sábado, 16 de março de 2019

Os segredos do vale do Almourão

De Carregais à Foz do Cobrão e Vale da Mua

Há pouco mais de dois anos, com os Novos Trilhos, andei por terras de Envendos e do Ocreza, curiosamente o artigo mais lido de sempre destas minhas "fragas e pragas...".
Carregais, 16.Mar.2019, 10h25
Agora, em dia de comemorar o 34º aniversário dos Caminheiros Gaspar Correia, voltei às margens do Ocreza, mais a norte, nos limites entre os concelhos de Proença-a-Nova e Vila Velha de Rodão, por onde há 12 anos também já tínhamos andado com esta nossa família Caminheira.
O início foi na pitoresca aldeia de Carregais, começando por subir a Serra das Talhadas, paralelos ao vale da Ribeira de Alvito. Pouco mais de meia hora depois já víamos as águas do Ocreza, entre as encostas escarpadas do Vale Mourão, uma garganta escavada pelo rio nos últimos dois milhões de anos, que parte a Serra das Talhadas em duas cristas quartzíticas.
Ao longo da Serra das Talhadas, seguindo o vale da Ribeira de Alvito
O percurso foi o mesmo de há 12 anos, agora em sentido contrário, rumo à foz da Ribeira de Alvito, às Portas do Almourão e à aldeia de Sobral Fernando, onde tínhamos começado em Junho de 2007.
Sobre as encostas escarpadas do vale do Almourão (Foto: Eduardo Baptista)
O Ocreza, do miradouro do geosítio das Portas do Almourão. Ao fundo as aldeias de Foz do Cobrão e  Sobral Fernando
                                                     Foz do Cobrão, vista de próximo de Sobral Fernando
Como eu gostava de ser grifo...
Entre a Ribeira da Fróia e o Ocreza, descemos as chamadas conheiras, amontoados de seixos que testemunham a extracção de ouro nas épocas romana e medieval. D. João III terá mandado fazer um ceptro em ouro extraído desta zona e Vasco da Gama uma cruz, mostrando aos venezianos que em Portugal havia metal mais precioso que o do Oriente!
Atravessando as conheiras, rumo ao Ocreza
Travessia da Ribeira da Fróia, próximo da foz, no Ocreza
O almoço foi aqui, junto à foz da Ribeira da Fróia, ribeira que tivemos de atravessar ... com o improviso que resultou da imaginação e do "desenrascanço" de cada um... 😏. Depois seria o sobe e desce ao longo das encostas da margem direita do Ocreza, rumo à foz da Ribeira da Sarzedinha.
Ao longo das encostas da margem direita do Ocreza
Foz da Ribeira da Sarzedinha
Às quatro da tarde estávamos na EN 241, a nascente do Vale da Mua. O autocarro esperava-nos junto à ponte do Ocreza, onde a caminhada terminaria, neste sábado em que o calor já apertou precocemente. Depois ... depois seria a comemoração do aniversário do Grupo, na Associação Cultural, Recreativa e Desportiva do Vale da Mua. 34 anos de caminhadas, mas também 34 anos de amizades, de são convívio, de vontade de Viver. Infelizmente, o tempo já levou alguns companheiros, mas o Grupo de Caminheiros Gaspar Correia orgulha-se de contar ainda, nas suas fileiras, com elementos fundadores que continuam activos e cheios de vontade de continuar.

Às 16h00, a travessia desde Carregais estava no fim, próximo de Vale da Mua
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