Em Dezembro do ano passado, a descida pedestre do Côa tinha parado junto à foz da Ribeira do Boi, a sul de Seixo do Côa e de Valongo. Seis meses depois, retomei-a no mesmo ponto, avançando cerca de 15 km para norte ... e terminando o percurso do "rio sagrado" no concelho do Sabugal.
Deixei inicialmente o carro perto da ponte de Seixo do Côa e iniciei a jornada, a pé, pela encosta do geodésico do Picoto, que, também em Dezembro, tinha marcado o fim da "aventura". E pouco depois estava na foz da ribeira do Boi, na margem oposta àquela onde em Dezembro tinha terminado, a descer o Côa pela margem esquerda. E rapidamente as memórias perdidas dos velhos moinhos me voltam a acompanhar, no meio do emaranhado da vegetação e da solidão do tempo passado.
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30.06.2011 - O Côa, junto à foz da Ribeira do Boi |
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Mais memórias perdidas no tempo: Moinho do Júlio Miguel |
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Admirando o Côa |
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O Côa, da ponte entre Seixo e Valongo do Côa |
Seguindo o curso do rio, hora e meia depois estava na ponte do Seixo. "Transplantei" então o carro para junto da ponte de Sequeiros ... e voltei para trás, para retomar a descida pedestre. Continuando pela margem esquerda, o Côa recebe ali a
ribeira do Seixo, a norte da qual duas açudes e um velho pontão de poldras, velha ligação pedonal a
Valongo do Côa, oferecem belas imagens ribeirinhas, a que se juntam os vestígios do
Moinho dos Pontões e do
Moinho do Fontes.
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Foz da Ribeira do Seixo, afluente da margem esquerda do Côa |
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Pontão de Valongo do Côa |
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O Côa a norte da Ribeira do Seixo |
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Papoilas a dar côr aos campos |
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Moinho
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do Fontes
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Pontão junto ao Moinho do Fontes |
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Há vida no Côa... |
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... mas também há mais memórias perdidas |
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E surge a Ponte de Sequeiros |
O Côa recebe novo afluente na margem esquerda, o
Ribeiro do Homem, antes de curvar quase 90º para leste e de chegar à vetusta
Ponte de Sequeiros. Trata-se de uma ponte fortificada, que permite a travessia do rio numa vertente de grandes afloramentos graníticos, constituindo-se estes, por si próprios, numa defesa natural. De construção provável no século XIII, esta ponte seria um marco de fronteira antes da incorporação das terras do Riba-Côa no território nacional, pelo Tratado de Alcanices.
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Ponte de Sequeiros |
A partir da
Ponte de Sequeiros, o
Côa faz fronteira entre o concelho do Sabugal, na sua margem direita, e o concelho de Almeida, na margem esquerda. Subi um pouco a encosta de
Vale Galego, à vista de
Badamalos, descendo depois para a ponte José Luís, que liga Badamalos a
Miuzela.
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O Côa a nordeste da Ponte de Sequeiros |
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Gado nos lameiros ribeirinhos |
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E segue-se em direcção nordeste |
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Ribeira da Nave, afluente da margem
direita do Côa |
O troço ribeirinho a norte de Badamalos é uma sucessão de recantos paradisíacos. E chegamos à foz da Ribeira da Nave, entrando numa espécie de península entre aquela e a Ribeira de Vilar Maior. Esta última não é mais do que a junção das ribeiras de Alfaiates e de Aldeia da Ponte, que se reúnem a norte de Vilar Maior e não muito longe da foz, no Côa.
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E o Côa segue o seu curso |
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Pontão de poldras sobre a Ribeira de Vilar Maior |
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Maravilhas do Côa... |
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... e a paz num tronco de árvore ... |
Ultrapassada a
Ribeira de Vilar Maior ... o Côa deixa o concelho do
Sabugal.
Porto de Ovelha já se avista ao fundo, na margem esquerda. Caminhando já no concelho de Almeida, é para lá que me dirijo, atravessando o Côa por um velho pontão que desemboca na pequena capelinha de Porto de Ovelha. A descida pedestre do Côa estava completada, pelo menos em terras Sabugalenses.
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Ao fundo, Porto de Ovelha, Concelho de Almeida |
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Pontão de Porto de Ovelha |
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Moinho e pontão, à entrada de Porto de Ovelha |
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Pequena capela ribeirinha, Porto de Ovelha |
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E o Côa segue no concelho de Almeida. Estava terminada a descida pedestre em terras Sabugalenses |
E assim, pouco antes das três e meia da tarde, terminado o curso do Côa no concelho do Sabugal ... restava-me voltar à Ponte de Sequeiros, onde tinha deixado o carro. Tinha avançado cerca de 15 km "úteis" do curso do rio ... mas a jornada foi de 28 km. E agora? Continuo até Foz Côa? O tempo o dirá.
(Ver álbum de fotos completo neste
link)
3 comentários:
Otima documentação sobre toda a regiao do Coa. Gostei de ler pois fiquie mais ilucidada sobre a regiao que me adotou.
Cecilia Coelho
Na qualidade de fozcoense, admito com toda a facilidade que a grandiosidade do Douro por vezes induz-nos inconscientemente a “pecar”, relegamos, erradamente, para 2º plano a grandiosidade da beleza do Côa. Afirmo, com a maior das calmas, que o Côa é a minha verdadeira paixão.
Parabéns e obrigado per este magnifico momento.
Sim Professor tem que chegar à Foz do Côa! Este "Rio Sagrado" está fantasticamente homenageado com as caminhadas de uma pessoa tão sensível, que nos leva a pedir egoísticamente... que continue! Dificilmente haverá alguém que substitua tamanho documentário! Bem-haja!!
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