Dois veteranos do Grupo de Caminheiros Gaspar Correia ... há muito que
costumam querer a minha colaboração e do meu "mano velho" Mousinho para
reconhecimentos de caminhadas. No final de Setembro, lá fomos com eles até às
terras alentejanas de Alcáçovas ... para preparar a caminhada e o
magusto que hoje ali levou as "tropas gasparitas".
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Alcáçovas, 28.Set.2021
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O nome de Alcáçovas tem origem árabe, derivando de “
Al-Qasbah” (cidade
fortificada). Em tempos romanos era conhecida por “
Castroleucos”
(Castelos Brancos). Os topónimos revelam a existência de castros, ou castelos,
mas hoje não há vestígios dessas fortificações. Certamente os povoadores
seguintes, nada preocupados com o seu património histórico e tendo necessidade
dessas pedras já aparelhadas, deram-lhes novo uso na construção das suas
casas.
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Jardim das Alcáçovas, 11h35 - Depois da componente cultural, ia
começar a componente pedestre
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A poente de
Alcáçovas, o percurso escolhido para esta actividade
caminheira desenvolveu-se num montado de azinheiras e sobreiros, "
uma amostra característica de um Alentejo dos meus tempos de moço, hoje
muito desvirtuado com as culturas intensivas de olivais, amendoais e pomares
a perder de vista. Onde estão as searas de trigo com as papoilas vermelhas a
ondear ao vento? Pois em Alcáçovas ainda se respira a beleza e a diversidade
da paisagem pouco modificada pela acção humana. É um facto que as herdades
estão aramadas para nelas pastarem manadas de gado bovino e rebanhos de
cabras e ovelhas e varas de porcos, não guardadas por pastores com ceifões e
encostados aos cajados que lhes faziam covas no peito, como diz a moda.
Hoje, os pastores deslocam-se de motoreta, tractor ou pick up para
transportar alimentos para os animais."
(José Salgado, mentor e organizador da caminhada)
O rumo era o do
Convento de Nossa Senhora da Esperança, que teve a sua origem na primitiva Ermida de Nossa Senhora da Graça e foi
integrado, a pedido do povo, na Ordem Dominicana. Em meados do século XV o
Papa Calixto III concedeu cem dias de perdão aos fiéis que oferecessem esmolas
para a reparação do edifício, desde que confessados e comungados.
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Ermida do Senhor da Pedra (Séc. XVIII), onde os romeiros se
encontravam, devendo dar 3 voltas à Ermida antes de prosseguirem a
viagem para o Convento.
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Algumas senhoras mais retardatárias preferiram não subir ao Convento,
almoçando à sombra de velhas árvores. Como a minha "velhota" fez parte desse
grupo e eu tinha o almoço de ambos ... também fiquei; em Setembro, na
prospecção, já havia estado no alto do Convento.
E a actividade terminou com um belo magusto alentejano, onde não faltou a
típica carne de alguidar. Mais um sábado bem ao estilo e à amizade dos
Caminheiros Gaspar Correia!
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