No dia 11 de Maio de 2017, no primeiro dia do meu
Caminho Primitivo, no Albergue de San Juan de Villapañada estava um português, a quem nos
juntámos ao jantar ... jantar em que um gato nos ia roubando uma costeleta 🤪;
talvez esse episódio ... tenha sido o mote para uma Amizade que foi crescendo
entre o dito português e o autor destas "crónicas".
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A caminho das Fontes Lares, 19.Jun.2021, 8h55
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Quatro anos depois ... o "
Papaléguas" veio com o "
Xalmas" ao retiro de
Vale de Espinho ... onde neste solstício fizemos
três caminhadas "de rajada", das
Fontes Lares ao
Côa, à
Raia, e, para além dela, à
Serra da Enxalma, como é conhecido o
cume ocidental da
Sierra de Gata, que recebeu o nome do deus vetão das
águas ...
Xalmas. Quatro anos depois de um gato roubar uma costeleta
... o Universo tem muito para dar a esta Amizade 💖🙏
Apesar de o solstício ser de verão ... só no sábado caminhámos com Sol e céu
razoavelmente limpo. E foi a caminhada maior, 22 quilómetros.
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19.Jun.2021, 9h25 - as Fontes Lares ... como nunca as
tinha visto: até o barroco "sagrado" quase desaparece no mato!
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Água abençoada pelas forças telúricas das Fontes Lares...
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Fontes Lares: no "santuário" das minhas velhas botas, cardadas,
que palmilharam léguas sem fim...
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Das
Fontes Lares fomos às
Balsas, descemos aos
Entremontes, passámos a estrada entre as
Braciosas e os
Fóios, subimos à linha de fronteira, que seguimos até à
Lomba,
para regressar a
Vale de Espinho pela
Quinta do Passarinho e pelo
Nabo da Crasta e entrando
pela velha ponte do
Côa.
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O Côa na Fontanheira, para onde descemos pelas
Balsas e Entremontes
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Os dois "exploradores" entram na
Reserva Natural da Serra da Malcata
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Do Côa subimos à Raia ... nesta caminhada
internacional ...
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... e da Raia regressámos a Vale de Espinho, que já
víamos aos nossos pés
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Antes das três da tarde estávamos na velha ponte, onde
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o João tirou um pouco da fome desta pobre cadelita
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Duas caminhadas em terras de Vale
(Sábado 19 - Clique
aqui
para
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de Espinho, nos dias 19 e 20 de Junho ver no
Wikiloc)
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Para domingo tínhamos programado subir o
Xalmas ... mas domingo
acordou muito chuvoso. "Recolher obrigatório", portanto. Mas à tarde o Sol
despediu-se da Primavera, pelo que lá fomos a uma volta mais pequena; o João
"Papaléguas" não podia sair de Vale de Espinho sem conhecer o
Moinho do Rato.
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Pontão das poldras do Moinho do Rato ... as pedras
que não envelhecem...
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Mas do
Moinho do Rato subimos a encosta da
Pelada e
descemos de novo ao
Côa, para outros dois ícones de Vale de Espinho: o
Engenho e o
Moinho dos Pecas, regressando a casa pela
estrada.
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Puerto de Santa Clara, 21.Jun.2021, 8h40 locais - Em dia de solstício ... o "Papaléguas" foi com o "Xalmas" ao Xalmas
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Como já referenciei noutras crónicas, o cume ocidental da
Sierra de Gata adoptou o nome do deus Vetão das águas; "primos"
dos Lusitanos, os Vetões eram celtas que habitavam a parte noroeste da
Meseta Ibérica, onde se viriam a constituir mais tarde Castela, a Extremadura
espanhola e as zonas raianas do actual território português. Consoante a
língua (português, castelhano,
extremeño), esta porção da serra e o seu
cume aparece referenciada como Serra da Enxalma, Jálama, Xálama, Xálima ... ou
Xalmas ... o meu
nick name no
Wikiloc
e em diversos outros sítios na
internet.
2ª feira era o último dia do João em terras raianas ... com ele cheio de
vontade de conhecer o verdadeiro Xalmas. O solstício de Verão foi às quatro e
meia da manhã ... mas o dia nasceu a parecer de Inverno. Mesmo assim,
resolvemos confiar; pegámos no carro, atravessámos a raia entre
Aldeia do Bispo e
Navasfrias, passámos o
Águeda ... e,
antes das nove horas espanholas, "
Xalmas" e "
Papaléguas" estavam no
Puerto de Santa Clara, para subir ao cume do Xalmas.
E em boa hora o fizemos! Caminhámos à chuva, não vimos as panorâmicas para a
Serra do Espinazo, não se abriram os horizontes à medida que subíamos
... mas vivemos um ambiente a todos os títulos mágico e místico, como a foto à
esquerda ilustra. Por vezes parecíamos vultos na neblina; os pássaros, esses
cantavam alegremente, dando graças à água que escorria pelas folhas e ramos
... ou não fosse Xalmas o deus vetão das águas.
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Vultos na neblina ... vamos subindo a encosta poente do Xalmas,
passando pela Ermida de San Casiano
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Dadas as condições climatéricas, poucos minutos estivemos no cume; iniciámos
desde logo a descida, agora para a vertente norte, rumo à
Nevera, poço escavado e revestido com
pedras, com vista à conservação da neve.
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No Pozo de la Nevera, na
encosta norte do Xalmas (1423m alt.)
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Em pouco mais de uma hora, descemos das nuvens para a estrada
Payo -
San Martín. A chuva tinha parado ... o Sol
timidamente parecia querer romper ... e de repente o deus
Xalmas abriu um
flash que nos deixou ver os campos de
Payo e de
Navasfrias! Estávamos, literalmente, nos céus...
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Descida da Nevera: os céus parecem
querer
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abrir ... e de repente, num flash mágico ...
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... as terras de Payo e de El Rebollar abriram-se
diante de nós!
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Às onze e meia locais estávamos no final da
Senda norte do
Xalmas. A "missão" estava cumprida ... e o João dizia-se de papinho
cheio; adorou as três caminhadas ... mas especialmente estes 11 km de sobe e
desce ao cume ocidental da
Gata, paredes meias com as
Mesas,
onde nascem o Côa e o Águeda.
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21.Jun.2021, 11h30: chegamos à estrada Payo -
San Martín ... quase no fim de quatro dias em terras de
Vale de Espinho e do Xalmas (Clique
aqui
para ver o álbum completo de
fotos)
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Regressados a terras lusas - mas as fronteiras são puras invenções - era quase
chegada a hora da despedida. O João regressou à sua "base" ... os dois
arraianos - natural e adoptivo - permanecem na Raia ... talvez para mais
"aventuras".
Who knows? O Universo é inteligente ... e a Vida é Bela...
2 comentários:
Sensações únicas que o tempo não vai conseguir apagar. Obrigado Zé (Xalmas) Callixto pelos momentos épicos com que me brindaste.
Faço minhas as tuas palavras. As sensações épicas foram bidirecionais ☺️
Abençoado gato 🐱🐈
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