Quando
em Setembro passado a minha "mana" Paula me desafiou para percorrermos o troço
entre Santarém e Ansião, completámos o traçado do
Caminho Central Português pelas duas variantes existentes, por Tomar e por Fátima.
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Igreja de Santiago, Lisboa, 1.Dez.2018, 9h40 |
Para ela, contudo ... faltava-lhe chegar a
Santarém desde
Lisboa, para ter assim nos pés, no coração e na alma todo o Caminho Português, de Lisboa a Santiago e às terras "do fim do mundo".
Por isso ... novo desafio: fazermos, em dois fins de semana, as 4 etapas de Lisboa a Santarém. Etapas que já percorri várias vezes, mas o Caminho não é o chão que pisamos ... o Caminho somos nós, os nossos passos ... os passos de quem o Universo colocou no nosso Caminho ... até porque...
Sei que sabes e sentes
que há coisas que não se explicam.
Pessoas que se cruzam por um dia,
pela eternidade...
São contratos divinos.
Caminhos vizinhos que se entrelaçam.
O tempo é absoluto.
Infinito.
Não interessa o porquê!
Simples viver e sentir...
(excertos de autoria de Anabela Pacheco)
E assim ... acabámos neste primeiro fim de semana de Dezembro de percorrer as duas primeiras etapas do Caminho Português,
de Lisboa a Vila Franca de Xira. Formámos sensivelmente o mesmo grupo que fizemos
de Santarém a Ansião, excepto o Luís no primeiro dia e com a aquisição da Madalena em ambos. E pouco depois das 9h30 de sábado estávamos à porta da
Igreja de Santiago, ali paredes meias com o miradouro de Santa Luzia. A Igreja de Santiago só abre normalmente às quartas e domingos, mas se a Paróquia for previamente contactada*, a Srª Dª Maria de Jesus tem todo o gosto em abrir e mostrar a Igreja ... como fez para estes 5 Peregrinos.
A
Igreja de Santiago marcou o início do nosso Caminho, mas como a etapa era curta ainda demos um salto à
Sé e à histórica
Igreja de Santo António, construída sobre o local onde nasceu. Já passava das onze horas quando começámos efectivamente a seguir as setas amarelas.
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Parque das Nações, 13h25 ... e o Caminho abeira-se do Tejo |
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Caminho de Santiago ... Caminho de Fátima
Junto à Ponte Vasco da Gama |
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E entramos na várzea do Trancão |
Ultrapassado o
Trancão, o destino era
Alpriate, onde a
Via Lusitana mantém o primeiro Albergue a seguir a Lisboa. Foram cerca de duas horas de Caminho, como sempre naquela zona algo enlameado ... e infelizmente "ilustrado" com despejos de entulho. Pouco agradável cartão de visita, num troço que poderia ser a primeira amostra de Natureza e de ruralidade.
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Quinta do Monteiro Mor, na várzea do Trancão |
O Albergue de Alpriate tem lotação para 10 pessoas. Não dá para cozinhar, mas tem microondas e frigorífico ... e um supermercado a 500 metros. O "
Café Grillus" confecciona no entanto jantares a preços Peregrinos ... e ainda oferece aos mesmos uma simpática lembrança.
Depois do jantar ... de cinco passámos a seis, com a chegada do Luís. E pouco depois das sete e meia da manhã de domingo ... aí íamos nós para a segunda etapa.
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À saída de Alpriate, 2.Dezembro.2018, 7h45 |
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Entre Alpriate e Vialonga, junto à "estrada dos caniços" |
Entre Alpriate e a chamada estrada dos caniços, entre
Vialonga e a
Póvoa de Santa Iria, a lama voltava a abundar. Passamos sob a A1 e descemos para a Póvoa. Ainda não tínhamos tomado o pequeno almoço ... e alguém ia esfomeada; valeu-nos a "Estrela do Tejo", na Póvoa 😋. Pouco depois das 9h00 estávamos na Praia dos Pescadores e no início do passadiço Póvoa -
Alverca.
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E de novo junto ao Tejo, entre a Póvoa de Santa Iria e Alverca |
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Alverca, Museu |
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do Ar, 9h55 |
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Entre Alverca e a Quinta do Cochão ... com uma matilha de simpáticos cães por companhia... |
Poucos minutos depois das onze horas entrávamos em
Alhandra. Depois do fastidioso troço em que o Caminho de Santiago ainda tem de seguir pela EN10, voltar ao
Tejo e ao belíssimo passeio pedonal entre Alhandra e
Vila Franca de Xira foi um bálsamo. E ali, claro ... havia que mostrar à Paula e à Madalena, que ainda não o conheciam ... o belo
grafiti ilustrativo do
Caminho de Santiago!
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Alhandra e o Tejo, num misterioso dia de algum nevoeiro... |
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E ... estamos bem no Caminho de Santiago. O Caminho não é o chão que pisas... |
Meio dia e meia ... entramos em
Vila Franca. Álvaro Guerra recorda-nos o que devemos entregar ao futuro. Estávamos no fim de um belo fim de semana de Amizade, de partilha, de Vida!
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Escultura de homenagem a Álvaro Guerra, Vila Franca de Xira |
Dois para Santarém e quatro para a Póvoa, Bobadela e Lisboa ... era chegada a hora da despedida, na bela estação da CP de Vila Franca de Xira.
O Caminho segue um dia ... qualquer dia...
1 comentário:
Melhor descrição impossível. Obrigada. Beijinhos
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