Desde que foi criado o "Trilho do Manego", em terras de Quadrazais, já o percorri várias vezes, no todo ou em
parte, sozinho ou com amigos, a quem quis mostrar o encanto das margens do
Côa, como ainda em
Fevereiro passado. Mas apesar de o trilho ter apenas dois anos de existência ... sem
manutenção tudo se degrada; em Fevereiro, precisamente, tivemos de atravessar
o Côa a vau, na zona do Moinho da Mursa, onde as poldras se deslocaram
e ficaram em posição que inviabiliza a utilização; e já o ano passado deparara
com dois ou três troços preenchidos pelo mato, principalmente entre a
ponte suspensa próxima das ruínas do Moinho da Escaleira e a
estrada.
Em mais uma estadia no nosso "retiro" raiano, a primeira quinzena de Maio
costuma ser o desabrochar da Primavera ... e eu precisava de desabrochar e de
renascer para estas minhas terras, que, de aqui a menos de um ano, me conhecem
há meio século! O trilho do Manego, juntando velhos trilhos que acompanham as
margens ou as encostas do Côa, até podia começar em Vale de Espinho, ou
mesmo nos Fóios. Pouco depois das seis da manhã ... comecei-o a solo,
em Vale de Espinho.
Sem legendas, contrariamente ao habitual ... o filme acima creio que diz tudo
o que foi esta manhã mágica. 22 km de Natureza ... entre o silêncio das pedras
... ouvindo a música do Universo ... e regressando por trilhos a norte da
estrada, pelo meio do gado no Vale de Asna. Antes da uma da tarde
estava em casa ... aguardado pela minha estrela arraiana.
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