"A vida afectiva é a única que vale a pena. A outra apenas serve para organizar na consciência o processo da inutilidade de tudo."
Miguel Torga
Regressado há dias das minhas terras adoptivas da raia Sabugalense ... acabo de passar dois dias espectaculares nas minhas outras terras do
Gerês. E, porque "
a vida afectiva é a única que vale a
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Serra Amarela, 26.11.2011 |
pena", conheci ontem a amizade e a afectividade de outros, tal como eu, apaixonados por este "
Reino Maravilhoso".
Na minha
autonomia de Maio passado, cruzei-me com os responsáveis pelos blogues "
Carris" e "
Portugal Nature". Com o "Orion", que partilha com a "Lírio" as "aventuras da "
Cabra do Gerês", tivemos um providencial encontro na Ponte das Servas, numa outra
autonomia que fiz em Junho, com a minha "cabrita" de tantas e tantas fragas e pragas percorridas. Para além destes, há meses que partilho também regularmente experiências e aprendizagens, essencialmente com as responsáveis pelos blogues
"
Espírito da Montanha" e "
Alma de Montanhista". Tinha que as conhecer pessoalmente, caminhar com elas e com os amigos e amigas com quem caminham ... e que extraordinário grupo vim encontrar.
E assim, ao fim de quase 40 anos de paixão pelo Gerês, de trilhos percorridos a solo, com alunos, em família ou guiando a minha "família" Caminheira, este sábado trouxe-me o convívio e a amizade de quem conhece o Gerês muito melhor do que eu, que respira o amor pela montanha ... "
esse Amor que me leva na busca incansável dessa Alma perdida que se encontra lá… Esse amor que de todas as vezes que se lá vai… dá… só dá… porque é na dádiva que a gente mais sente prazer…" (
White Angel). E como se estas aliciantes não bastassem, vim a reencontrar também, neste magnífico grupo, dois outros amantes
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Vila do Gerês, 25.11.2011, 8:50h |
do Gerês que conheci em 2008, na serra, em circunstâncias "tragicómicas" que descrevi no meu
blogue retrospectivo. Quer dizer ... para um deles as circunstâncias não foram nada cómicas...! Membros do
Clube de Montanhismo de Braga, como vários outros da caminhada de ontem (incluindo o respectivo presidente), aqui fica de novo o meu sincero agradecimento e reconhecimento, a eles e ao Clube. Escrevi então que "
Ainda um dia voltaremos a caminhar juntos no Gerês ... esperemos que em melhores
condições... J". Esse dia chegou ontem!
Sexta feira, 25 de Novembro
Recuemos a antes de ontem, sexta feira. Já que vinha ao Gerês, para me encontrar e caminhar ao lado de outros amantes do Gerês ... fazer só uma caminhada era demasiado gasto para pouca comunhão com estas serras mágicas. Se algun(ma)s outro(a)s me pudessem acompanhar na 6ª feira, tanto melhor; mas não foi possível. Através da
White Angel acertámos as agulhas para sábado ... e eu saí de Lisboa no autocarro das 0:30h de 6ª feira! Às 8:30h da manhã estava nas Caldas do Gerês!
Na minha paixão pelo Gerês, imperdoavelmente nunca tinha subido ao emblemático
Pé de Cabril. Foi esse, assim, o objectivo da minha caminhada solitária de sexta feira. A partir de
Leonte, "conquistei" assim mais um trunfo no "meu" Gerês. E subir ao Pé de Cabril é qualquer coisa de fabuloso! Os horizontes vão-se abrindo à medida que subimos, mas é o troço final que mais empolga, até ao cume (ou melhor, aos dois cumes, lado a lado) daquelas fantásticas penedias.
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Pé de Cabril, aí vou eu... J |
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Prado do Tirolirão |
Para atingir o trilho que sobe ao cume do
Pé de Cabril, quase rastejei através de estreita fenda entre penedos, tipo gruta. E os dois cumes atingem-se com o recurso a estratégicos degraus de ferro cravados na rocha, por vezes considerados a única
via ferrata portuguesa. No cume mais alto (1235 metros de altitude) ... Nª Srª de Fátima e os pastorinhos, em azulejo na rocha, abençoam os "aventureiros" que ali chegam ... e as fabulosas panorâmicas que dali se divisam!
Como em tantos outros lugares, somos pequenos ante a imensidão e a grandeza da Natureza.
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"Passagem secreta" para o resto do trilho de acesso ao Pé de Cabril |
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Cume do Pé de Cabril (1235m alt.) |
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Não é possível a fuga ao chamamento e ao sonho... |
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No Pé de Cabril, abençoado pela Sra. de Fátima |
Barragem de Vilarinho das Furnas, do Pé de Cabril |
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Mas o Pé de Cabril tinha de ficar para trás |
Do
Pé de Cabril rumei aos
Prados e à
Junceda. Há quantos anos não ia à Junceda! E quanta beleza ainda naqueles prados, cruzando charcos e regatos, bordejando as encostas que, ora davam para o vale do rio Gerês, ora para terras de Covide e de S. João do Campo, serpenteando também parte do trilho da
Silha dos Ursos e entrando no denso bosque da
Junceda.
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Prados |
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Bosque e Casa da Junceda |
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Bosque junto à Casa da Junceda ... |
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... e falta descer para o Gerês |
A descida da Junceda ao
Gerês fi-la pelo trilho directo, abaixo do Miradouro da Junceda. Mas ... é uma boa prova de resistência aos joelhos e à estabilidade nos muitos blocos de rocha solta e troncos.
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Dois aspectos do "trilho" que
desce da Junceda à vila do Gerês |
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Dois aspectos do "trilho" que desce da Junceda à vila do Gerês |
Antes das 16:00h estava no Gerês ... e no dia seguinte de manhã (ontem) era o grande dia de conhecer a
White Angel, de rever o Narciso e o Vítor, de conhecer os outros amantes do Gerês. O respectivo post virá em breve... Para já, fica o álbum completo e o percurso da "aventura" de sexta feira.
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