Em
Outubro de 2014, com um dos meus vários grupos de amigos do pedestrianismo, "descobrimos" o Aqueduto de Évora, o
Aqueduto da Água da Prata. No fim de Janeiro, com 3 companheiros da "família" Gaspar Correia, tinha ido rever e reconhecer mais um pequeno troço e hoje lá estávamos de novo ... mas desta vez com cerca de 70 caminheiros, prontos a percorrer o trilho daquela que foi a principal fonte de abastecimento de água à cidade de
Évora.
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Início do trilho da Água da Prata, Évora, 21.Março.2015 |
Mas esta não foi apenas mais uma caminhada dos
Caminheiros Gaspar Correia. Esta não foi uma caminhada qualquer: foi, por um lado, a caminhada comemorativa do
30º Aniversário do Grupo, mas também a primeira caminhada depois da perda brutal de um grande Amigo, que partiu ao cumprir o sonho de subir o
Pico, como relatei
no artigo anterior. Foi um dia de celebração da Vida! Da Vida que deve ser vivida, dia a dia, minuto a minuto. Vivida para poder viver a felicidade de ter Amigos! Uns partem ... mas no mistério da vida e da morte estão e estarão sempre connosco!
Este primeiro dia de Primavera ameaçava aguaceiros, que no entanto não se concretizaram. Os campos rejubilavam já de cor e de vida. E lá fomos seguindo o aqueduto, à vista de velhas quintas, a maioria testemunhando velhos tempos há muito perdidos, como a
Quinta da Manizola, que pertenceu ao visconde da Esperança e foi a
Quinta do Arcediago, propriedade de André de Resende.
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Mais um troço da Água da Prata, junto à ...
Fonte do Arcediago
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Quinta da Manizola |
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E já se percebe Évora, para lá do Aqueduto |
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Mosteiro de São Bento de Cástris, da Ordem de Cister: o mais antigo mosteiro feminino a sul do Tejo |
Antes das três e meia da tarde, com 12 km percorridos, estávamos na estrada de Arraiolos, cruzada pelos arcos do velho aqueduto, junto a um pilar com torre incorporada e cúpula de estilo manuelino, onde se encontravam as imagens de
S. Bruno e
S. Bento, patronos dos mosteiros da
Cartuxa e de
São Bento de Cástris.
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Ao fundo, o Mosteiro da Cartuxa |
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E a caminhada terminava, junto ao pilar e torre |
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onde se encontravam as imagens de S. Bruno e S. Bento
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Terminada a caminhada ... o 30º aniversário do Grupo foi comemorado - tal como já o 25º o tinha sido - nas instalações do Coral Etnográfico
Cantares de Évora, nos antigos celeiros da EPAC. A gastronomia alentejana esteve naturalmente em força ... mas também o portentoso
Cante Alentejano, Património Cultural e Imaterial da Humanidade. Esta foi a mais bela e emotiva homenagem que o Grupo poderia prestar ao nosso querido
Luís Fialho Rodrigues, que os desígnios da
Terra Mater chamaram a si, há tão só duas semanas! Onde quer que esteja ... ele estará sempre com os seus Caminheiros Gaspar Correia!
A comemoração dos 30 anos do Grupo ... foi também uma sucessão de belas surpresas para esta "família", que ainda conta com 4 membros que permanecem, no activo, desde a primeira caminhada, no já tão longínquo mês de Março do longínquo ano de 1985! Em jeito de prémio, novos e velhos membros ... viram-se de repente capa da conceituada
National Geographic...
J
À semelhança das "bodas de prata", há 5 anos, fui igualmente responsável pela compilação das memórias Caminheiras de 30 anos, através da elaboração de uma
Brochura comemorativa.
A capa da
brochura ... revela a autêntica obra-prima de um artista Caminheiro, saída das suas mãos e moldada pelas suas mãos ... e pelo amor dedicado ao Grupo, para o Grupo ... para a muita amizade e a muita partilha que o caracteriza. Pertencer ao
Grupo de Caminheiros Gaspar Correia ...é para mim um privilégio de que muito me orgulho! Obrigado, Companheiros! Obrigado, Amigos!
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