sábado, 11 de outubro de 2025

Novo Caminho Ribeirinho de Alverca ao Sobralinho

Ou ... onde já não falta tudo... 🤔😳

A três dias do final do ano passado, meti-me no comboio para Alhandra, pronto para regressar a pé para casa. Mas, como então relatei... foram três horas e meia de "aventura", ao encontro dos sapais ... e de mais uma megalomania. O que estava em construção era apenas o troço adjacente às pistas de aviação de Alverca, entre estas e o Tejo, até ao antigo lugar de Adarse. Foi esse o troço agora inaugurado, no passado dia 26 de setembro... e que hoje me deu para ir conhecer, em versão eBike.
Comecei o Percurso Ribeirinho junto ao antigo pontão da BP, Santa Iria de Azóia, 11.10.2025, 14h25
Ainda no concelho de Loures, entrei no Caminho Ribeirinho pelo acesso da Estação de Santa Iria de Azóia. E neste troço já sobejamente conhecido... nunca tinha visto tantos flamingos tão próximos da margem. Seria por haver muito pouca gente a circular, neste sábado ameno e com bom Sol?
Flamingos no Tejo, entre Santa Iria e a Póvoa. Nunca os tinha visto tão perto.
Continuando a pedalar para norte, entrei no concelho de Vila Franca. Passada a Praia dos Pescadores da Póvoa, o Caminho novo surge onde o Caminho "velho" inflectia em direcção à linha de comboio e a Alverca. Continua a ser possível seguir por aí, é o "Trilho da Verdelha", mas à direita surge a nova possibilidade de continuar junto ao Tejo, entre as pistas da Força Aérea e o rio.
Mais de 4 km de novos passadiços e trilhos pedestres e ciclistas, entre as pistas de Alverca e o Tejo
Instalações da Força Aérea... inclusive com
pequenos jactos estacionados
Neste novo troço, diga-se em abono da verdade, gostei do que vi. Onde o terreno o permitia não há passadiços, o piso foi consolidado em trilho natural; a proximidade do rio é sempre constante, há bancos aqui e ali... e até há caixotes de lixo, coisa que o município de Loures se esqueceu por completo no respectivo percurso ribeirinho. Sem ser do ar, foi também a primeira vez que vi as pistas de Alverca de perto.
Mas no final das pistas ... não consigo compreender a megalomania que ali vi...
Já em dezembro passado, quando vi as obras então em curso, me referi a uma autêntica "cidade de passadiços" que ali estava a nascer. Hoje confirmei-a. Uma vez terminado o troço que acompanha as antigas OGMA... "desaguamos" no chamado "Trilho dos Salgados"... que não é um trilho... são vários, paralelos, perpendiculares, a conduzir uns aos outros... ou a não conduzir a lado nenhum.
No "Trilho dos Salgados"... há passadiços em todas as direcções: paralelos, perpendiculares...
Fazendo um esforço de raciocínio, posso perceber que a intenção é levar os visitantes a vários pontos daquela zona de sapal e de antigas salinas, e eventualmente maximizar a observação de aves e da paisagem a partir de diferentes ângulos. Mas... passadiços que não levam a lado nenhum?... Três "torreões" para observação de aves praticamente ao lado uns dos outros?! A quantidade de passadiços não deveria ter em conta a preservação ambiental... inclusive em termos visuais?
Passadiços de "ir e vir", que não terminam em lado nenhum... este é apenas um de muitos...
A quantidade e extensão das estruturas ali existentes cria um contraste imediato que choca com a subtileza do ambiente natural. Quero ver a manutenção de todas aquelas estruturas, toneladas e toneladas de madeira... daqui a vamos lá ver quanto tempo.
Clique para ver no Wikiloc ou no Relive
E depois... depois toda esta "cidade" termina abruptamente ainda antes do lugar da Adarse, junto à passagem de nível. Chegar à Praia das Maçãs - vulgo "Praia dos Tesos" - seguir à beira rio junto à Cimpor e chegar a Alhandra... não sei em que geração será; em projecto... está há várias. Claro que há outras questões a ultrapassar... mas a madeira gasta naquela megalomania talvez chegasse para fazer chegar os trilhos a Alhandra, finalmente!
E da Adarse regressei a Alverca - pelo "velho" Caminho de Santiago e a casa. Para este "estudo", desde o trilho de Santa Iria, "biclei " 23 km, como o mapa ao lado indica ... desde casa e de regresso a casa... passou dos 34 km.
Desde as Sources de la Nive que não pedalava... 😀

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