domingo, 21 de janeiro de 2024

K55 ... por montes, vales e passadiços do Concelho de Loures

Nunca tendo sido a corrida minha predilecção (nem o trail), gosto contudo de caminhar rápido ... e gosto também de caminhar sozinho. Não se trata de gostar mais ... trata-se de gostar de forma diferente. Aproxima-se a passos largos a habitual Marcha de Montanha do fim de janeiro ... pelo que senti
Sacavém, 21.01.2024, 06h15
a necessidade de testar a minha forma física, além de gostar de verificar até onde as minhas septuagenárias pernas aguentam... 😂
Assim ... faltavam 4 minutos para as seis da manhã (noite cerrada, claro) quando saí de casa para uma volta apenas semi esboçada. Seria para gerir ... à medida. Contando com quase duas horas de noite, a primeira parte teria forçosamente de ser em área urbana, iluminada.
Igreja de Santiago Maior, Camarate, 06h45
Panorâmica de Fetais para o vale da Póvoa de Santo Adrião
Chafariz de El Rei, Póvoa de Santo
Adrião07h20 ... e o dia ia nascendo...
Capela de Nossa Senhora da Saúde, 08h35, entre a Serra da Amoreira e o Cabeço de Montemor
Para além do muito "dar à perna" em distância que idealizara ... os desníveis também tinham que se lhe diga. Com o dia a começar a clarear, desci do alto de Fetais para a Póvoa de Santo Adrião, para logo subir à Ramada, à Serra da Amoreira e ao alto da Capela de Nossa Senhora da Saúde, já na encosta sul do Cabeço de Montemor e com belas panorâmicas a quase toda a volta.
Vista do terreiro da Capela de Nossa Senhora da Saúde para a serra da Amoreira
Cabeço de Montemor, 08h50 / 09h05 - Geodésico (357m alt.) e panorâmicas para sul e nordeste
O cabeço de Montemor situa-se entre Santo António dos Cavaleiros e Caneças, no sentido leste / oeste, e entre a Ramada e A-dos-Calvos, no sentido sul / norte. Foi precisamente para A-dos-Calvos que desci, com água a cantar nas pequenas linhas de água que descem da serra ... e até no próprio trilho. A ribeira do Pinheiro de Loures levava bom caudal.

Descida de Montemor para norte, para A-dos-Calvos e Pai Joanes, 09h40
Ao cruzar a ribeira do Pinheiro de Loures, levava já 20 km nos pés, percorridos em menos de 4 horas ... mas a média claro que iria baixar, como aliás já baixara em relação às primeiras duas horas e meia.
No Tojalinho, as cartas assinalam a Capela do Senhor Jesus dos Desamparados. Trata-se de uma minúscula Capela ... que "milagrosamente" estava aberta, ou melhor ... tinha apenas um pauzinho a segurar a porta, por baixo. Visitei, deixei tudo como estava ... e à saída deixei os bastões pousados no muro em frente; só dei por falta vários quilómetros depois ... e não voltei atrás. Fazendo jus ao nome ... acredito que venham a ser úteis a algum desamparado que deles necessite 💖.

Capela do Senhor Jesus dos Desamparados, Tojalinho
- os meus bastões ficaram lá ... para algum desamparado

Ainda no Tojalinho, 09h55 - Foi daqueles montes que eu vim...
Mais uma hora ... mais uma subida ... cruzando a EN8, passando por Murteira e Malhapão, rumo a Casainhos ... em sobe e desce permanente ... com alguma lama ... e denotando já algum cansaço, claro. A seguir a Fanhões, pouco depois do meio dia, estava com 30 km nos pés.

Ribeira de Casainhos, com bom caudal, 11h40
Igreja de Fanhões, 11h55
De novo acima dos 300 metros de altitude, na Serra de Fanhões, próximo do geodésico de Picotinhos
Uma das ideias era descer a Bucelas e seguir por Vila de Rei e a Quinta da Romeira. Mas a média de andamento descia a olhos vistos. Dos 6,5 km/h iniciais já descera para 5,5 ... e para os 5 km/h. Em qualquer caminhada, particularmente a solo, há que gerir tempos, distâncias, desníveis ... e cansaço.
E o bom senso ditou-me descer para o vale do Trancão, com a única paragem de toda a jornada à entrada dos passadiços do Trancão ... sem contudo seguir para Bucelas.
O Trancão a sul de Bucelas, 13h25 - Local do almoço ... e da única paragem (12 minutos)
Cruzado o Trancão na ponte da EN 115, subi à Quinta do Furadouro e entrei no fabuloso trilho de bosque ribeirinho que conduz à aldeia do Zambujal, bem conhecido.
No bosque ribeirinho que acompanha o vale do
Trancão e a EN 115, na margem esquerda do rio

Zambujal
, 14h20, com 37 km percorridos
Ruínas da Quinta do Duque, com Alpriate à vista e o bairro das Bragadas lá em cima
Do Zambujal poderia ter orientado o percurso para a Granja e a Quinta do Monteiro Mor, pelo Caminho de Fátima e de Santiago em sentido contrário, subindo depois aos bairros para o regresso a casa. Mas ... ainda me achei a tempo de percorrer o Caminho de Santiago sim, mas no sentido correcto. Às três da tarde estava em Alpriate; a ideia passou a ser ir até à Póvoa de Santa Iria e vir pelos passadiços à beira Tejo ... o que sabia que iria passar da meia centena de quilómetros.
Alpriate ... no Caminho de Fátima e Santiago,
junto ao que já foi o 1º Albergue desde Lisboa
Caminho de Santiago ... um "pouquinho" enlameado... 😂
E na Praia dos Pescadores da Póvoa de Santa Iria, 15h55
A praia dos pescadores da Póvoa e os passadiços do Tejo fervilhavam de gente, neste domingo de Sol de inverno. Para a foz do Trancão faltavam sensivelmente 8 km. Já agora, iria mesmo até à foz, pelo novo percurso ribeirinho de Loures ... o que me fez nascer a ideia de ter lá um "comité de recepção", no final (ou quase) desta longa "maratona". E da ideia à prática ... era só a distância de um telefonema...

17h20 - Pelo Percurso Ribeirinho de Loures, estou a chegar à Foz do Trancão ...
onde era esperado quase com um Porto de honra... 😀
Ter a parceira de Vida e 4 "manos velhos" à espera foi óptimo ... mas ter também a Ministra do Trabalho foi uma grata surpresa. A Dr.ª Ana Godinho estava igualmente a usufruir do belo domingo de Sol ...
Até o Zuma compareceu na recepção... 😂
e encontrámo-nos por mero acaso quando cheguei e abracei "a minha gente" 😄. Filha de uma saudosa colega dos nossos tempos de ensino, conhecemos a Ana desde menina e moça!
Na foz do Trancão estava com 52,5 km percorridos ... mas claro que quis fechar o "circuito" e ir a pé para casa, uma vez que foi de casa que parti. E assim, às seis da tarde estava a entrar no "ninho", com 55,5 km percorridos em 12 horas exactas. A minha arraiana e os "manos velhos" ... foram de carro 😂
Despedida da foz do Trancão e travessia do Bairro da Cortiça, Bobadela, junto aos viadutos do IC2
(clique na foto ou aqui para ver o álbum completo desta "maratona")
Os números de uma bela jornada a testar a forma
física. Clique para ampliar, ou aqui para ver no Wikiloc

1 comentário:

Edite disse...

Que maravilha.