
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Continuando a pedalar para norte, entrei no concelho de Vila Franca. Passada a
Praia dos Pescadores da Póvoa, o Caminho novo surge onde o Caminho
"velho" inflectia em direcção à linha de comboio e a
Alverca. Continua
a ser possível seguir por aí, é o "Trilho da Verdelha", mas à direita surge a
nova possibilidade de continuar junto ao
Tejo, entre as pistas da Força
Aérea e o rio.
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Mais de 4 km de novos passadiços e trilhos pedestres e ciclistas,
entre as pistas de Alverca e o Tejo
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Instalações da Força Aérea... inclusive com pequenos jactos
estacionados
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Neste novo troço, diga-se em abono da verdade, gostei do que vi. Onde o
terreno o permitia não há passadiços, o piso foi consolidado em trilho
natural; a proximidade do rio é sempre constante, há bancos aqui e ali... e
até há caixotes de lixo, coisa que o município de Loures se esqueceu por
completo no respectivo percurso ribeirinho. Sem ser do ar, foi também a
primeira vez que vi as pistas de Alverca de perto.
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Mas no final das pistas ... não consigo compreender a megalomania que
ali vi...
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Já em
dezembro passado, quando vi as obras então em curso, me referi a uma autêntica "cidade de
passadiços" que ali estava a nascer. Hoje confirmei-a. Uma vez terminado o
troço que acompanha as antigas OGMA... "desaguamos" no chamado "
Trilho dos Salgados"... que não é um trilho... são vários, paralelos, perpendiculares, a
conduzir uns aos outros... ou a não conduzir a lado nenhum.
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No "Trilho dos Salgados"... há passadiços em todas as
direcções: paralelos, perpendiculares...
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Fazendo um esforço de raciocínio, posso perceber que a intenção é levar os
visitantes a vários pontos daquela zona de sapal e de antigas salinas, e
eventualmente maximizar a observação de aves e da paisagem a partir de
diferentes ângulos. Mas... passadiços que não levam a lado nenhum?... Três
"torreões" para observação de aves praticamente ao lado uns dos outros?! A
quantidade de passadiços não deveria ter em conta a preservação ambiental...
inclusive em termos visuais?
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Passadiços de "ir e vir", que não terminam em lado nenhum... este é
apenas um de muitos...
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A quantidade e extensão das estruturas ali existentes cria um contraste
imediato que choca com a subtileza do ambiente natural. Quero ver a manutenção
de todas aquelas estruturas, toneladas e toneladas de madeira... daqui a vamos
lá ver quanto tempo.
E depois... depois toda esta "cidade" termina abruptamente ainda antes do
lugar da
Adarse,
junto à passagem de nível. Chegar à Praia das Maçãs - vulgo "
Praia dos Tesos" - seguir à beira rio junto à Cimpor e chegar a
Alhandra... não sei
em que geração será; em projecto... está há várias. Claro que há outras
questões a ultrapassar... mas a madeira gasta naquela megalomania talvez
chegasse para fazer chegar os trilhos a Alhandra, finalmente!
E da
Adarse
regressei a
Alverca - pelo "velho" Caminho de Santiago e a casa. Para
este "estudo", desde o trilho de
Santa Iria, "
biclei " 23 km,
como o mapa ao lado indica ... desde casa e de regresso a casa... passou dos
34 km.
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