Depois do
Pulo do Lobo (
artigo anterior), a actividade dos "meus" Caminheiros Gaspar Correia continuaria mais a sul, no litoral algarvio, em plena
Ria Formosa. Não sendo bem esta a minha praia (a minha "praia" é a montanha...), vivemos no entanto dois magníficos dias, sempre com um belo Sol a iluminar as paisagens litorais, no ambiente de sã camaradagem que sempre uniu a "família" caminheira.
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Tavira, Rio Gilão, 26.04.2014, 9:50h |
A
Ria Formosa é uma extensa área de sapais e praias, que se estende pelos concelhos de Loulé, Faro, Olhão,
Tavira e Vila Real de Santo António, ao longo de 60 quilómetros, desde o rio Ancão até à praia da Manta Rota. O caimão-comum é o símbolo do
Parque Natural; espécie rara, em Portugal existe e reproduz-se exclusivamente nestes sapais algarvios. O flamingo e a águia de asa redonda, a galinhola e o guarda-rios são outras aves que aqui se podem observar, para além das típicas limícolas litorais como os pilritos e ostraceiros; outro habitante do Parque, quase extinto na Europa, é o camaleão.
A área é também de grande interesse a nível da flora, especialmente pela vegetação das zonas de duna e sapal. A importância económica da ria é enorme, devido à variedade de peixe, marisco e bivalves.
Sábado: de Tavira à Fuzeta
A nossa actividade começou por uma jornada coincidente em grande parte com o percurso pedestre denominado da
Torre de Aires. É um percurso linear, praticamente plano, que liga
Tavira à
Fuzeta.
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A caminho do litoral, entre Tavira e a Torre de Aires |
A
Torre de Aires, ou de Aires Gonçalves, por associação ao proprietário dos terrenos onde se implantava, é uma torre de planta circular originalmente integrada num sistema de monitorização da costa algarvia, no século XVI. O nosso local de almoço foi relativamente próximo da torre, próximo também do local onde o trajecto mais se começa a aproximar do litoral.
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Ao longo dos sapais da Ria |
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Formosa, entre a Torre de Aires e Livramento |
Entre o
Livramento e a Fuzeta, os bandos de pilritos e ostraceiros acompanharam-nos, bem como algumas garças e gaivotas. A parte final corresponde também às salinas de Tavira, com "montanhas" de sal a ornamentar a paisagem litoral.
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Mar, céu, aves limícolas
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e sal: a imagem da Ria Formosa
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E assim entramos na Fuzeta |
Com 16,5 km percorridos, na
Fuzeta demos a "etapa" por terminada, com a habitual "reposição hídrica" apetecível, num dia em que o calor já lembrava o verão. De regresso a
Tavira, no "nosso" autocarro, o dia não acabaria sem uma boa grelhada mista, de bom e fresco peixe algarvio.
Domingo: ilha de Tavira
A
Ilha de Tavira é uma ilha arenosa com cerca de 11 km de comprimento, localizada junto à costa algarvia, a sul de
Tavira. O acesso é feito a pé, através de uma ponte que se situa junto da aldeia de Pedras D'El Rei, ou utilizando os barcos que partem da cidade ou do cais das Quatro Águas.
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Pedras d'El-Rei, 27.04.2014, 9:55h - Rumo à Ilha de Tavira |
Foi precisamente este o nosso circuito pedestre, entre
Pedras d'El-Rei e as
Quatro Águas, ao longo das praias do
Barril,
Terra Estreita e
Tavira. A oeste da praia do Barril, situa-se ainda a Praia do Homem Nu, onde o naturismo se encontra legalizado. O percurso foi portanto pelo extenso areal ... imaginando a costa marroquina algures para lá do mar...
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Ao longo extenso areal da ilha, em dia de concurso de pesca |
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Farolim da Barra do Cochicho, no extremo leste da Ilha de Tavira |
No fim da ilha, ainda houve tempo para um mergulho nas águas do oceano. Estávamos quase a terminar este fim de semana e esta bela actividade litoral ... mas mais uma vez só após uma nova grelhada de peixe fresquíssimo ... na própria praia.
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Do alto do farolim |
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da Barra do Cochicho |
Em pouco mais de cinco minutos, a travessia das
Quatro Águas devolveu-nos a
Tavira ... de onde nos esperavam cerca de 4 horas de autocarro de regresso à capital. Três dias de uma bela actividade, vivida no seio da amizade e da sã camaradagem desta minha "família" caminheira!
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Nas Quatro Águas, à espera do barco ... e a actividade estava a terminar |
1 comentário:
Tudo perfeito e bem documentado!Um abraço
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