quarta-feira, 29 de abril de 2015

Da Igreja de Santiago ... à Bobadela

O artigo anterior, nestas minhas memórias, relatou a frustração de um Caminho das Estrelas interrompido ao 4º dia. Desde aí fui diagnosticar, claro, o que se teria passado com os meus pés ... e fiquei a saber que tinha desenvolvido uma fasceíte plantar ... maleita de que nem nunca tinha ouvido falar. Nada de grave, felizmente, nada de muito acentuado; algum repouso, umas palmilhas ortopédicas ... e um teste em segurança para ver a evolução.
Igreja de Santiago, Lisboa, 29.04.2015
Aqui começa o Caminho...
Para teste, teria de ser uma caminhada relativamente próxima de casa, de onde pudesse regressar facilmente a casa ... ou mesmo uma caminhada para casa. Ora, porque não ... começar o Caminho de Santiago Português, na Sé de Lisboa, ou melhor ... na Igreja de Santiago? Da ideia ao projecto foi um passo. A "namorada" que me havia faltado na Ponte dos Namorados, em Ourém (ver artigo anterior) aderiu à ideia ... e os dois Irmãos que me acompanharam das areias de Santa Cruz até Fátima também! Depois, aos quatro, na véspera aderiu ao "evento" outro elemento que lhe deu a originalidade e o humor que felizmente sempre a caracteriza: a sogra do autor destas linhas ... ou seja a mãe da minha pequena arraiana... J
E assim, de comboio até à velha estação de Santa Apolónia, o objectivo era e foi subir ao Miradouro de Santa Luzia - onde nos encontrámos com os meus dois Irmãos dos Caminhos -  e iniciar o nosso Caminho de Santiago na sua Igreja, embora apenas até à Bobadela ... até casa.
Lisboa e o Tejo, visto das Portas do Sol, junto ao Miradouro de Santa Luzia
A Igreja de Santiago marca efectivamente o início do Caminho Português de Santiago, em Lisboa. São 610 km, pelo Caminho do Tejo, rumo a Santarém, à "minha" Ourém, Coimbra, Porto, Ponte de Lima, Valença, Tuy, Pontevedra ... até Santiago! Afinal ... eu posso um dia retomar este Caminho em Ourém... J
Do Largo de Santiago descemos à ... e começámos a seguir as setas; as azuis do Caminho de Fátima, as amarelas do Caminho de Santiago, aqui evidentemente comuns. E foi um desbobinar de ruelas de Alfama, da "cerca velha", rumo à Madre de Deus, a Xabregas, ao Beato, Braço de Prata ... Tejo fora até à Expo! Na Rua do Vale Formoso de Baixo quase sentíamos a ruralidade dentro da cidade, com o contraste dos grandes edifícios da Expo em pano de fundo.

Junto à de Lisboa ... é só seguir as setas...
Imagens da velha Alfama
(Fotos de José Manuel Messias)
Ermida de Nª Srª dos Remédios
Convento da Madre de Deus
Braço de Prata
Ruralidades ... rumo à grande urbe
(Fotos: José Manuel Messias)
Parque das Nações ... a já velha Expo
Atravessar a Expo ainda são quase 5 km, do final da Rua do Vale Formoso à Ponte Vasco da Gama. E as setas lá estão, em todas as curvas e cruzamentos do Caminho. Pelo Passeio do Tejo chegámos à Torre e à Ponte, continuando os passadiços seguimos rumo à Foz do Trancão. Estávamos perto... J

Atravessando a Expo ... chegámos à Foz do Trancão
É só seguir as setas... / Sólo tienes que seguir
las flechas ... / Just follow the arrows ...
Sacavém e o Trancão
Eram horas de almoçar... e o almoço foi já em Sacavém, no "Dom Carvão", paredes meias com o rio. Depois, atravessado este, o Caminho de Fátima e de Santiago segue para a várzea do Trancão, que acompanhámos até subir a colina da sua margem esquerda ... para o destino do dia: casa... J!


Foto de grupo, à entrada da várzea do Trancão
Várzea do Trancão, com Unhos ao fundo, da colina da Bela Vista. Estávamos quase em casa...
Pouco depois das três e meia da tarde estávamos em casa, com sensivelmente 20 km percorridos desde a estação de Santa Apolónia. Para teste ... não foi mau! Resultados do teste? Francamente positivos. Como escrevi no artigo anterior, o sabor da derrota foi amargo ... mas hoje posso reforçar que o meu Caminho de Santiago não acabou. Foi só ... um até breve...! Um grande obrigado ... aos meus três acompanhantes!

De Santiago (Igreja) ... à Bobadela
(álbum completo)

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