domingo, 1 de dezembro de 2013

E o céu não foi de novo o limite...

Em Junho de 2012 tive o meu baptismo de asa delta. Pela primeira vez abri as asas e voei, qual Fernão Capelo testando a superação dos limites, ao encontro da liberdade verdadeira. Agora, um amigo das longas fragas e pragas por serras e vales, desafiou-me para uma aventura aérea de outro tipo: um salto Tandem! E o céu não foi portanto de novo o limite… foi apenas o começo!
Um salto Tandem é um salto em queda livre, preso ao monitor que nos orienta o salto. À saída do avião, atinge-se uma velocidade que ultrapassa os 200 km/h, em queda livre durante cerca de 55 segundos ... que pareceram os 55 segundos mais longos da minha vida ... até ao momento de o paraquedas abrir! Depois, foram cerca de seis minutos de voo, com o paraquedas aberto.
A aventura foi nos céus de Évora. A organização foi da Sem Limites. Antes das nove da manhã, os "aventureiros" começavam a chegar ao aeródromo de Évora ... sendo que um deles era o meu júnior...J. Também ele quis experimentar esta fantástica experiência de voo livre!
Aeródromo de Évora, 1.Dez.2013 - Instruções preliminares
Ainda em terra, foram-nos transmitidos os conceitos básicos da queda livre, desde a posição a adoptar à saída do avião até à aterragem. Depois, vestida a "farda" ... estávamos prontos para descolar para a aventura. A ansiedade era notória ... a adrenalina estava a subir!
Já dentro do avião, somos presos ao monitor. O equipamento é verificado uma última vez. Dois ou três minutos antes da saída, a mais de 4000 metros de altitude ... é aberta a porta! E o "momento mágico" dá início a uma viagem alucinante, a mais de 200 km/h! A sensação é indescritível ... como é também indescritível a sensação de ver sair o nosso filho, o meu "benjamim" ... pela porta do avião, despenhando-se no vazio! Foi ele o primeiro a saltar...

É daquela "engenhoca" que vamos saltar...
Os 4 primeiros "gloriosos malucos"... :-)
E aí vamos nós para a aventura... :-)
Os últimos a entrar ...
são os primeiros a saltar!
E os heróis já estão no ar ...
... para se atirarem a 4200 metros de altitude! "I'm flying!!!"
Durante os intermináveis 55 segundos de queda livre, várias sensações e interrogações passam pela nossa mente, mas claro que a principal é ... "será que o paraquedas vai abrir?"... J. A altitude permite-nos contudo não ter a percepção completa da velocidade alucinante a que descemos, a não ser pela pressão do vento nas faces. Talvez uma sensação de que se está suspenso, levitando num ambiente novo mas estranhamente calmo, mais calmo e mais intenso do que se esperava. E os céus são nossos! Lá em baixo, muito em baixo, a terra parece uma manta, da qual nos aproximamos. A adrenalina, a velocidade, ou seja lá o que for, também não nos permitem apercebermo-nos da temperatura do ar ... mas aos 4200 metros de altitude a que saltámos ... a temperatura rondava os 25 graus negativos!!!

Durante os fantásticos 55 segundos de queda livre.
Cerca de 2500 metros de desnível!!!
De repente o paraquedas abre-se! Depois da queda livre "adrenalizante", os seis minutos de voo, suspensos do paraquedas, fazem-nos descobrir uma nova sensação. Agora somos aves, vogando suavemente ao sabor do vento. Diz-se que "só os paraquedistas sabem porque é que os pássaros cantam" ... e parece que é bem verdade...! Mas a sensação de voo nem sempre é relaxante...! A ansiedade, a adrenalina, as curvas dadas no ar, as "fragas" dos céus de Évora - e porque não o medo?... - causam por vezes náuseas, um "mareado" aéreo. Foi o meu caso... J!

55 segundos depois do salto e 2500 metros mais abaixo (a cerca de 1500m de altitude) ... abriu-se o paraquedas!
Este é o filho de um sexagenário "aventureiro"...
... e este o dito sexagenário... J
Até dá para assumir o comando... J
"É ali que temos de aterrar"...
A caminho de terra firme...
O dia de excepcional visibilidade permitia-nos ver tudo em volta. Mas o "tudo" ... é limitado pela adrenalina e pela ansiedade. Na minha habitual tentativa de me localizar, bem procurei referências debaixo dos pés ... mas não identifiquei nenhuma. Disseram-nos os monitores que é frequente ver-se dos ares a Serra da Estrela ... mas esta fantástica aventura tinha de chegar ao fim. Dado o sinal anteriormente combinado com o monitor para adoptar a posição de aterragem ... estava na altura de sentir os pés bem assentes na terra. Suavemente, a pista do aeródromo de Évora recebia-me de volta, completada esta segunda experiência de voo sem motor!

E lá vamos nós ...
... em posição de aterragem ...
... e desta já nos
"safemos"... J
Grande equipa!
Não ... não é a chegada da Apolo 11... J
E que experiência fantástica! Tirando as náuseas ... o mundo é bem mais calmo visto do ar...!


Ver álbum completo
E assim terminou esta fantástica aventura!
Fotos no solo de autoria de Ana Callixto
Fotos aéreas e vídeo da Sem Limites

3 comentários:

Filomena disse...

Deve ser uma experiência fantástica, daquelas que faz "subir" a adrenalina.....(e depois descer!)
Mais uma aventura e, tens seguidor, está nos genes.
Parabéns Callixtos

Margarete disse...

O teu espírito de aventura está sem limites...
Parabéns. Acredito que tenham sido sensações únicas e inesquecíveis...

Unknown disse...

Parabéns pela ousadia!
Gostei de te ver!