Que título estranho, dirão possivelmente os leitores. Como estranho é também -
principalmente para mim - o facto de há um mês não publicar nenhum artigo
nestes meus "
instantâneos". Tenho caminhado ... menos de metade do que
nos anos anteriores por esta altura 😳😰!
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17.Fev.2021, 10h55 - Nos trilhos ribeirinhos da Bobadela
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A culpa é do malfadado vírus, claro. Nos sucessivos estados de
emergência e confinamentos ... tenho caminhado o que é possível, permitido,
aconselhável; sozinho ou com até uns 4 acompanhantes, no máximo. A minha
"família" dos
Caminheiros Gaspar Correia ... está parada há um ano ...
a maioria ... não nos vemos há um ano ... a não ser e quando muito em
"encontros"
online. Estranho "mundo covídico" este; mas ... haja
esperança! 🙏
Desde a volta ciclista ao
Boição e Santiago dos Velhos, há um mês, a necessidade de manter o físico e, principalmente, de manter a
mente sã ... levou-me a pequenas escapadelas, nas pequenas parcelas de alguma
Natureza que restam à volta dos aglomerados habitacionais da grande urbe. Com
a limitação de não poder cruzar concelhos aos fins de semana ... o "dar à
perna" com quem ainda está no activo mais complicado se torna. Voltemos
portanto ao título deste
post: no passado dia 17 de Fevereiro fui ver,
com dois amigos, se havia alguma alteração na ex-próximo-futura
Frente Ribeirinha do Concelho de Loures, da foz do
Trancão ao limite sul do concelho de Vila Franca de Xira.
Mas vestígios de concretização daquele
vídeo futurista ...
nenhum.
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Apesar da cana de pesca ... do lado do Concelho de Loures não se
"pesca" nada
(limite sul dos passadiços ribeirinhos do Concelho de Vila Franca de
Xira)
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Porto de Abrigo da Póvoa de Santa Iria, 17.Fev.2021
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Quase três semanas depois, com duas amigas saudosas das caminhadas Gaspar
Correia, o Trancão foi de novo o tema, mas para uma volta à várzea do
respectivo estuário, da Bobadela à Quinta do Monteiro Mor pelo
Caminho de Fátima / Santiago e o regresso pela margem direita até
Unhos e Sacavém ... com "selva tropical" à mistura... 🤣
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Várzea do Trancão, numa Primavera anunciada, 7.Mar.2021
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No meio da "selva tropical", entre a Ponte Américo e
Unhos, na margem direita do Trancão
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Entre
Unhos e
Sacavém, a belíssima
Quinta da Boiça faz-nos esquecer que estamos rodeados de urbanismo.
Depois ... depois os trilhos que conhecia, mais ou menos marginais e paralelos
à estrada ... estavam alagados. Se já tínhamos tido "selva" ... agora tínhamos
"pantanal"... 🤣
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Ao longo da Quinta da Boiça, entre Unhos e
Sacavém ... num dia de Primavera antecipada ...
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... mas também através do "pantanal" da margem direita do
Trancão
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E assim, às três da tarde estávamos de regresso à
Bobadela, com
praticamente
20 km
nos pés, que pode ver no
Wikiloc. Deu pelo menos para as duas meninas matarem saudades de uma caminhada...
E hoje, dois dias depois (ou seja a um dia de semana, não confinados ao
concelho) ... finalmente afastámo-nos um pouco da grande urbe.
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Vila Nova de S. Pedro, 9.Mar.2021, 9h00
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Com mais três sedentos de ar livre e na continuação deste prelúdio de
Primavera, fomos até terras de
Vila Nova de S. Pedro, freguesia da
Azambuja agregada às de Manique do Intendente e Maçussa. Situado num planalto
a cerca de 100 metros de altitude, com excelente visibilidade, o
Castro de Vila Nova de São Pedro é um povoado fortificado do
calcolítico, formando uma defesa natural que teria constituído um dos
atractivos para as populações que ali se estabeleceram. O povoado é
constituído por uma estrutura defensiva central e duas muralhas exteriores,
que circundariam a interior. Floresceu entre aproximadamente 2600 e 1300 a.C..
Caracteriza-se pelas fortificações de pedra e uma série de traços culturais
específicos que a diferenciam do seu contorno, embora plenamente imersa no
megalitismo europeu.
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A caminho e no Castro de Vila Nova de S. Pedro
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Ao longo dos campos que bordejam a Ribeira de Almoster ...
num dia de Primavera antecipada
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Aqui finalmente respira-se ar puro ... o cheiro da erva fresca ... o
cheiro do pisar da marcela...
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Almoçámos numa boa sombra, que o dia já pedia sombras, rumando depois a sul e
de novo a noroeste, para
Torre Penalva e de regresso a
Vila Nova de S. Pedro. Antes das três estávamos nos carros, com 16,5 km
percorridos ... e as almas cheias de ar, de convívio, de amizades partilhadas.
Nesta noite escura e bretemosa
na que vai camiñando o noso esprito
vese un raio de sol, vese unha rosa
que abrirá, no mencer, novos camiños.
1 comentário:
sensações que pairam,, recordações que ficam!! Abraço Zé, que a Primavera da vida nos preencha em absoluto.
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