quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Trancão ... no Caminho de Fátima e de Santiago

O Trancão, do alto da Bela Vista, Bobadela, 3 de Janeiro de 2018, 9h45
2018 começou há 3 dias. Ao terceiro dia, o que seria um simples reconhecimento de um trilho de acesso à várzea do Trancão ... transformou-se numa caminhada de 12,5 km ... em que um episódio aparentemente banal justificou que a quisesse desde logo incluir como primeira crónica do ano, nestes meus "instantâneos de uma vida ao ar livre".
O Caminho de Fátima / Santiago, ao longo do Trancão
A partir da Bobadela e pelo Bairro da Bela Vista, o vale do Trancão estendeu-se aos meus pés. Lá em baixo, lá estava o Caminho de Santiago e de Fátima. O objectivo era identificar um ou mais trilhos de acesso ao vale. Houve, em tempos, um trilho ligeiramente a norte do Moinho da Fraternidade; apesar de saber que esse trilho, desde há uns anos, conduz apenas às hortas ... foi por lá que desci ... e uma simpática senhora que estava na lida da horta abriu-me o portão de acesso ao Caminho dos Peregrinos.
Ao terceiro dia do ano ... eu estava no Caminho de Santiago! E, no Caminho de Santiago, não seria invulgar encontrar peregrinos. Três peregrinos passaram céleres, de bicicleta. Pelo "Bom Dia", percebi que eram portugueses. Mas, a pé, com uma volumosa mochila de 75 litros, vinha um peregrino que não me pareceu português. Meti conversa. Era francês, acabado de aterrar em Lisboa ... a Caminho de Santiago.
Dois peregrinos ... no Caminho dos Peregrinos...
Até aqui nada de especial ... não fosse o caso de, ontem, também a minha "hermana de corazón", como a minha "Mana" Paula se apresenta quando nos perguntam, ter encontrado em Santarém um peregrino ... igualmente francês ... igualmente na primeira caminhada do ano ... com quem igualmente meteu conversa. Decididamente ... o ano de 2018 começa com bons augúrios, para estes dois peregrinos "hermanos"! Imperdoavelmente, nenhum de nós ficou com o nome ou um contacto dos "nossos" peregrinos. Se o "meu" peregrino alguma vez vir estas "fragas", pode contactar-me. Si vous voyez cet article, vous pouvez me contacter, cher pèlerin!
Deixei-o quando recomecei a subir para Vale de Figueira. Da encosta continuei a vê-lo, primeiro sentado, a comer alguma coisa, como me havia dito, depois a prosseguir o seu Caminho ... no Caminho das Estrelas. Tinha-me dito já ter feito vários Caminhos, tinha-lhe dito os Caminhos que já percorri. Falei-lhe da variante por Fátima ou por Tomar, falei-lhe das setas azuis e amarelas que iria encontrar até Santarém, ou até Fátima se for essa a opção. Bom Caminho, peregrino!

Um miradouro improvisado, na encosta adjacente a Vale de Figueira
Do acesso que desce de Vale de Figueira, um leve trilho ziguezagueante, mais corta mato do que trilho, permitiu-me subir ao Bairro das Maroitas. Estava, de novo, a 125 metros de altitude ... mas ainda queria voltar a descer ao Caminho dos Peregrinos, à procura de um outro acesso mais a norte. E encontrei-o, embora um caminho privado (mas onde me disseram que se podia passar livremente).

Será que estou mesmo entre os bairros periféricos entre S. João da Talha / Santa Iria e o Trancão?...
Nesse caminho privado ... de repente pensei estar a muitos quilómetros dos bairros populacionais bem próximos. Um excelente caminho pedonal, por entre denso e frondoso pinhal, levou-me efectivamente de regresso ao vale do Trancão ... mas a informação que me haviam dado de se poder passar livremente foi contrariada pela existência de uma rede ao longo da encosta ... e já mesmo junto ao Caminho dos Peregrinos. A única solução foi ... passar por baixo da rede...

Do lado de lá do Trancão, o Cabeço da Aguieira
De novo no Caminho de Fátima / Santiago, pouco antes da Quinta do Monteiro Mor
Quase na Quinta do Monteiro Mor - um ícone histórico neste troço do Caminho dos Peregrinos - recomecei mais uma vez a subir. O "meu" peregrino francês já deveria ir na Granja, ou em Alpriate. Ao cimo da subida, no alto de S. Lourenço, peguei no telemóvel, para enviar uma mensagem à minha "hermana de corazón", relatando-lhe a coincidência de ter encontrado um peregrino francês a Caminho de Santiago, tal como ela ontem, na primeira caminhada do ano de cada um de nós. Não é hábito ela estar online ... mas quando estava a terminar a mensagem verifiquei que estava ... e assim que a enviei recebi a resposta: "Brutal "! Santiago ... origina coincidências que parecem não o ser...


11h50, no Parque de S. João da Talha, já de regresso
Cinco minutos depois do meio dia estava de regresso a casa, com 12,5 km percorridos ... e a Alma cheia de bons augúrios para o Caminho de Santiago que está no horizonte...
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Domingo, 7 de Janeiro de 2018
Quatro dias depois, esta caminhada acabou por ser complementada a dois. Num domingo ventoso e frio, a minha estrelita dispôs-se a um percurso de 15 km, semi-urbano, em que conheceu o Castelo de Pirescoxe, o Parque Urbano de Santa Iria de Azóia ... e o troço do Caminho de Fátima e de Santiago no vale do Trancão, entre a Quinta do Monteiro Mor e o acesso a Vale de Figueira e S. João.


No Castelo de Pirescoxe, 7.01.2018, 11h40
Parque Urbano de Santa Iria de Azóia
Quinta do Monteiro Mor ... no Caminho de Fátima e de Santiago
Uma estrela ... num pequeno troço do Caminho das Estrelas...
Vale do Trancão, de regresso, 7.01.2018
E, às portas da cidade
... ainda há ruralidade!
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2 comentários:

Unknown disse...

Uma questão de um seguidor do blog: é possível acompanhar-vos nestas aventuras?

Obrigado
Rui Gomes

José Carlos Callixto disse...

Caro Rui Gomes, como seguidor do blog deve ter reparado que as "aventuras" descritas são feitas ou a solo, ou em Família, ou, maioritariamente, integrado em diversos grupos de Amigos com a paixão comum pela Natureza e pelas actividades pedestres. O seu perfil no Google não permite concluir se nos conhecemos pessoalmente ou não. Sugiro que envie mensagem privada (via hangouts, por exemplo) e/ou que procure integrar-se num ou mais dos grupos que cito em diversas das minhas crónicas.

Saudações caminheiras