Em Maio passado,
três jornadas consecutivas lançaram-me na senda das primeiras águas que correm para o
Côa, percorrendo as primeiras barrocas e ribeiras que, com mais ou menos caudal, fazem dele o grande "Rio Sagrado". Agora, passada a estação estival e recomeçadas as chuvas, aproveitando uma longa estadia em
Vale de Espinho, era altura de continuar aquele projecto, avançando para oeste, entre os Foios e Vale de Espinho.
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A caminho da Fontanheira, 20.10.2012, 9:30h, 5ºC
A terra liberta os seus mistérios... |
Para oeste, da cumeada dos
Fontanhões e da
Arraia descem para a margem esquerda do Côa essencialmente três linhas de água: a ribeira das
Colesmas e o ribeiro
Salgueiro, e, mais a poente ainda, o
Ribeiro do Meio, que depois se "transforma" na
Ribeira dos Abedoeiros. Os dois primeiros - Salgueiro e Colesmas - juntam-se a poente do Cabeço do
Canto da Ribeira. Infelizmente o canto das ribeiras já não faz jus a este atractivo topónimo; grande parte das linhas de água estão secas, e onde não o estão a água cintila e canta pouco. Tenhamos esperança num inverno chuvoso, que as ponha a cantar.
No sábado passado, dia 20, não saí cedo para esta jornada. Já passava das 9 da manhã, uma manhã soalheira, depois de dois dias e meio de chuva quase ininterrupta; soalheira ... mas com 5ºC que se notavam bem nos campos, libertando os seus mistérios sob a forma de nevoeiros mágicos, misturados com as cores do Outono que avança a passos largos.
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quadro de magníficas cores outonais
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Junto à casa florestal do Canto da Ribeira, num
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Para um belo |
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arroz de tartulhos... |
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Cabeceiras da Ribeira das Colesmas, 20.10.2012 |
Cruzei o Côa na
Fontanheira, rumo à casa florestal abandonada (como todas...). Várias pequenas linhas de água provêm da raia, para formar a ribeira das Colesmas. Percorri o mais possível essas cabeceiras, só vendo de quando em quando pequenos vestígios de água. Mais abaixo, contudo, a ribeira já era ribeira. Desci-a até onde se lhe junta o ribeiro Salgueiro ... voltando depois a subir de novo em direcção à raia, acompanhando o bonito curso daquele. Tal como em Maio ... foi frequente saltar muros e arames...
J.
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Ribeira das Colesmas, |
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pouco antes da foz do Ribeiro Salgueiro, 20.10.2012 |
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Vale da Ribeira das Colesmas, já próximo da foz no Côa, 10.03.2010 |
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Subindo o vale de Ribeiro Salgueiro, 20.10.2012 |
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Quinta do Rato, no vale de Ribeiro Salgueiro |
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Na raia, perto do vértice onde se juntam os limites das Beiras e da Extremadura espanhola |
Retomei a descida acima da
Quinta do Rato e muito perto do vértice onde se juntam os limites das Beiras e de
nuestros hermanos, agora ao longo do vale do
Ribeiro do Meio e atravessando a
Quinta do Passarinho. Entre os morros do Cabeço Redondo e da Cruz Alta, as cartas topográficas passam contudo a chamar ao Ribeiro do Meio
Ribeira dos Abedoeiros, designação por que é mais conhecida e que perdura até à sua foz no grande
Côa, não muito longe das
Veigas, do velho "
Engenho" e da velha ponte romana de
Vale de Espinho.
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Quinta do Passarinho, 20.10.2012 |
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Quinta e charca no |
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Ribeiro do Meio |
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Ribeira dos Abedoeiros |
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Vale da Ribeira dos Abedoeiros, já próximo da foz, no Côa, 20.10.2012 |
Com 22 km percorridos, estava terminada mais uma bela jornada na senda das águas que correm para o Côa! O álbum completo de fotos pode ser visto no
Picasa, como habitualmente. E aqui fica também o percurso desta "peregrinação".
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