sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Rota da Biodiversidade: uma Lisboa diferente

Depois de uma "viagem" alucinante nos céus de Évora ... esta sexta feira trouxe-me uma caminhada bem mais calma... J. Inaugurada em Dezembro de 2010, a Rota da Biodiversidade associa a divulgação da riqueza natural de Lisboa ao não menos rico património cultural e histórico da cidade, num percurso que liga duas importantes unidades ambientais: a zona ribeirinha do Tejo e a mata de Monsanto.
Uma caminhada urbana, com início junto ao Tejo
6.Dez.2013, 10:15h
À porta dos históricos e tradicionais "Pastéis de Belém", às nove e meia da manhã encontrávamo-nos assim dez carolas, dispostos a palmilhar 14 km que nos levariam a ver Lisboa com um outro olhar. Mas como gostamos de fazer derivações ... os 14 km foram quase 18...J.
E 18 são também os pontos de interesse identificados ao longo do percurso. Desde históricas igrejas e capelas - como a do Alto de Santo Amaro e a de São Jerónimo - ao Palácio Nacional da Ajuda, aos Miradouros de Monsanto, sobre o a cidade e o Tejo, passando por belos Jardins como o de Avelar Brotero e o de Montes Claros, esta rota é uma contínua descoberta de cantos e recantos de uma cidade quase desconhecida.

Jardim Avelar Brotero
Hortas urbanas numa Lisboa rural
Ao longo do muro da
Tapada da Ajuda
Moinho do Penedo
O Tejo visto de Monsanto
Jardim de Montes Claros
Uma referência especial ao Geomonumento do Rio Seco, um afloramento de calcários do Cretácico que se estima terem entre 90 a 95 milhões de anos. Ao longo do período de sedimentação e consolidação dos sedimentos ter-se-ão formado entre os recifes pequenas lagunas. A sua comunicação com o mar seria temporária, criando condições para a formação de bancadas de calcários folhetados, com restos de uma fauna empobrecida, onde se destacam abundantes leitos e nódulos de sílex. Com a emersão das rochas formadas ocorreram processos erosivos conduzindo a carsificação e ao acentuamento do aspecto apinhoado originado por heterogeneidades texturais.

Geomonumento de Rio Seco
As grutas do Rio Seco foram aproveitadas pelos povos do Paleolítico como zonas de abrigo e muito mais tarde como fornos de cal e pedreiras, ao longo do que foi um leito de um rio, ladeado por dois grandes desfiladeiros, ou margens em precipício, construídos pelas águas ao longo dos tempos. Desde a pré-história, certamente que a grande caverna e outras menos visíveis albergavam mamíferos e posteriormente seres humanos, que procuravam abrigo e zonas de caça. Toda a zona está a ser recuperada e transformada em zona didáctica e de lazer.

E descemos de novo ao rio, para terminar onde começámos: Belém
Para um amante dos grandes espaços e das fragas afastadas dos grandes centros urbanos ... tratou-se sem dúvida de um percurso inesperado e diferente, ou não fosse a Rota da Biodiversidade o primeiro percurso de pequena rota (LSB PR1) homologado na cidade de Lisboa.
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