quinta-feira, 5 de maio de 2022

Primavera nas terras do Côa

Desde que foi criado o "Trilho do Manego", em terras de Quadrazais, já o percorri várias vezes, no todo ou em parte, sozinho ou com amigos, a quem quis mostrar o encanto das margens do Côa, como ainda em Fevereiro passado. Mas apesar de o trilho ter apenas dois anos de existência ... sem manutenção tudo se degrada; em Fevereiro, precisamente, tivemos de atravessar o Côa a vau, na zona do Moinho da Mursa, onde as poldras se deslocaram e ficaram em posição que inviabiliza a utilização; e já o ano passado deparara com dois ou três troços preenchidos pelo mato, principalmente entre a ponte suspensa próxima das ruínas do Moinho da Escaleira e a estrada.
Em mais uma estadia no nosso "retiro" raiano, a primeira quinzena de Maio costuma ser o desabrochar da Primavera ... e eu precisava de desabrochar e de renascer para estas minhas terras, que, de aqui a menos de um ano, me conhecem há meio século! O trilho do Manego, juntando velhos trilhos que acompanham as margens ou as encostas do Côa, até podia começar em Vale de Espinho, ou mesmo nos Fóios. Pouco depois das seis da manhã ... comecei-o a solo, em Vale de Espinho.


Na zona do Moinho da Mursa ainda fui ver se seria possível passar, mas o Côa;leva mais água do que em Fevereiro e qualquer tentativa de atravessar a vau seria complicada. Continuei assim pela margem direita, até ligar ao trilho original a seguir à açude, já próximo de Quadrazais. E ao longo de todo o trajecto ... que sons, que cores ... que silêncios! Era desta entrega que eu necessitava!
Sem legendas, contrariamente ao habitual ... o filme acima creio que diz tudo o que foi esta manhã mágica. 22 km de Natureza ... entre o silêncio das pedras ... ouvindo a música do Universo ... e regressando por trilhos a norte da estrada, pelo meio do gado no Vale de Asna. Antes da uma da tarde estava em casa ... aguardado pela minha estrela arraiana.

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