Anteontem, dia 23, deixámos as terras mágicas do
Gerês ... rumo às terras mágicas de
Somiedo! Até nisso estas férias são especiais: pela primeira vez, numas mesmas férias, percorro as minhas três "terras natais": Gerês, Somiedo ... e de aqui sairemos para
Vale de Espinho e para as terras raianas! E se, no Gerês, vivemos a espectacular experiência da travessia em autonomia que fizemos ... em Somiedo subimos ambos ao
Cornón, o mítico ponto mais alto das terras somedanas, a que há vários anos eu ambicionava chegar!
Estamos, portanto, em
Pola de Somiedo ... a capital do paraíso. Desde a
Primavera branca de 2009 que não vinha a Somiedo, há mais de 2 anos! E desta vez estamos mesmo no larguinho central de Pola, num apartamento recentemente renovado pelo nosso amigo Herminio, da "
Casa Miño". Só o simples facto de estar aqui é mágico, mesmo que não saíssemos da vila. Mas ... claro que saímos...
J!
Ontem foi o grande dia da conquista do
Cornón. Com os seus 2188 metros de altitude, o Cornón é o tecto de Somiedo, embora se situe no limite sul do Parque Natural, na "fronteira" entre Astúrias e Leão. Antes das 9 da manhã, estávamos assim em
Santa María del Puerto, deixando o carro no mesmo sítio onde o deixámos igualmente há 5 anos, quando da caminhada de Coto de Buenamadre.
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Santa Maria del Puerto de Somiedo,
24.06.2011, dia de San Xuan |
O percurso tinha sido estudado minuciosamente, pelas cartas (tenho todo o território de Astúrias em 1/10.000...), pelo PR definido pelo Parque Natural de Somiedo, e pelos muitos registos de outros amantes da montanha que partilham os seus trilhos. O
Wikiloc é sempre, nestes estudos prévios, a melhor das bases de dados actualmente existentes. Não gosto de ir e vir pelo mesmo caminho, pelo que tinha estudado o regresso pelo vale do
rio Trabanco, paredes meias com a
braña vaqueira de
La Peral.
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Boca de los Ríos (1580m alt.) |
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Morro del Rebezu e Miro Malo |
Sensivelmente com uma hora de marcha, estávamos na
Boca de los Ríos, quase a 1600 metros de altitude. Entre os 1700 e os 1800 metros, a subida suavizou um pouco ... o suficiente para a minha companheira de "aventuras" ganhar novo alento ... impulsionada também pelo encorajamento de um montanhista espanhol que também ia para o Cornón. Em 2 horas de marcha tínhamos feito 5 km e subido 300 metros de desnível. Toda a envolvência era sublime, com as montanhas recortadas num azul do céu espectacular, contrastando com o verde das encostas.
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Avançamos através de paisagens sublimes! |
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Uma pausa aos 1700 metros de altitude. Ainda falta subir quase 500... |
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Boquete de la Mozarra (1794m), 11h10h: o Cornón surge no horizonte! |
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Vertente leonesa |
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Laguna del Barroso (1850m) |
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O objectivo ainda está mais de 300
metros acima... |
Momentaneamente em terras leonesas, cruzamos a
Vega de la Mozarra e ultrapassamos os 1800 metros. Regressamos a Astúrias sobre a cabeceira do
Trabanco e a
Laguna del Barroso ... e estamos perante a mole do
Cornón! Estamos agora a 1885 metros de altitude. Faltam sensivelmente 300 metros de desnível ... para vencer em cerca de 1,25 km; 24% de inclinação média! Mas a coragem é muita ... e quem chegou até aqui também chega ao cume! À minha frente, a trepadora de todas as montanhas (a começar pela montanha da vida...
J) lança-se ao "ataque". No meio de um mar de rocha, a íngreme vertente do Cornón vai sendo vencida ... e pouco depois das duas da tarde a grande trepadeira põe o pé no
Cornón, a 2188 metros de altitude!
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"Será que conseguirei?..." |
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1950m alt., 13:20h - Vai começar o "ataque"... |
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Uns sobem... |
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... outros descem ... incluindo um de 4 patas! |
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"Estou quase..." |
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E às 14:05 a grande trepadora põe o pé no Cornón (2188m alt.) |
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" E de aqui eu domino o mundo! " |
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Nós somos os senhores de Somiedo! |
As sensações vividas no cume do
Cornón são indescritíveis. Ali, sentimo-nos príncipes das alturas, senhores de Somiedo e do mundo! 360º à nossa volta, a cordilheira cantábrica estende-se imponente, destacando-se a vertiginosa vertente leonesa ou o espectacular vale de
Zreizales, berço do
Pigueña. Para leste,
Peña Salgada,
Peña Chana, a
Torre de Orníz e, ao fundo, o maciço das
Ubiñas! Quase tudo locais por onde já andei ... quase tudo locais onde ainda tanto há para andar...!
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Vertente norte, sobre o vale de Zreizales, berço do rio Pigueña |
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Para leste, ao fundo, o maciço das Ubiñas |
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Zoom aos Huertos del Diablo e Peña Ubiña |
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Mas ... eram horas de descer para o vale do Trabanco |
Mas tínhamos ainda uma longa tarde pela frente. Ao descer do
Cornón, enveredámos por uma rota diferente da mais utilizada. Íamos contornar a norte o maciço de
Peña Penouta, descendo o fabuloso vale do
Trabanco, um autêntico paraíso perdido, bem no seio do paraíso de Somiedo.
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1970m alt. - Descida para as Fuentes del
Trabanco |
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O Shangri-La que tínhamos à frente!... |
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Não foi |
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fácil descer isto... |
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Percorrendo o Shangri-La do vale do Trabanco |
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Campo de los Centenarios, vale do Trabanco (1650m alt.) |
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O descanso da grande montanheira! |
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As alturas de onde vínhamos... |
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... e o vale para onde íamos! |
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Camurças, nas encostas
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de Peña Blanca
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Peña Blanca
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e as suas camurças
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Ainda a 1570 metros de altitude, continuamos rumo a leste ... |
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... até chegarmos à vista de La Peral |
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Outros "montanheiros"...
Eles e nós íamos dizer adeus ao vale do Trabanco |
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E ... Santa Maria del Puertu à vista, com 18 km percorridos pelo paraíso! |
Quase às 8 horas da tarde, 10 horas depois de sairmos e com quase 18 km percorridos, voltávamos ao ponto de partida! Tínhamos "conquistado" o
Cornón, tecto de
Somiedo. Mas tínhamos também conhecido, sem dúvida alguma, uma das mais belas e paradisíacas zonas de quantas já aqui percorri!
(Álbum de fotos completo neste
link)
1 comentário:
Muitos parabéns grande amigo por este grande documentário.....uma maravilha.....vou fazer este percurso no próximo Domingo.....com UPB .......um abraço ...
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